Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Presunção de inocência

Um dado curioso, em relação aos temas concernentes a suspeitas, que serviu de mote para o texto da deputada, antes juíza, Denise Frossard publicado no Observatório da Imprensa de 30 de dezembro de 2003, e também ao meu livro Interpretação jurídica e estereótipos, é justamente a frase com que o personagem vivido por Claude Rains no filme Casablanca assegura o desenlace favorável ao protagonista vivido por Humphrey Bogart: ‘Prendam os suspeitos de costume’.

Não vou tomar partido quanto a ser ou não procedente a especulação acerca de os propagadores e defensores do software livre poderem ter desenvolvido o MYDOOM. Mas o fato é que o estabelecimento desta conexão, antes mesmo de devidamente apurada a autoria dos fatos, traduziria quase que uma eleição do culpado. Seria praticamente o mesmo que considerar que uma epidemia que grassasse num determinado município teria como causa a atuação dos adversários políticos do prefeito, não interessa, aqui, de que partido.

Pode ter ou pode não ter. Agora, esta garantia do direito liberal, albergada no inciso LVII do Artigo 5º da Constituição Federal brasileira de 1988 – presunção de inocência –, não pode ser postergada. A investigação tem de ser feita para se chegar à solução correspondente, o mais possível, à verdade e não ao resultado desejado, predeterminado pelo investigante ou por quem esteja a fazer a cobertura da investigação. Busque-se o fato na sua pureza e tirem-se daí as conclusões.

Ricardo Antônio Lucas Camargo

Leia também

Rebelde com causa – eNotícias



RÁDIOS DE ROCK
A frase mais correta

‘O modismo do grunge, rock pesado de Seattle (EUA) equivocadamente exaltado pela imprensa musical do mundo inteiro, prejudicou a cultura rock em geral’.

Esta foi a frase mais correta que eu ouvi nos últimos tempos. A reportagem em si está muito boa!

Alexandre Soares Cavassin

Leia também

Elas não dançam conforme a música – Alexandre Figueiredo



MAUS PATRÕES
Outro fotógrafo enganado

Meu nome é Marcelo Botelho, trabalho na área de fotojornalismo, em Brasília, cobrindo o dia-a-dia da política na capital. Venho denunciar a Revista Flash, do Sr. Amaury Jr.. Estando eu em mais uma das correrias do dia de nossa capital, me liga uma senhorita, chamada Iara, da fotografia desta revista, me contratando para fotografar a senadora Ideli Salvatti. Sem problemas (…). Dia e hora marcados, lá vou eu, com assistente para rebater uma luz, cromos na bolsa, pois não serviria se fosse digital, mas infelizmente não deu certo, era uma foto fora do Congresso, e chovia muito. Liguei para a redação da revista e avisei. Tudo bem, remarcaram para uma outra data, mesmo porque na foto também teria que ter mais quatro deputados federais. Então a própria revista tratou de remarcar a foto.

Fui novamente, e paguei ao assistente pela segunda vez, tendo custo com novos filmes (cromos), transporte etc.. Fiz as fotos e as enviei para São Paulo. O trato: com 30 dias depositariam o valor em minha conta, e que eu enviasse com os filmes a RPA. Após 45 dias de publicação da foto, liguei para a revista para saber se houve algum problema, pois até então não haviam depositado.

Desse dia em diante começa meu pesadelo com a Flash. Primeiramente me disseram que a Iara, pessoa que me contratou, não trabalhava mais lá. Mas o que tinha eu com isso, se fiz as fotos para a revista? Então resolveram me passar para uma pessoa, do financeiro, chamada Eliana, mas ela também não resolveu nada, dizia que tinha mudado a diretoria, e que essa, nova, não autorizava pagamento algum a partir da data em que entrou. Pedi então para falar com o diretor de redação: esse não podia falar comigo, ou seja, não queria me atender, então me passaram para uma pessoa chamada Claudia, que se não me engano era a secretária, mas a coitada vivia fugindo, mandava dizer que não estava, até que com três meses de interurbano Brasília-SP finalmente consegui falar com ela: me prometeu que depositaria numa certa data, e nada! Depois numa outra data, e nada! E outra, e nada! E mais outra, e nada!

Entre vários interurbanos e tentativas de falar com as pessoas da revista, passaram-se quatro meses. Depois de estar me sentido um verdadeiro palhaço desisti! Pois é, colegas, desisti, como meu colega Drawlio Joca. Lá estava novamente a Revista Flash enganando alguém. Também andou acontecendo com fotógrafos de Recife. Espero que não aconteça com você!

Hoje, uns cinco meses depois, fico aqui me perguntando, como são os jornalistas que ralam nessa revista de celebridades?

Marcelo Botelho

Leia também

Alerta a fotógrafos e jornalistas – Canal do Leitor