Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Gazeta Mercantil

‘A Walt Disney não necessita de um novo canal de distribuição para seus filmes e shows de televisão por causa de sua popularidade, disse o principal executivo da Disney, Michael Eisner. Na quarta-feira passada, a Disney recebeu uma oferta de aquisição de US$ 54,1 bilhões da operadora de TV a cabo Comcast. ‘Há grandes companhias de distribuição e grandes empresas de conteúdo’, disse Eisner aos investidores, na quinta-feira, em uma conferência realizada no Walt Disney World Resort, perto de Orlando, Flórida. ‘Elas podem mas não precisam estar juntas. Nós sentimos que estamos administrando uma empresa muito boa do jeito que está’, disse Eisner.

Uma associação permitiria à Comcast, a maior operadora de TV a cabo do mundo, cortar os custos de licenciamento para distribuir filmes da Disney – como ‘Sexta-feira muito louca’ e shows de TV, como o canal a cabo esportivo ESPN – para seus 21,5 milhões de assinantes. A Time Warner pode exibir atualmente os filmes da Warner pela sua unidade de TV a cabo e a News Corp. pode usar sua emissora via satélite Directv para exibir filmes da Fox.

A aquisição, que pode formar o maior conglomerado de mídia do mundo, ‘tentará resgatar a proeminência da Disney e o crescimento da empresa por meio do casamento de conteúdo e distribuição’, disse o principal executivo da Comcast, Brian Roberts, em Nova York. A Disney, com sede em Burbank, Califórnia, o segundo maior conglomerado de mídia dos Estados Unidos, relatou lucro no quarto trimestre do ano fiscal de US$ 688 milhões, em razão do aumento da receita na sua unidade cinematográfica.

O maior sucesso de bilheteria de 2003, ‘Procurando Nemo’, produzido pela Pixar Animation Studios e distribuído pela Disney, ajudou a ampliar os lucros somando bilheteria de US$ 340 milhões nos EUA, segundo a Exhibitor Relations. O CEO da Pixar, Steven Jobs, optou há duas semanas por não renovar o contrato com a Disney, deixando Eisner de fora de qualquer sucesso futuro da Pixar após 2005.

Eisner está resistindo aos pedidos de renúncia feitos pelos ex-diretores Roy Disney e Stanley Gold enquanto faz campanha por sua reeleição ao conselho antes da reunião anual da empresa, em 3 de março. A Institutional Shareholder Services, a maior consultoria para fundos de pensão sobre votos por procuração, aconselhou seus membros a não votarem em Eisner.’



Jornal do Brasil

‘Comcast lança oferta pela Disney’, copyright O Globo, 11/02/04

‘A tradicional Walt Disney Company, dona do rato Mickey e de outras personagens que fazem parte do imaginário de crianças e adultos do mundo todo, foi surpreendida ontem por uma oferta hostil (não solicitada). O candidato a comprador é a Comcast, maior operadora de TV a cabo dos Estados Unidos, que ofereceu US$ 54,1 bilhões em ações pela Disney, o que representa um prêmio de 9,9% sobre o preço de fechamento dos papéis da empresa na terça-feira, além de assumir US$ 11,9 bilhões em dívidas. O valor total do negócio chega a US$ 66 bilhões.

A oferta hostil da Comcast é mais um duro golpe na administração de Michael Eisner, principal executivo da Disney e que enfrenta oposição de um grupo de acionistas liderado por Roy Disney, sobrinho do fundador Walt Disney. Em novembro, Roy abandonou cadeira no Conselho de Administração da companhia acusando Eisner de má gestão e de não apresentar plano para sua sucessão. No mês passado, o herdeiro enviou cartas para todos os acionistas da empresa pedindo apoio para remover Eisner do comando.

Para piorar, também em janeiro o estúdio Pixar, responsável por sucessos de bilheteria como Procurando Nemo e Toy Story, anunciou que não renovaria rendosa parceria com a Disney. Ontem, Roy voltou à carga, afirmando que o estilo cortador de custos e centralizador de Eisner ‘drenou a criatividade’ da empresa, há anos sem um grande sucesso.

