Wednesday, 13 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1313

Daniel Castro

‘O principal merchandising social da próxima novela das oito da Globo, ‘Senhora do Destino’, será contra a gravidez precoce. A novela também irá discutir a ‘produção independente’ (feita por mulheres que usam homens apenas como reprodutores).

Na trama de Aguinaldo Silva, Lady Daiane, uma menina negra de 15 anos, engravida de um professor de artes marciais.

‘Essa idéia me surgiu quando eu passava diante de uma maternidade e vi, na fila das grávidas, muitas meninas, algumas de (pasme!) 12 anos’, diz Silva.

‘Daiane vai ter o filho e vai passar por todos os percalços que uma situação desse tipo pode render a uma menina e seus parentes. Minha idéia é discutir o tema amplamente, mas sempre dentro da trama. Não vou fazer aquela coisa de entrevistar meninas grávidas na vida real, acho isso apelação.’

A ‘produtora independente’ será Yara Steiner (Letícia Spiller). ‘Ela é uma executiva de quase 40 anos, bem-sucedida. Resolve ter um filho e escolhe o jovem garanhão Plínio [Dado Dolabella]. Um ano depois, sem emprego, Yara não hesita em correr atrás de uma pensão. Quero desmistificar essa história de produção independente que, apesar dos muitos exemplos apontados pela mídia, na verdade nunca dá certo’, diz.

Segundo Silva, todas as tramas da novela vão abordar a questão da família. ‘Será uma novela conservadora, vai retomar valores.’

OUTRO CANAL

Festa A Globo exibirá especiais após a novela das oito durante toda a semana de 26 de abril de 2005, quando irá comemorar 40 anos. Serão programas retrospectivos ou que recriem antigas atrações da emissora. Menos o do dia 26, que será uma festa de gala.

Provisório Maurício Nunes, que dirigiu o ‘Domingo Legal’ da falsa entrevista do PCC, assumiu a direção geral do programa na última sexta, no lugar de Roberto Manzoni. Mas a situação ainda não é definitiva. Nesta semana, Gugu Liberato irá discutir o assunto com Eugenio Lopez, vice-presidente de fato do SBT.

Confusão 1 Executivos do SBT tentam interpretar as recentes decisões de Silvio Santos, que na semana passada demitiu o assessor Rick Medeiros, com quem trabalhou durante 28 anos, e o diretor de programas Roberto Manzoni, funcionário da casa há 25 anos.

Confusão 2 As demissões de antigos colaboradores, as reduções de salários altos e a contratação do mexicano Eugenio Lopez indicam, de acordo com os executivos, para a seguinte conclusão: o SBT está mesmo à venda, como já declarou Silvio Santos.

Na espera O canal pago GNT tem uma lista de prováveis substitutas de Rita Lee, que vai deixar o ‘Saia Justa’ no programa do próximo dia 19. Nesse dia, o canal pretende anunciar a nova ‘quarta saia’.’



SBT
Daniel Castro

‘Silvio Santos vai comprar televisores usados’, copyright Folha de S. Paulo, 9/05/04

‘O departamento comercial do SBT está à procura de patrocinadores para um novo programa de Silvio Santos. O projeto tem o singelo nome de ‘Compro Seu Televisor’.

Com medo de ser copiada pela concorrência, a emissora faz suspense sobre o conteúdo. Seus executivos divulgam apenas que será um programa em que o telespectador irá trocar com Silvio Santos televisores usados por prêmios novinhos e mais valiosos. Não se sabe que destino será dado a tanta sucata.

Além de ‘Compro Seu Televisor’, o SBT tenta patrocínios para mais três programas de Silvio Santos: ‘Show do Milhão’, ‘Roda a Roda’ e ‘Qual É a Música?’.

OUTRO CANAL

Lançamento 1 Atriz de teatro, Tania Kalil é uma das apostas de ‘Senhora do Destino’, próxima novela das oito da Globo. Ela viverá uma bailarina, casada com Leandro (Leonardo Vieira) e apaixonada pelo cunhado, Viriato (Marcelo Anthony).

