Friday, 27 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Folha faz editorial sobre censura

A principal notícia sobre mídia e imprensa nos jornais na segunda-feira, 12 de dezembro, foi um editorial da Folha de S. Paulo sobre o episódio de censura togada do qual o jornal e o site Folha Online foram vítimas. No texto, a Folha relata que cumpriu a decisão da Justiça, retirando da inernet mais de uma centena de páginas referentes ao caso Kroll, objeto da censura. Mas reporta a inconformidade com a decisão e uma inquietação sobre o surgimento deste tipo de censura: ‘Preocupa a freqüência e a desenvoltura com que magistrados vêm exarando sentenças semelhantes, em ostensivo descaso para com o que manda a Constituição. (…) Confiamos que a instância superior corrija prontamente o erro, sob risco de vermos emergir um simulacro da época stalinista, período em que era hábito não só censurar a imprensa, como em toda ditadura, mas até mesmo reescrever os registros históricos do passado’, afirma o editorial da Folha.


Além do caso da censura, a Folha noticia o lançamento do livro Santô e os Pais da Aviação, do cartunista e colaborador deste Observatório João Spacca de Oliveira, o Spacca. ‘A princípio, quis contar a história de Santos-Dumont por uma ótica nacionalista, para mostrar que os irmãos Wright não mereciam a glória de ter inventado o avião. Com o tempo e as pesquisas, fui me convencendo de que o avião foi uma espécie de invenção coletiva, e que os pioneiros se influenciaram mutuamente’, diz Spacca na reportagem da Folha.


O diário carioca O Globo noticia a compra pelos estúdios Paramount da DreamWorks, do diretor de cinema Steven Spielberg, pela bagatela de US$ 1,6 bilhão. ‘Com a DreamWorks, a Paramount vai dobrar sua lista de produções para 2006. Com relação ao catálogo de 59 filmes da empresa, que inclui sucessos como ‘Gladiador’ e ‘Beleza americana’, a Viacom pretende vendê-lo nas próximas semanas, num valor entre US$ 850 milhões e US$ 1 bilhão’, informa a matéria.


O Estado de S. Paulo traz interessante reportagem sobre a Globo Marcas, divisão de licenciamento de produtos da Globo, que está apostando suas fichas em dois produtos: a novela Belíssima e os Jogos Pan-americanos do Rio de 2007. ‘Estaremos representando os interesses do Co Rio (Comitê Organizador do Pan Rio 2007) e vamos intermediar as negociações para lançamento de produtos com a marca’, relata ao Estadão o diretor da Globo Marcas, José Luiz Bartolo.


Confira abaixo os textos selecionados nesta segunda-feira para o Entre Aspas.



Folha de S. Paulo


Segunda-feira, 12 de dezembro de 2005


CENSURA À FOLHA
Folha de S. Paulo, Editorial


Censura Judicial


‘O juiz titular da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo determinou, na sexta-feira, que a Folha se abstenha de publicar notícias sobre práticas de espionagem adotadas no passado recente pela Brasil Telecom contra uma concorrente, a Telecom Italia, por meio de empresa multinacional especializada em ‘investigações empresariais’, a Kroll.


Como o escândalo foi noticiado por este jornal em julho do ano passado, a proibição alcança 165 páginas mantidas pela Folha em seu endereço na internet, a Folha Online. Esse material foi removido da rede, em obediência a uma decisão que a Folha cumpre inconformada e da qual vai recorrer em juízo.


A Constituição assegura o direito do público de livre acesso às informações, respondendo cada um, a posteriori, pelos eventuais abusos cometidos em nome da liberdade de expressão. Embora sob pretexto de assegurar o sigilo do processo em andamento na Justiça, a decisão do magistrado excede em larga medida tal propósito. Trata-se de inequívoco ato de censura à imprensa, ainda agravada, no caso, pelo inusitado decreto: apagar arquivos já publicados.


Preocupa a freqüência e a desenvoltura com que magistrados vêm exarando sentenças semelhantes, em ostensivo descaso para com o que manda a Constituição. As suspeitas que cercam a atividade nebulosa das telefônicas no Brasil deveriam recomendar mais transparência, não menos. Os escândalos que têm agitado a vida política nacional desde junho passado também.


