O governo chinês tomou novas medidas para controlar as informações disseminadas pela internet. Uma série de regras proibiu a publicação de reportagens sem consentimento das autoridades, discussão de temas mais delicados em fóruns de debate e divulgação de qualquer conteúdo contrário ao Partido Comunista, como informa o Los Angeles Times [26/2/04].
A princípio poderia se concluir que o endurecimento é devido à realização do Congresso Nacional Popular, em que o regime renovará suas lideranças, mas o motivo verdadeiro deve ser a percepção da ditadura de que as notícias espalhadas pelos internautas são perigosas de uma forma geral.
Internet posta à prova
Recentemente, o governo teve uma amostra do poder da livre informação. Na remota província de Heilongjiang, um casal de camponeses arranhou um automóvel BMW com sua carroça. A dona desceu do carro e começou a gritar com os que haviam presenciado a cena. Depois, ela voltou ao volante e jogou o veículo sobre os transeuntes, matando uma mulher e ferindo mais 12 pessoas. A assassina não foi condenada, sendo que na China as penas costumam ser muito duras. Espalharam-se então rumores na internet de que ela teria ligação com o governador da província, que, por fim, teve de ir a público desmentir a história. Outras autoridades tiveram de se desculpar também, prometendo nova investigação do caso.
Com a pesada censura que impera na China, um meio de divulgação de idéias e notícias que vinha florescendo no país era o de fóruns de discussão na rede, em que os usuários podem publicar suas opiniões. Mas, com a nova onda de repressão, as páginas mais populares deste tipo, como Sina.com, Sohu.com e Netease.com, já foram afetadas. As mensagens agora serão todas controladas.