‘Não se iluda: se você é contra o famigerado QI, amanhã deverá mudar de idéia. Refiro-me ao ‘Quem indica’, uma espécie de instituição nacional, ao menos dentro dos limites da nossa profissão.
QI ruim é aquele que se esquece de nós, ou o que só dá asa para as ‘cocotinhas’ e os ‘cocotinhos’. Nada mais do que isso. Esta coluna pode até estar errada, não é especialista em recursos humanos. Mas pesa em seu favor, nesta discussão, um naco de bom senso e da experiência de quem indica, é indicado e, principalmente, é realista.
Sabe quantas vezes arranjei emprego no jornalismo com o envio de um currículo? Nenhuma. É porque não tentei? Que nada, às vezes a teimosia me leva a insistir no que já sei que não funciona. Resultado: não funciona mesmo.
Estas palavras estão calcadas no empirismo, na observação dos fatos. Não desencorajo ninguém a enviar currículos. Sei que no fórum abaixo haverá quem desminta a minha tese e assevere: ‘Comigo é diferente, arrumei 36 empregos assim; à medida que o tempo passa, fica mais fácil, por causa da experiência’.
O máximo que digo a um candidato é: ‘Mande o currículo, mas será difícil você conseguir’. Pessimista? Realista, como responderia um amigo meu, digamos, ‘negativo’.
Fato é que a indicação prepondera. O contratante é aquele que deseja mais do que experiência: vê na dica de um amigo uma forma de reduzir o risco de trabalhar com um cara pirado (demais), ou mau-caráter, ou preguiçoso, ou dono da verdade, ou qualquer adjetivo que atrapalhe.
Ah, mas isso é injusto, elimina a chance de muita gente boa que não conhece o dono da bola. Sim, é algo cruel. Mas a realidade se delineou assim, a reboque das estatísticas de desemprego progressivo (com a mãozinha anual de milhares de jovens jornalistas recém-saídos das faculdades).
Não sou contra a fórmula QI, nas situações em que o indicado é preparado. Também não sou a favor. Simplesmente é o que está aí. Um dia o Francisco Ornellas, responsável pelos ‘cursos de foca’ do Estadão, disse a um telespectador indignado da allTV: conseguir QI também é uma virtude profissional. É o que se chama de ‘rede de relações’.
Grosso modo, digo eu, é investir na carreira como quem investe na obtenção e na manutenção das fontes. Dá trabalho, mas é uma peça do motor. Tirou, o carro não anda. Não é fazer RP, nem bajular e virar tapetão. É se fazer presente, é saber se impor, com todas as suas conquistas, incipientes ou não.
Um mau exemplo: em pouco mais de um ano, no programa ‘Comunique-se’, na allTV, entrevistamos cerca de cem jornalistas, dois por semana. Profissionais excelentes, de reconhecida importância. Gente que poderia indicar, dar dica de estágio, aproximar o jovem da redação. Raro foi encontrar algum estudante no estúdio da emissora, apesar de nossas reiteradas convocações, por meio deste site e de professores nas salas de aula.
Eis, portanto, o labirinto do qual não sairemos tão cedo – se é que um dia sairemos: o da prevalência das indicações. Só sei de uma coisa. De nada adianta gemer, chorar e fingir que o Minotauro não existe.’
Edson Sardinha
‘Reforma ministerial ainda movimenta assessorias’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 4/03/04
‘Um mês depois do anúncio da reforma ministerial, apenas duas cadeiras continuam vagas no comando das assessorias de comunicação na Esplanada dos Ministérios. A maioria dos assessores de imprensa acompanhou os ministros deslocados pelo Planalto para acomodar o aliado PMDB no governo. Até agora, apenas os ministérios da Educação e das Comunicações ainda não nomearam novos chefes de comunicação.
Por enquanto estão vagos os cargos que, até um mês atrás, eram ocupados, respectivamente, por Joyce Del Frari e Francisco Barroso. Com a volta de Cristovam Buarque (PT-DF) para o Senado, Joyce seguiu para a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, no lugar de Tuca Ivanicska. Ela faz companhia a Ramão Marques, remanescente da equipe da ex-ministra Emília Fernandes.
Barroso continua com Miro Teixeira (sem partido-RJ), agora na liderança do governo na Câmara. A chefia da comunicação do ministro Eunício Oliveira chegou a ser ocupada interinamente por William França, que, durante três semanas, acumulou o cargo com a assessoria da liderança do PMDB na Câmara. Há uma semana, porém, França acompanha com exclusividade o líder do partido na Casa, José Borba (PR).
Apesar de ainda não ter definido o novo chefe da comunicação, o Ministério da Educação tem gente nova na coordenação da equipe. É Vera Flores, que assessorava Tarso Genro na Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Sedes). Ela ocupa a vaga de Luís Natal, que, ao lado de José Negreiros, cuida da assessoria de Cristovam Buarque. Ex-diretor de redação de A Crítica, de Manaus, Negreiros está de volta a Brasília, onde foi editor-executivo do Correio Braziliense.