Lançamento 2 O papel seria de Scheila Carvalho (É o Tchan). Mas o personagem cresceu, e a Globo optou por uma atriz mesmo. Tania atenderá por Nalva Ferrari. ‘Com este nome, ela será uma verdadeira máquina’, diz o autor, Aguinaldo Silva.

Dia das Mães O infantil Discovery Kids é o canal pago mais visto por mães com filhos de dois a 14 anos. O Sony é o segundo, e o Warner, o terceiro. Dados do Ibope.’



CABOCLA
Carol Knoploch

‘Cabocla estréia com produção nova e texto de 1979’, copyright O Estado de S. Paulo, 9/05/04

‘A missão não é das mais fáceis: substituir o grande sucesso dos últimos tempos na faixa das 18 horas. O remake de Cabocla, de Benedito Ruy Barbosa e com adaptação de suas filhas Edmara e Edilene, estréia amanhã no lugar de Chocolate com Pimenta, de Walcyr Carrasco, cuja média de audiência foi de cerca de 35 pontos, com 58% share (porcentual da audiência no universo de televisores ligados). ‘Fiz tantas novelas para as 18 horas.

Não estou preocupado com ibope. É a casa que se preocupa com isso’, afirma Benedito.

‘Chocolate é uma exceção no horário’, avisa o diretor de Núcleo Ricardo Waddington, que vê outro desafio nesta nova empreitada, sua primeira novela de época: emplacar um remake. ‘Só se faz remake de novelas que foram sucesso. A questão é: esta novela é a mesma de 1979? O texto sim, mas a realização, não. Hoje temos mais recursos, mais produção. A referência anterior é muito distante. Se em algum momento se comentar ‘mas a outra tinha isso, mostrou aquilo…’ é porque dançamos.’

O enredo de Cabocla, inspirado no romance de Ribeiro Couto, é o mesmo. A história se passará em 1918 – a anterior foi caracterizada em 1926. A primeira versão teve 170 capítulos e exibição em cinco dias da semana. A atual, com 140, vai ao ar seis vezes por semana. A abertura teve música de Nelson Gonçalves e agora será de Marcelo Barbosa, filho de Benedito. Glória Pires fez Zuca, sua primeira protagonista – adoeceu e teve de ser substituída por Christiane Grossi, focalizada somente de perfil nos dois últimos capítulos. Seu par romântico foi Fábio Jr. ‘Não é vaidade, não.

Cabocla não teve erro. É a novela que considerei, como texto, o meu melhor trabalho’, comenta Benedito, que supervisiona suas filhas – elas já adaptaram cerca de 50 capítulos.

O último trabalho do autor, a novela Esperança, sofreu intervenção – Walcyr, aliás, foi quem terminou a história. Benedito teve problemas de saúde e atrasou a entrega dos capítulos. ‘Tenho 26 novelas nas costas e graças a Deus recuperei meus pulmões. Não fumo há um ano. Estava com os brônquios inflamados e com começo de enfisema. Mas agora já voltei até a cantar em karaokê’, disse Benedito, que tem contrato com a Globo até 2007 e diz não ter mais vontade de escrever para as 20 horas. Não descarta, porém, seriados e minisséries.

Briga pela terra – Ao descobrir que está tuberculoso, Luís Jerônimo, que será vivido por Daniel de Oliveira (leia texto ao lado), é aconselhado por seu médico a repousar em Vila da Mata, uma cidade fictícia. Lá, na fazenda do coronel Boanerges, de Tony Ramos, conhece Zuca, que será a estreante Vanessa Giácomo, uma cabocla tímida e que é noiva de Tobias (Malvino Salvador).

Vanessa Giácomo fez teste para o papel, que teve Cléo Pires, filha de Glória, como primeira cotada. Vanessa, 21 anos, pequenina (1,60 metro), nascida em Volta Redonda, havia feito somente participações em Malhação e no policial Linha Direta. ‘Fiz a mulher do bandido’, diz, aos risos. ‘Acho que nem o Ricardo (diretor) esperava que eu fosse me sair tão bem nos testes.