Confiamos que a instância superior corrija prontamente o erro, sob risco de vermos emergir um simulacro da época stalinista, período em que era hábito não só censurar a imprensa, como em toda ditadura, mas até mesmo reescrever os registros históricos do passado.’


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Globo constrói Brasília em campo de futebol


‘Depois de estudar várias alternativas e fazer quase uma dezena de testes, a Globo decidiu na semana passada que reconstituirá a construção de Brasília na minissérie ‘JK’ erguendo uma enorme maquete, que reproduzirá todo o Plano Piloto (que imita um avião, com as asas sul e norte, a Esplanada dos Ministérios, os setores comerciais e os monumentos).


A megamaquete será uma minicidade cenográfica a céu aberto. O ‘avião’ de Brasília caberá em um retângulo de 80 metros por 40 metros, o equivalente a quase um campo de futebol (o padrão da Fifa é de 110 m por 75 m). A construção começa em janeiro, no Projac (Rio), e será gravada passo a passo, para exibição na minissérie como se fossem as obras reais.


A maquete terá uma escala 20 vezes menor que a real. O prédio do Congresso, que tem 80 metros de altura, ficará com seis.


Testes feitos em uma outra maquete, pequena, já definiram os pontos de enquadramentos de câmeras. Em volta da megamaquete haverá uma faixa de ‘circulação’ de dez metros. Nela, serão posicionados atores em gravações de cenas. Em perspectiva, os prédios da maquete, ao fundo, ficarão parecendo os verdadeiros.


Enormes tapadeiras serão ser colocadas ao redor da maquete. Elas servirão para inserir na minissérie, por computação gráfica, paisagens e imagens tiradas de filmes sobre a construção de Brasília, como operários em obras.


OUTRO CANAL


Guinada 1 Em alta com Silvio Santos, que gostou de seu desempenho no ‘novo’ ‘SBT Repórter’, César Filho está gravando pilotos de ‘Ver Para Crer’, programa de curiosidades que, já foi anunciado oficialmente, seria apresentado em 2006 por Analice Nicolau e Cinthia Benini.


Guinada 2 Celso Portiolli também fez piloto do programa.


Filosofia 1 Sucesso de público, a série ‘Ser ou Não Ser’, do ‘Fantástico’, que abordou filosofia de uma forma acessível a qualquer Homer Simpson, volta ao ar nos dias 25 e 1º de janeiro, discutindo concepções de tempo, com referências a Santo Agostinho, Platão, Nietzsche.


Filosofia 2 ‘Ser ou Não Ser’ também deve emplacar em 2006.


Interação 1 Exibida nos EUA pela rede NBC, as séries ‘Crossing Jordan’ e ‘Las Vegas’ fizeram neste ano um ‘crossover’, com os dois seriados compartilhando a mesma trama e os mesmos personagens/atores.


Interação 2 No Brasil, o Universal Channel exibirá o episódio ‘crossover’ de ‘Crossing Jordan’ em 31 de janeiro. Como a história só termina em ‘Las Vegas’, o canal também comprou, e exibirá, episódio dessa série, apresentada aqui pelo AXN.’


 


Marco Aurélio Canônico


TV Rá Tim Bum celebra 1 ano com novidades


‘Programação infantil pode parecer, à primeira vista, algo simples: meia dúzia de desenhos japoneses barulhentos, um arcaico seriado mexicano com adultos fantasiados de crianças, algumas animações feitas com computação e pronto, mantém-se a criança entretida em frente à televisão.


O grande mérito da TV Rá Tim Bum, canal infantil por assinatura, que completa um ano hoje, no Dia Internacional da Criança, é não apelar a essas fórmulas fáceis -e de qualidade questionável.


Em vez de desenhos e seriados importados, investimento em programação criada no Brasil. No lugar de atrações descerebradas, conteúdo com caráter educativo. Para substituir a monotonia da overdose de animações computadorizadas, os bons e velhos bonecos, ilustrações e fantoches.


Tome-se, por exemplo, a estreante série ‘Catalendas’, criada pela TV Cultura do Pará e exibida às segundas, às 9h, 13h e 17h. Dos personagens (como um macaco-prego e uma preguiça) aos temas das histórias (inspiradas em lendas brasileiras), é um programa que remete aos bons momentos do ‘Sítio do Picapau Amarelo’ da década de 1980.


