El Diario del Fin del Mundo teve seu escritório destruído por um incêndio no dia 6/3/04, na cidade de Ushuaia, província argentina da Terra do Fogo, extremo sul das Américas. A polícia e os bombeiros concluíram que não se trata de acidente. Apenas cinco dias antes, indivíduos não-identificados vandalizaram o carro do jornalista Alfredo Valdéz, que tem um programa na estação Rádio Lavia, também de Ushuaia.
Segundo nota da Asociación de Defensa del Periodismo Independiente [11/3/04], Lavia havia noticiado que o ministro provincial de Coordenação, Eduardo Cóppola, vive em uma casa pertencente à prefeitura da cidade de Río Grande. Entrevistado a respeito por Valdéz, o ministro comentou que ‘jornalistas que criticam funcionários do governo deveriam ser investigados’. No dia 1/3, Carmen Miranda, repórter do Diario del Fin del Mundo e secretária-geral do sindicato de jornalistas local, foi abordada por investigadores da polícia provincial, que perguntaram os endereços de outros profissionais de imprensa da cidade, a pretexto de dar-lhes proteção.
Após o incêndio no diário, jornalistas protestaram e Cóppola renunciou a seu cargo. O governador Mario Jorge Colazo descreveu o fogo como ‘ato terrorista’ e pediu desculpas por não ter feito proteger a imprensa, comprometendo-se a investigar com rigor a série de ataques contra ela.