O troca-troca não pára por aí. Sônia Carneiro deixou o Ministério do Trabalho e seguiu com o ministro Jaques Wagner para a Sedes, onde trabalha ao lado de Juciara Santos, que assessorou Tarso Genro no início do ano passado e estava na Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Ela ocupa o lugar de Flávia Néri, que também seguiu para o MEC.
No lugar de Sônia, assumiu Miriam Luiz Alves, que assessorava o ministro Ricardo Berzoini na Previdência. O assessor especial do ministro Amir Lando é o jornalista Ricardo Hollanda, que trabalhava com o peemedebista no Senado. O segundo cargo na hierarquia da pasta é ocupado por Cid Furtado Filho, que trocou o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) pela Previdência e assumiu o lugar de Marcelo Antunes, na chefia da comunicação.
Mudanças também no Ministério de Ciência e Tecnologia. Vera Canfran, que por quatro anos foi assessora da liderança do PSB de Eduardo Campos na Câmara, assumiu a chefia da equipe, no lugar de Mônica Gil.
Contraste
Os dois mais novos ministérios criados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva vivem situações distintas. Na pasta da Coordenação Política, o jornalista Alon Feuerwerker foi deslocado interinamente para a Subchefia de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, no lugar de Waldomiro Diniz. A assessoria está sob o comando de Jaqueline Paiva, que, por dez anos, trabalhou na produção da TV Record.
O Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome aproveitou a estrutura das pastas que lhe deram origem. Assessor da secretaria-executiva que cuidava dos programas de transferência de renda (Bolsa-Família), Guto Pires, é o coordenador de comunicação social da equipe do ministro Patrus Ananias. O assessor direto do ex-prefeito de Belo Horizonte é Roberto Baraldi. Também fazem parte do núcleo jornalistas que integravam os Ministérios da Assistência Social e da Segurança Alimentar. Entre os demais profissionais, jornalistas de três agências privadas de comunicação que prestam serviço voluntário ao programa Fome Zero.’
MERCADO EDITORIAL
‘Grupo Abril compra totalidade da Ática e Scipione’, copyright MM Online (www.MMonline.com.br), 3/03/04
‘O Grupo Abril acertou a aquisição do controle acionário integral das editoras Ática e Scipione, das quais possuía 50% das ações. O acordo foi fechado nesta semana com a Vivendi Universal Publishing, subsidiária da Vivendi Universal que detinha, ao lado da Abril, o controle da empresa desde 1999. Na ocasião o negócio foi fechado por US$ 100 milhões. Segundo nota da Gazeta, quando Abril e Vivendi se uniram na sociedade, os controladores das empresas afirmaram que o objetivo era manter intactas as culturas, unidades operacionais, produtos e marcas das empresas adquiridas.’
C-SE ESCLARECE
‘Nota de esclarecimento ao Mercado de Comunicação’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 5/03/04
‘Fomos informados por amigos e parceiros que está sendo enviado, por correio, para assessorias e outras empresas do mercado de comunicação, um documento com o seguinte conteúdo:
‘Cuidado: com a Comunique-se!!! Veja o quadro societário na receita. Você está contratando seu concorrente.’
Mais abaixo, uma impressão de tela de algum tipo de sistema de computador, com a lista de sócios do Comunique-se, dentre os quais constam dois sócios da FSB Comunicações.
O documento é uma insinuação de que as assessorias de imprensa que nos contratarem estão, na verdade, contratando indiretamente, um concorrente.
Importante dizer que o documento enviado é de 28/06/2001, ano em que o Comunique-se foi fundado. Nesta época, de fato, dois sócios da FSB Comunicações faziam parte de nosso quadro acionário, algo que nunca foi escondido e que, inclusive, era divulgado em nossos releases e presskits.
No entanto, a parte desses sócios foi comprada conforme comprova o contrato de compra e venda de ações, assinado em setembro de 2002, pelo livro de registro de ações nominativas, arquivado na companhia e, posteriormente, retificado através da ata do dia 30/03/2003 registrada na JUCERJA sob o número 00001388748.
Desde então, os únicos sócios do Comunique-se são Rodrigo Aguiar de Azevedo, presidente da empresa, e Invent – Internet Ventures.
O Comunique-se não tem conhecimento de quem enviou essa correspondência. O remetente utilizado é falso.
Com pouco mais de dois anos de operação, acumulamos sucesso em nossas iniciativas. Nesse curto tempo, conseguimos formar a maior comunidade jornalística do Brasil, com mais de 40.000 membros. Constituímos a primeira empresa de soluções de relacionamento online com jornalistas, acumulando mais de 300 clientes fixos, dentre os quais estão algumas das maiores e mais importantes assessorias de comunicação e empresas do Brasil. Crescemos nosso faturamento em 94%, em relação a 2002. Fechamos acordos operacionais com as maiores e mais importantes assessorias de comunicação do país. Realizamos o Prêmio Comunique-se, importante acontecimento para o mercado jornalístico, dentre muitas outras conquistas.
Todo esse sucesso atrai também a inveja, uma conseqüência triste com a qual teremos que aprender a lidar.
Diretoria do Comunique-se’