Percebendo a fragilidade da posição de Eisner e querendo aproveitar as divisões no conselho da Disney, Brian Roberts, principal executivo da Comcast, aproveitou para fazer a proposta, avaliaram analistas. A oferta hostil acontece apenas dois dias depois de Roberts se reunir com Eisner e ouvir dele recusa ao negócio.

Na apresentação dos resultados da Disney ontem, no entanto, Eisner afirmou que a diretoria da empresa iria ‘considerar cuidadosamente’ a proposta.

– Recebemos uma oferta não solicitada hoje (ontem), que o conselho da Walt Disney Company examinará, considerará cuidadosamente e, no tempo devido, terá uma resposta. Com Bloomberg News’

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‘Lucro para salvar a pele’, copyright O Globo, 11/02/04

‘No mesmo dia em que foi surpreendido pela oferta da Comcast, Michael Eisner, principal executivo da Walt Disney Company, ganhou um aliado de peso na briga com o herdeiro Roy Disney para se manter à frente da empresa e lutar contra sua aquisição: lucros. A companhia informou ter registrado ganhos de US$ 688 milhões no primeiro trimestre do seu atual ano fiscal, iniciado em 1º de outubro, contra apenas US$ 36 milhões no mesmo período do ano fiscal anterior.

Eisner, que tem usado o argumento da melhoria dos resultados para convencer os acionistas a optarem por mantê-lo no cargo, deverá usar o salto nos últimos números na sua guerra. A notícia da oferta e dos lucros fez as ações da Disney dispararem 15%, para US$ 27,60, bem acima dos US$ 26,47 que a Comcast está se dispondo a pagar pelos papéis.

A possível união de Comcast e Disney criaria uma das maiores empresas de mídia do mundo, com receitas de US$ 45,4 bilhões anuais. Além do tradicional estúdio de animação e dos parques temáticos, a Disney controla a produtora de filmes Miramax, a rede de TV aberta ABC e o canal a cabo ESPN. A Comcast, por sua vez, seria o canal ideal para distribuição desse conteúdo. Com Bloomberg News’



O Estado de S. Paulo / The New York Times

‘O rato sitiado’, Editorial copyright O Estado de S. Paulo / The New York Times, 13/2/2004

‘No editorial abaixo, o ‘NYT’ levanta o debate sobre os limites para a concentração da mídia

A tentativa da Comcast, a maior companhia de cabo dos EUA, de adquirir o fabuloso império de entretenimento construído por Walt Disney e Mickey Mouse está longe de um negócio concluído. Mas não é cedo demais para os reguladores federais pararem de se distrair com debates miúdos sobre a santidade do show do intervalo do Super Bowl e se concentrarem em refazer a política da nação para as companhias de mídia no século 21. A Comcast teria de trabalhar mais para persuadir os reguladores federais sobre esse negócio de US$ 54,1 bilhões do que para convencer os acionistas da Disney a permitir a aquisição.

é cedo demais para fazer um julgamento final sobre a fusão, mas ela levanta preocupações sérias sobre a concentração excessiva de conteúdo e canais de distribuição de mídia em uma corporação. A Comcast terá dificuldade para responder aos temores legítimos de que a junção do maior sistema de cabo da nação com a emissora ABC, com redes a cabo como a ESPN e com estúdios de cinema pode minar o mercado competitivo de idéias tão crucial para a democracia.

As antigas regras da Comissão Federal de Comunicações (FCC) para propriedade de mídia destinavam-se à proteção contra tais combinações ameaçadoras. O perigo sentido era o de que os controladores da tela de seu televisor pudessem estar na posição de ditar as escolhas de informação e entretenimento. Assim, durante décadas, o governo federal proibiu qualquer companhia de possuir mais de uma emissora e proibiu as redes de possuir sistemas a cabo, ou estações demais. As redes também eram proibidas de possuir estúdios em Hollywood ou criar de alguma outra maneira uma parte grande demais de sua programação. Hoje, uma vasta maioria dos americanos assiste à televisão via cabo ou satélite, e muitas dessas regras foram adequadamente eliminadas ou relaxadas. A Disney adquiriu a companhia controladora da ABC em meados dos anos 90 como resultado dessas mudanças regulatórias.

