A situação de jornalistas trabalhando em Porto Príncipe, capital do Haiti, chamou a atenção da Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, sigla em inglês). Segundo a federação [8/3/04], o nível de violência e tensão política no local continua crescendo.
No dia 7/3, o cameraman Ricardo Ortega, correspondente em Nova York para a emissora espanhola Antena 3, recebeu um tiro no estômago e morreu em um hospital privado de Porto Príncipe. ‘É uma perda terrível’, disse Aidan White, secretário-geral da IFJ, acrescentando que agora os ‘jornalistas estão diretamente na linha de fogo’. Michael Laughlin, fotógrafo do South Florida Sun-Sentinel, também foi baleado no ombro e no rosto. Seu quadro, segundo o Hospital Canape Vert – o mesmo a que foi levado Ortega –, é estável.
A IFJ pediu cuidado especial a organizações noticiosas e jornalistas cobrindo o conflito e alertou para a necessidade de treinamento de segurança, seguro de vida e equipamento em ordem para evitar riscos desnecessários. A federação disse estar planejando uma missão ao Haiti nas próximas semanas, a fim de avaliar a situação da mídia no país.
Jornalistas foram alvo
O fotógrafo do Sun-Sentinel garantiu que fora alvo dos tiros ao ser atingido. ‘Acredito nisso porque éramos as únicas pessoas ali’, disse Laughlin. ‘A polícia estava do outro lado da rua. Havia talvez dois ou três haitianos e cerca de uma dúzia de fotógrafos. Posso dizer com certeza que estavam alvejando jornalistas – não eu necessariamente’.
De acordo com Charles Rabin [The Miami Herald, 11/3], Laughlin não usava colete a prova de balas. Ele seguia uma equipe da SWAT haitiana, tirando fotografias encostado em uma parede, próximo a uma porta.