Há ainda as ‘pratas da casa’, programas que ganharam fama e audiência na TV Cultura e que seguem mantendo o bom padrão, como ‘Cocoricó’ (diariamente, às 18h45), que conta a história de Júlio e seus bichos da fazenda. Além das divertidas músicas (na abertura e ao longo dos episódios) com letras em português, a temática do programa lida de maneira inteligente com questões pertinentes, como a perda do melhor amigo que muda de cidade e a dificuldade de adaptação em novas turmas.


E para somar à sua já boa grade de programação, o canal também traz de volta a dupla de peixes de ‘Glub Glub’ (terças, às 19h, com reprises às quartas, sábados e domingos, às 9h, 13h e 17h), ícones infantis da década passada. Agora, além das vinhetas com os peixes vividos por Carlos Mariano e Gisela Arantes, há também a série ‘Histórias da Natureza’, com imagens reais de animais marinhos.’


 


QUADRINHOS
Marco Aurélio Canônico


Spacca homenageia os pais da aviação


‘A primazia do homem que realizou o primeiro vôo é fato conhecido de todos: os brasileiros sabem que foi Santos-Dumont, os norte-americanos sabem que foram os irmãos Wright, os franceses sabem que foi Clément Ader… enfim, inúmeros povos não têm dúvida -e provam com dados históricos e técnicos- de que um de seus compatriotas ocupa o glorioso lugar de pai da aviação.


O que o cartunista brasileiro João Spacca de Oliveira fez em ‘Santô e os Pais da Aviação’ foi colocar a questão numa muito adequada perspectiva científica: a invenção do avião, como quase todas as grandes descobertas, não é fruto do trabalho isolado de um único obstinado, mas resultado do somatório de conhecimentos acumulados em diversas experiências internacionais.


‘A princípio, quis contar a história de Santos-Dumont por uma ótica nacionalista, para mostrar que os irmãos Wright não mereciam a glória de ter inventado o avião. Com o tempo e as pesquisas, fui me convencendo de que o avião foi uma espécie de invenção coletiva, e que os pioneiros se influenciaram mutuamente’, explica Spacca no texto de divulgação.


Amparado em uma extensa pesquisa sobre o inventor brasileiro, sobre a história da aviação e sobre a Paris do início do século 20, onde Santos-Dumont viveu e desenvolveu suas máquinas de voar, Spacca faz uma biografia romanceada dos pais da aviação.


A história começa no interior de São Paulo, em 1890, na fazenda onde o jovem Alberto Santos-Dumont (natural de Cabangu, MG) viveu antes de sua família se mudar para a Europa, e vai até seu suicídio em 1932, quando já era vítima de uma aparente esclerose múltipla e vivia atormentado pelo uso do avião na guerra.


O período mais centrado é o da emancipação do brasileiro na França, a partir de 1892, quando fica morando em Paris e começa a desenvolver balões e dirigíveis. Em paralelo, Spacca vai destacando os principais avanços dos outros pioneiros da aviação.


‘Santô e os Pais da Aviação’ é uma obra que colabora muito para retirar o estigma que alguns ainda colocam em histórias em quadrinhos, classificando-as como coisa menor ou menos séria.


O trabalho de pesquisa transparece não apenas no desenrolar da trama mas também na boa cronologia final -que destaca em paralelo os principais fatos da vida de Santos-Dumont, dos outros pioneiros e os eventos históricos- e na bibliografia, que inclui uma variedade de sites de internet.


E o grande mérito de Spacca é realmente evitar o caráter de nacionalismo triunfalista. Mesmo detalhes menores -como a suposta ‘invenção’ do relógio de pulso, também atribuída a Santos-Dumont- são colocados em perspectiva histórica e factual.


Como diz Wilbur, um dos irmãos Wright, em uma passagem do texto, ‘o problema é grande demais para um homem resolver sozinho e em segredo’.


Santô e os Pais da Aviação, Lançamento: Cia. das Letras, Quanto: R$ 39 (168 págs.)’