Sou muito tímida, mas, se alguém me provoca, falo o que penso, encaro. E a Zuca é bem assim’, compara Vanessa.

A história política do folhetim é centrada em Boanerges, o coronel Justino (Mauro Mendonça) e Felício (Sebastião Vasconcelos), pai de Tobias. É aqui que entram pequenas mudanças na trama. Isso porque, em 1979, o autor teve cenas proibidas pela censura. Por usucapião, Felício teria direito às terras que ocupa há tempos, mas Justino se vale da ignorância do posseiro para tomar o sítio, alegando que Felício não tem a escritura do lugar. Boanerges, o coronel bonzinho, chefe político da região e rival do viúvo Justino, defenderá Felício.

‘A luta é entre os barrigas-cheias, os latifundiários, e os pés no chão, os bóias-frias’, comenta Benedito, que acredita que o público fará associações com O Rei do Gado (1996), também de sua autoria e que aborda o problema dos sem-terra. ‘Em O Rei do Gado, coloquei os sem-terra com a seguinte tônica:

só merece a terra aquele que a faz produtiva. É difícil acordar às 4 horas com a enxada na mão. Meu líder rural não invadia terras produtivas, não! Às vezes recebo e-mails com dizeres do tipo: ‘Olha o que você fez com a sua maldita novela. Botou fogo no sertão…’, conta Benedito, emocionado. ‘Não é verdade! O Senado do Brasil e o Congresso Nacional é que precisam mudar esta situação. O Lula, que já esteve do outro lado, está sem ação com esse bando de invasões.’

Romance proibido – ‘Não existe horário para mim.

Seis, sete, oito, nove’, declara Tony Ramos, que volta à faixa horária – sua última atuação às 18h foi como o cético escultor Floriano Ferraz, de Anjo de Mim (1996), de Walther Negrão. Mauro Mendonça também estava no folhetim. ‘Já nos divertimos muito juntos. Isso aqui não é uma dupla é uma ‘pareia’, brinca Tony, que na ficção será casado com Emerenciana, de Patrícia Pillar, que, por sua vez, foi sem-terra em O Rei do Gado.

Emerenciana, grávida novamente, já é mãe de Belinha, a cargo de Regiane Alves, que se apaixonará por Neco (Danton Mello), filho de Justino. Eles se conhecem na viagem do Rio a Vila da Mata e nem imaginam a confusão que o romance vai causar. A professora Belinha – Regiane espera, com o papel de boa moça, livrar-se da vilã Dóris (Mulheres Apaixonadas) – e o estudante de Direito Neco fizeram sucesso na primeira versão.

‘Estamos fazendo cinema. Vocês verão’, comenta Tony, que suspendeu suas atividades no teatro para dedicar-se à novela. Segundo ele, cerca de 70% das cenas de Cabocla estão sendo feitas em externas. Há locações em Jaguariúna, Bananal, na região de Campinas, Visconde de Mauá, só para citar as principais. ‘Não vi a primeira versão e não quero ver. Na época fazia teatro e Pai Herói. Quando estava em Mulheres Apaixonadas, saía do Projac por volta das 22 horas. Chegava em casa e a novela já tinha acabado. Não dá tempo de ver novela quando estamos gravando’, justifica o ator, que hoje, no entanto, consegue acompanhar Celebridade por causa do expediente maleável de Cabocla.

‘Quero ver a Laura pagar caro! Mas não me pergunte quem matou Lineu Vasconcelos’, brinca o coronel de primeira viagem.’

