Não vejo o porquê de ser essa greve ‘absurda’ e ‘ilegítima’. Primeiro, ela não é absurda, pois está-se buscando o cumprimento de uma lei que há oito anos não é cumprida por parte do governo federal, além de se reivindicar melhorias nas condições de trabalho atualmente vividas na corporação e gratificações de risco e compensação orgânica para os servidores administrativos; segundo, como pode este movimento ser ilegítimo se representa os anseios dos servidores em questão? Infelizmente, companheiro (ou felizmente…), não é mostrada na mídia a atual situação em que se encontra a Polícia Federal. Só aparecem na mídia as operações desenvolvidas que chamam a atenção.
Na mídia não aparece que policiais viajam para missões com dinheiro do próprio bolso – não raro pagando juros do cheque especial –, chegando a ficar meses sem receber suas diárias (que deveriam ser pagas antecipadamente). Não aparece na mídia que operações deixam de ser desencadeadas, inquéritos deixam de ser instruídos, por não haver combustível para viaturas, além de outras ‘faltas’ de condições de trabalho enfrentadas atualmente pelos servidores da nossa querida Polícia Federal.
Nossa greve está dentro da normalidade e da legalidade. Em oito dias de paralisação não foi noticiado nenhum incidente! Isto é um exemplo de movimento paredista! Apenas estamos exercendo o consagrado direito de greve. Justa greve!
Luciano Alves Caldas, policial federal, João Pessoa
Lições aprendidas
A imprensa deveria aproveitar para discutir situações correlatas, como planos de cargos e salários, responsabilidade e impunidade. Está mais do que na hora de a sociedade contar com uma ouvidoria ou uma instância apropriada e atuante que seja eficiente na comunicação e eficaz no cumprimento do dever, ou seja, na defesa do cidadão. Porém, não dá para esquecer que o próprio Judiciário usou da ameaça de greve para constranger o Legislativo na defesa dos interesses corporativos… São lições aprendidas que agora fazem a prática de outras corporações em detrimento dos interesses da nação.
Valéria Villa Verde, socióloga, Curitiba
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Quem policia os federais? – Alberto Dines
Greve na Fatec, silêncio na mídia
Eu gostaria de tornar pública a minha lástima pela pouquíssima cobertura (quase nenhuma!) que a mídia tem dado à greve da Fatec-SP e aos problemas pelos quais ela vem passando. Sou ex-aluno. Concluí meu curso superior de Tecnologia Mecânica há poucos meses, em dezembro de 2003. E foi muito pouco o que tenho visto de notícias sobre um de seus maiores problemas: 10 anos sem reajuste salarial para professores e funcionários (isso para não falar nos outros funcionários públicos, como os policiais, por exemplo). Os únicos reajustes que receberam foram dois, e em época de eleição, merreca de apenas um dígito (e bem pequeno). Com isso, vai-se sucateando o ensino público superior. Por isso, estou mandando esta mensagem, para que a mídia cumpra a responsabilidade social que lhe cabe. Já a vi abordando os cursos superiores de advocacia que pipocam aqui e ali, a greve da FFLCH da USP, a greve das federais, mas sobre as Fatecs e ETEs, quase nada. (…)
Marcos de Araújo Cesaretti, tecnólogo mecânico, São Paulo
PRAGAS DA INTERNET
Olho nas empresas
Pela própria internet recebe-se spam de empresas oferecendo cadastros com milhões de endereços. Como estamos habituados a agir sempre na contramão, combatendo os spammers, a saída mais adequada seria combater empresas que oferecem por dinheiro esses bancos de dados. Falando nisso, onde tais empresas conseguem os nossos endereços?
Eugenio Pacelli, fotógrafo, Uberlândia, MG