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O Globo


Segunda-feira, 12 de dezembro de 2005


PARAMOUNT & DREAMWORKS
O Globo


Paramount compra firma de Spielberg


‘LOS ANGELES. A Paramount Pictures comprou os estúdios DreamWorks SKG por US$ 1,6 bilhão, vencendo uma disputa com a NBC Universal, que havia oferecido US$ 900 milhões. A Viacom, controladora da Paramount, vai pagar US$ 774 milhões em dinheiro. O restante do valor corresponde à transferência da dívida da DreamWorks.


Com a DreamWorks, a Paramount vai dobrar sua lista de produções para 2006. Com relação ao catálogo de 59 filmes da empresa, que inclui sucessos como ‘Gladiador’ e ‘Beleza americana’, a Viacom pretende vendê-lo nas próximas semanas, num valor entre US$ 850 milhões e US$ 1 bilhão.


A DreamWorks foi criada há 11 anos por Steven Spielberg, Jeffrey Katzenberg e David Geffen, que queriam um veículo próprio de mídia.’


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O Estado de S. Paulo


Segunda-feira, 12 de dezembro de 2005


PUBLICIDADE
Carlos Franco


Propaganda resgata cores, sons e irreverência dos anos 70 e 80


‘O roqueiro Roger, do Ultraje a Rigor, está de volta, com show acústico pela MTV e em campanha de verão da cerveja Nova Schin, que estreou neste fim de semana. O som do roqueiro embalou as festas do início dos anos 80. Já as latas da mesma cerveja, que começam a chegar aos pontos-de-vendas e foram criadas pela agência de publicidade Fischer América, ganharam contornos quase psicodélicos, um mergulho no visual dos anos 70. A Skol, em criações da agência F/Nazca, também tem buscado inspiração nesses traços.


As sandálias Havaianas caminham pelo exterior com a mesma imagem, cheia de flores e contornos que parecem ter saído do filme Barbarella, de Roger Vadim, produção de 1968 que se firmou como um dos ícones dos anos 70. A empresa, que lança esta semana a linha infantil de sandálias Havaianas, com campanha criada pela agência Almap/BBDO, busca o mesmo traço alegre, colorido e irreverente nesta investida.


Tudo para sensibilizar aquele consumidor que hoje tem entre 20 e 50 anos e se emociona com essas imagens e valores que marcaram a sua infância e adolescência, como o brinquedo Genius, cujo formato circular com cores e sons foi parar em estilizadas releituras em aparelhos celulares. Super-heróis como He-Man, Mulher-Maravilha e a minissérie A Feiticeira também ganham releituras. Para a última, a atriz Nicole Kidman emprestou as feições em filme lançado este ano.


No Brasil, Sidney Magal, Gretchen e até Perla estão com agendas cheias e os estilistas não se cansam de buscar nos formatos alegres inspiração para novas coleções. Um filme sobre Zuzu Angel, a mulher que desafiou a ditadura militar e na moda deu asas a anjos, está sendo finalizado por Sergio Rezende em produção da Warner Bros., reforçando essa onda.


O vice-presidente de Criação da Fischer América, Jader Rossetto, diz que esse revival – a volta ao passado, só que neste caso bem recente – é uma forma de comemorar a vida. Responsável pela criação da nova campanha de verão da Nova Schin, Rossetto acredita que a propaganda está de volta a um passado feliz e de grandes campanhas, quando a DPZ ditava inovações pelas mãos de José Zaragoza, Francesc Petit e Roberto Duailibi.


O publicitário Marcello Serpa, da Almap/BBDO, reforça que a busca dessas imagens tem o objetivo de transmitir alegria e irreverência, buscar a emoção do consumidor. ‘Os anos 90 foram o predomínio do clean, o preto no branco, o neon e luz. Tudo muito asséptico, enquanto na virada do século a marca foi a destruição, a guerra e os atentados de 11 de setembro. É natural que a memória mais presente, mais alegre, mais colorida, a dos anos 70 e 80, esteja de volta, com força, pois faz parte da memória afetiva da geração que tem 30 e 40 anos hoje’, diz Serpa.


Para Serpa, esse tipo de campanha dá um olé no lado negro e cinza e joga foco na alegria, nas cores, pegando carona nas inúmeras regravações de sucesso da era disco, dos anos 70 e 80.


O sócio da agência Lew, Lara, Luiz Lara, tem outra leitura. ‘A estabilidade de preços pôs fim à disputa das campanhas focadas especialmente no varejo e, agora, vemos as tentativas de marcas ganhar personalidade, transmitir emoção. Então, é natural que se busque aquilo que mexe com o consumidor de 20 a 40 anos.’