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‘A hora e a vez de Daniel de Oliveira’, copyright O Estado de S. Paulo, 9/05/04

‘Sucesso em 1979, ‘Cabocla’ retorna à tela da Globo amanhã, na faixa que volta a obter seus melhores resultados com tramas de época. Para evitar comparações com Glória Pires e Fábio Jr., diretor optou por casal sem grandes referências anteriores e proibiu elenco de ver cenas da versão originalEle brinca que as doenças o perseguem: será tuberculoso na novela e Cazuza, portador do HIV, no cinema

Preste atenção nele: Daniel de Oliveira, mineiro, 26 anos, 1,74 metro (‘bem esticadão’, diz), olhos azuis e sorriso fácil. Após temporada de um ano e meio em Malhação, participação em parte da novela A Padroeira e de viver o militante Bernardo, filho de Tarcísio Meira na minissérie Um Só Coração, o ator terá dois papéis de destaque na ficção: o tuberculoso Luís Jerônimo, em Cabocla, e Cazuza, no longa Cazuza – O Tempo Não Pára, de Sandra Werneck, que mostrará a vida do compositor até a sua morte, em conseqüência do HIV.

‘As doenças me perseguem’, brinca o ator, que estará em cartaz no cinema a partir de 4 de junho.

Daniel foi escolhido para Cabocla também por causa do porte físico.

Pequenino e longe do padrão sarado de academias, dará credibilidade a um jovem que lutará contra a tuberculose, sem cura na época. No decorrer do século 19 e até meados do 20, a doença era comum entre poetas, intelectuais, músicos e demais artistas e, assim, associada à vida boêmia.

É a tuberculose que fará Jerônimo conhecer Zuca (Vanessa Giácomo). Filho de pai rico, Joaquim (Reginaldo Faria), exportador de açúcar no Rio, Jerônimo jogou fora o diploma de advogado: gosta de sair à noite, conhecer várias mulheres e não ter compromisso algum. Aconselhado pelo médico Edmundo (Othon Bastos), embarcará para a fictícia Vila da Mata para tratar dos pulmões.

Ficará hospedado na casa do primo, o coronel Boanerges (Tony Ramos), local onde Zuca passará a trabalhar. Os dois se apaixonam. A cabocla, noiva de Tobias (Malvino Salvador), lutará contra este amor.

Daniel, que namora a também mineira Débora Falabella na vida real, bateu à porta da Globo para arrumar trabalho. Desde os 12 anos pega no batente: o primeiro emprego foi na loja de balas do tio. Aos 14 , foi auxiliar de serviços gerais em uma empresa de plástico e papel. Trabalhava para pagar o curso noturno de teatro, no Núcleo de Estudos Teatrais, em Belo Horizonte.

Agora, os amigos do Núcleo, Arthur Rodrigues e Tom Guimarães, moram no Rio.

Formam com Daniel uma banda de rock. O ator arrastou o guitarrista André Fefer, que no filme sobre Cazuza interpreta Maurício Barros, para a Pedras para Moer, a banda. ‘Com a novela, só sobraram as madrugadas para os ensaios’, declara Daniel, que trabalhava na loja de balas do tio em 1990, quando o vocalista do Barão Vermelho morreu, aos 32 anos. Confessa que sabia pouco da vida dele e que se preparou um ano e meio para o papel: ‘Tinha apenas o LP da música Burguesia. Ganhei o que tem Exagerado quando fazia o longa.’

Estado – Como surgiu o primeiro convite para trabalhar na Globo?

Daniel de Oliveira – Bati na porta da Globo, uai! Fui para o Rio por causa de um comercial sobre o combate ao alcoolismo que fiz com o Gianfrancesco Guarnieri. A Manchete gostou e me chamou para um teste para Brida (novela interrompida devido à crise da emissora). O projeto foi interrompido, mas eu ficava entre BH e o Rio. Quis manter meu apê no Catete para investir na área. Levei a fita com o meu comercial para a Globo. Até que surgiu um teste para Mulher. Mas um produtor de elenco achou melhor eu fazer o teste para Malhação. Quando ensaiava para a peça Êxtase, de Walcyr Carrasco, ele me chamou para A Padroeira (fez o padre Gregório).

Estado – Você entrará no ar como o tuberculoso Luís Jerônimo e como Cazuza no cinema…

Daniel – E sem falar que o Bernardo (Um Só Coração) pegou uma doença chamada maleita no interior da Bolívia… As doenças me acompanham.