A FCC criou uma reação política contra a ‘grande mídia’ no ano passado, quando procurou afrouxar os limites à capacidade de uma emissora de ser proprietária de suas afiliadas. Grande parte do barulho foi orquestrada por proprietários de estações locais satisfeitos com o status quo. Na verdade, o fato de a ABC possuir ou não sua afiliada em Toledo ou Tucson deixou de ser a premente preocupação pública que foi outrora. Isto certamente empalidece comparado com a questão de a Time Warner, a segunda maior operadora de cabo da nação, atrás da Comcast, estar ou não numa posição de excluir ou discriminar canais que concorrem contra o seu próprio. A proposta de aquisição da Comcast torna mais urgente uma resolução para essa questão.

Nem a FCC, nem o Congresso – que atualmente parecem mais ocupados com o ‘defeito de vestuário’ de Janet Jackson – têm mostrado muita vontade de criar regras para enfrentar tais perigos numa paisagem de mídia alterada. A indústria do cabo, hoje a mais poderosa controladora de programação, está livre de muitas das restrições antes sofridas pelas emissoras.

Os reguladores federais poderiam bloquear a operação Comcast-Disney na ausência de quaisquer novas regras declarando vagamente que ela vai contra o ‘interesse público’, mas o público deveria ter a capacidade de contar com uma proteção legal mais explícita. A aquisição da Disney proposta pela Comcast, deveria motivar um debate completo sobre os limites adequados para a concentração da mídia.’



Cidade Biz

‘Empresas de mídia se armam para contracar oferta da Comcast’, copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.com.br), 13/02/04

‘Depois de a Comcast ter feito uma oferta para comprar a Walt Disney Company, outros grupos de mídia ficaram atentos para o negócio. É o que diz artigo da Times Business.

Os grandes grupos de mídia americanos, Pixar inclusive, estão examinando contra ofertas para tentar superar o lance da Comcast, que foi de US$66 bilhões.

Aparentemente, a Pixar, cujo CEO é Steve Jobs, está formando um consórcio financeiro para tentar cobrir a oferta da Comcast. ‘Steve está muito atento a isso,’ disse uma fonte da Pixar, após tentativa infrutífera do jornal de obter um comentário de um porta-voz de Jobs.

A Time Warner, outra possível interessada na compra, negou-se a confirmar o fato, embora uma porta-voz da empresa também não tenha descartado a possibilidade.’



EUA / MERCADO PUBLICITÁRIO
Cidade Biz

‘Comerciais de TV movimentam US$ 3,5 bilhões nos EUA’, copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.com.br), 16/02/04

‘A produção de comerciais para TV nos EUA movimentou US$ 3,5 bilhões entre julho de 2002 e junho de 2003. Os números são de levantamento da Association of Independent Commercial Producers, com sede em Nova Iorque.

Do total, US$ 2,7 bilhões foram destinados a produções realizadas em território americano. O restante refere comerciais rodados em outros países.

A pesquisa, em sua 1a edição, tem o objetivo de mensurar o mercado específico e o impacto desse segmento na economia do país.

O estudo indica que os EUA abrigaram 78% dos dias de produção. O sul da Califórnia foi a região mais utilizada para comerciais, seguido por Nova Iorque.’



NEWS CORP.
O Globo

‘Lucro maior na news’, copyright O Globo, 11/02/04

‘O grupo de mídia News Corp. anunciou ontem que o lucro da empresa cresceu no segundo trimestre fiscal, com ajuda do bom desempenho de suas divisões de jornais e TV a cabo. A companhia – que é proprietária dos estúdios 20th Century Fox, do jornal ‘The New York Post’ e controla a DirecTV – informou que seu lucro líquido cresceu para US$ 361 milhões no período, contra US$ 239 milhões em igual trimestre do ano anterior. A receita do grupo cresceu 19%, para US$ 5,6 bilhões.’