Com clientes como TIM, Nokia e Motorola, Lara diz que alegria e bom humor serão sempre a menor distância entre as marcas e os consumidores. E a irreverência dos anos 70, acredita Serpa, seduz mais que trintões e quarentões, os jovens.


Quando os discos de vinil, os LPs, embalavam as baladas dos anos 80, num tempo em que os importados eram proibitivos para a maioria dos brasileiros, jovens exalavam no ar as fragrâncias Styletto e Thaty Amando, de O Boticário. A empresa que nasceu de uma pequena botica paranaense em 1977 e cresceu como uma opção de perfumaria aos importados, hoje tem uma rede de 2.328 lojas, exporta para 24 países e registrou vendas de R$ 1,9 bilhão no ano passado.


Agora, de olho no consumidor de 30 a 50 anos, que usou Styletto e Thaty Amando no passado, está relançando em edições especiais as duas fragrâncias. Serão ainda uma parcela pequena das 55 milhões de unidades produzidas em 2004, quantidade que deve registrar acréscimo este ano. Mas é o começo de uma retomada. ‘Percebemos que havia espaço no mercado para esse relançamento, que busca uma proximidade com o consumidor que foi difusor das marcas na sua adolescência’, diz o vice-presidente de O Boticário, Artur Grymbaum. O executivo está confiante de que essas marcas vão contribuir para o aumento de vendas neste fim de ano, esperado em 15%. A intenção é encerrar o ano com vendas brutas da rede acima de R$ 2 bilhões, impulsionadas também por inovações como os perfumes Malbec, para homens, e Rhea, para mulheres, que buscaram na arte da vinicultura a sua formulação. Mas não é só nas séries especiais de perfumes e nos lançamentos que O Boticário está apostando para conquistar o consumidor. A campanha de Natal, com imagens lúdicas, quer emocionar o consumidor e fazê-lo comprar mais.’


 


TV GLOBO
Keila Jimenez


Globo fatura com Pan Rio 2007


‘Duas verdadeiras minas de ouro estão concentrando os esforços da Globo Marcas, divisão de licenciamento de produtos da Globo: Belíssima e os Jogos Pan-americanos do Rio de 2007.


Com um pezinho no mundo fashion, Belíssima já entrou no ar abrindo um leque de oportunidades de licenciamentos. O primeiro deles, uma linha de lingeries – a fábrica onde todos os personagens trabalham na novela é de lingeries – leva o nome da trama e destaque na história. A rede fechou parceria com a Valisére para a produção das peças e com as lojas Renner, que venderá com exclusividade o produto. Cenas do folhetim já foram gravadas em uma das lojas da rede.


‘É claro que uma novela ligada à temática fashion abre muitas oportunidades para nós, mas não interferimos na história. Desde o começo estava prevista essa fábrica de lingerie na novela’, fala o diretor da Globo Marcas, José Luiz Bartolo. ‘Além de artigos ligados à moda, abrimos negociação para o lançamento de produtos de perfumaria, cama, mesa e banho, e vamos lançar este mês a sandália Belíssima, em parceria com a Azaléia.’


PAN


Já com o Pan de 2007 o negócio é outro. A Globo Marcas será uma espécie de ‘agente’ de licenciamento de produtos ligados à imagem da competição.


‘Estaremos representando os interesses do Co Rio (Comitê Organizador do Pan Rio 2007) e vamos intermediar as negociações para lançamento de produtos com a marca’, conta Bartolo. ‘Além de bonés e camisetas, há toda uma gama de artigos ligados à imagem do mascote do Pan, que deve ser apresentado ainda este mês’, continua. ‘Nesse negócio já temos parceiros como a Olympikus, que também é patrocinadora do evento.’’


 


TV PAGA
Matthew Shirts


Aventuras televisivas


‘Não deveria confessar isto, alguém poderá utilizar a informação contra mim, mas venho acompanhado pela TV a cabo, faz algum tempo já, um seriado chamado Las Vegas. É ruim, ruinzinho mesmo, sem chegar a ser trash, nem cult, nem nada, apenas ruim, se é que você me entende.