Estado – Como se ‘libertou’ do Cazuza para viver o Bernardo e agora o Luís Jerônimo?

Daniel – Ter um tempo entre um personagem e outro é importante.

Principalmente após o Cazuza. Precisei de um bom fôlego. Até para voltar ao normal. Para o papel, tirei as sobrancelhas, fiquei sem cabelo, muito queimado de sol e dos bronzeamentos artificiais e muito magro. Cheguei a 57 quilos. No início pesava 72 .

Estado – Você viu ‘Cabocla’?

Daniel – Não posso ficar preso ao que foi feito. Quando meu personagem estiver consolidado, aí sim, vou ver. Para matar a curiosidade e para, quem sabe, fazer uma homenagem ao Fábio Jr. no fim da novela.

Estado – Você já gravou a cena em que descobre que está com tuberculose? Há como comparar com a descoberta que Cazuza faz do HIV no filme?

Daniel – No filme fizemos uma cena emocionante: estou correndo entre os carros, em direção ao mar e chorando muito. No caso do Jerônimo foi dentro de um consultório. E ele não acredita muito não…

Estado – Qual a diferença de interpretar um personagem fictício e o Cazuza, ídolo dos anos 80?

Daniel – Cada um tem sua grandeza, caminho e importância. No caso do Cazuza, que tem história recente, foi muito específico, especial. Tive contato com os pais dele, com os amigos e com os fãs… Para fazer um papel destes é preciso ter sorte.

Estado – Gosta de novela de época?

Daniel – A Globo tem um cuidado espetacular com os detalhes. Fiz uma cena em que a caixa de fósforos era mesmo da década de 20. Nem tinha idéia de que os fósforos só tinham a cabeça branca. Foi difícil riscar o palito. Eu me transporto para a época, as roupas dão aquela pose. Adoro.

Estado – Falamos dos seus personagens. Afinal, quem é o Daniel?

Daniel – Não sei me definir. Estou sempre me avaliando, mudando de opinião, aprendendo.’



Cláudia Croitor

‘‘Cabocla’ estréia atualizada por filhas de Ruy Barbosa’, copyright Folha de S. Paulo, 9/05/04

‘Famoso por ser um dos últimos autores da Globo que faz questão de escrever suas novelas sozinho, sem colaboradores, Benedito Ruy Barbosa, 73, está cedendo: divide a autoria da nova novela das seis, ‘Cabocla’, com suas duas filhas.

A divisão, no entanto, ocorre à maneira do autor: a trama já foi toda escrita por Ruy Barbosa. Só que em 1979, quando a Globo exibiu a primeira versão da novela.

Agora, para o remake que estréia amanhã, às 18h, substituindo ‘Chocolate com Pimenta’, Edmara, 43, e Edilene Barbosa, 42, assumem as rédeas da história.

‘O que estamos fazendo é pegando capítulo por capítulo e atualizando diálogos, crescendo a participação de alguns personagens, mexendo em cenas’, diz Edmara. ‘Mas o enredo e a estrutura básica dos capítulos estão sendo mantidos. Como estamos conduzindo nosso trabalho em cima do que foi escrito por meu pai, ele tem nos deixado livres para criar, dentro da linha dele.’

Mesmo assim, após reescrever cada capítulo com sua irmã, ela o envia para a avaliação do pai, que até agora -elas já estão no capítulo 50- não mexeu ‘em nenhuma linha sequer’. ‘Nós já trabalhamos juntos há muito tempo, elas já leram tudo o que eu escrevi e já conhecem minha maneira de pensar’, afirma Ruy Barbosa.

Edmara auxilia o pai há mais de 20 anos, desde a novela ‘Os Imigrantes’, escrita para a TV Bandeirantes, quando fez a pesquisa histórica para a trama. Já Edilene começou a trabalhar com ele apenas em ‘Renascer’ (93).

‘Mas nunca permitiu que a gente escrevesse os capítulos, pois está acostumado a escrever sozinho, a criar em cima da máquina’, diz.’