A modelo Naomi Campbell ganhou no dia 6/5/04, o processo que movia contra o jornal britânico Daily Mirror. Naomi processou o jornal em 2001, com a alegação de que o Mirror havia invadido sua privacidade ao publicar fotos suas saindo de uma clínica após uma reunião dos Narcóticos Anônimos e uma reportagem com detalhes sobre seu tratamento.
Naomi, que anteriormente havia negado ser usuária de drogas, testemunhou no julgamento que a matéria do jornal a deixou ‘chocada, com raiva, traída e violada’. Em abril de 2002, o tribunal deu sentença favorável à modelo, ordenando o Mirror a pagar seus custos legais e mais US$ 6.300 por danos morais. O jornal conseguiu reverter a sentença seis meses depois. Foi a vez de Naomi ser ordenada a pagar os custos legais do jornal, estimados em US$ 630 mil.
A modelo não se deu por vencida, e apelou novamente, conseguindo de volta a sentença original. O júri entendeu que o Mirror tinha todo o direito de noticiar que Naomi era viciada em drogas e estava em tratamento, mas não podia especificar o tratamento ou publicar fotos dela do lado de fora da clínica.
O caso da modelo abriu precedente para que outras celebridades tomem as mesmas providências quando acharem que tiveram sua privacidade invadida. ‘Agora os jornais vão ter que começar a tomar cuidado ao usarem fotos de paparazzi’, afirmou Gerrard Tyrrell, advogado da também modelo Kate Moss.
Já Keith Schilling, advogado de Naomi, chamou atenção para os riscos financeiros que os jornais correm. Apenas no processo da modelo, estima-se que o Mirror tenha gasto mais de um milhão de libras. No ano passado, o casal de atores Catherine Zeta Jones e Michael Douglas recebeu cerca de um milhão de libras por danos em uma ação movida contra a revista Hello!
O medo, afirma Beth Gardiner [AP, 6/5/04], é que o veredicto do caso Naomi Campbell contra o Daily Mirror seja apenas o começo de um processo de restrição à liberdade de imprensa. Com informações de Owen Gibson e Claire Cozens [The Guardian, 6/5/04].