Aprecio a TV de baixa qualidade. Por vezes até mais do que a televisão boa. Considero-a uma espécie de ioga, um spa mental. Esvazia a mente, a minha, pelo menos, de maneira agradável. Paro de pensar, de me preocupar. Apenas assisto. Vai ver que é coisa de quem foi criança na década de 60 nos EUA e viu muito Lassie, Batman, e aquele ótimo seriado, Mr. Ed, se não me engano, sobre o cavalo que falava.


Las Vegas gira em torno do chefe de segurança de um grande cassino, Ed Deline (James Caan). Ele é ex-CIA. Conhece todos os personagens e segredos sujos das forças de inteligência dos EUA. Deve ter sido poderoso. Ele dá a entender que participou de inúmeras missões clandestinas em prol do governo americano nos pontos mais distantes do planeta, sem nunca explicitar quais foram, como convém a um ex-agente secreto.


Atualmente, ele se dedica a vigiar o cassino, monitorar os avançadíssimos sistemas de segurança para garantir que ninguém roube ou trapace. Para ajudá-lo, conta com um grupo de jovens dedicados e lindos. Um deles, Mike, é hacker, formado por M.I.T., templo da tecnologia nos EUA, mas trabalha a maior parte do tempo como manobrista; outro, Danny, é ex-militar, veterano da guerra no Iraque. As mulheres são, por sua vez, estonteantes, sem exceção. Cada uma mais linda que a outra. E como se não bastasse, divertidas e simpáticas. O objetivo delas é garantir que os grandes jogadores ‘baleias’ – na gíria local, aqueles que deixam muita grana no cassino -, estejam sempre felizes, apesar dos seus prejuízos milionários nas mesas. Elas realizam seu trabalho sem apelar para o sexo. Não são prostitutas, apenas profissionais dedicadas.


Já deu para sentir o drama, não é? O cassino é dotado de um sistema de vigilância de última geração, claro. Há câmeras espalhadas por toda parte, monitoradas a partir de paredes de telões na sala reservada da segurança. Quando acontece alguma coisa de mais grave, costumam chamar, lá no estacionamento, o Mike, o manobrista que também é hacker, e ele realiza verdadeiras proezas digitais.


A minha favorita é quando Mike pega a imagem de alguém que tenta se esconder das câmeras no cassino, com boné e óculos escuros, por exemplo, dá um jeito nela, e envia-a para um poderoso banco de dados. Este costuma identificar o sujeito em poucos segundos, fornece sua ficha criminal, endereço e marca predileta de cerveja.


A primeira vez que vi uma cena dessas, falei: isso não existe. Mas ao assistir a uma manobra semelhante em outro seriado americano, CSI, comecei a me preocupar. Resolvi investigar na internet.


Pelo que consegui discernir, a tecnologia de identificação facial, ainda está longe de ser tão poderosa quanto parece ser na TV. Mas existe, sim, e logo mais fará parte das nossas vidas, ou pelo menos da vida dos americanos. Há até programas para uso caseiro. Achei um artigo de uma professora na Universidade Stanford, por exemplo, que discute as implicações legais desse método de vigilância. Segundo ela, não vai haver mais privacidade em lugares públicos, se é que você me entende. Quem sair de casa correrá o risco de ser fotografado, fichado e identificado.


Pelo que entendi, já é possível utilizar o computador para pesquisar imagens, digamos, de um bar ou de um show, para saber se seu filho – ou mulher, ou amante – esteve lá. Empresas poderão fazer o mesmo com seus funcionários.


Caramba, onde é que isto vai acabar?


Talvez seja esta a hora de pensar em mudar para o campo. Ou ficar no sofá, vendo tudo pela TV.’


 


HOMER vs. BONNER
O Estado de S. Paulo


Publicitários questionam o Homer do JN


‘O artigo que o professor Laurindo Leal Filho escreveu para a revista Carta Capital há duas semanas – com réplica na edição que está nas bancas – continua rendendo conversa. O texto também ganhou eco entre algumas das principais agências de publicidade do País. A turma da propaganda questiona, por meio de um e-mail que circula para lá e para cá, se vale a pena pagar tão alto por intervalos comerciais de um programa que tem em Homer Simpson a tradução de seu telespectador médio, como o professor conta no artigo. Bonner tem defendido o papel de Homer como trabalhador e protetor da família.’