Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Vice-presidente de editora espionava para a Alemanha Oriental

Os semanários alemães Der Spiegel e Focus revelaram que Bernd Runge, vice-presidente da editora Condé Nast International, que publica títulos como Vogue e Vanity Fair, foi informante do serviço secreto da Alemanha Oriental, a Stasi, conhecida por suas práticas brutais de repressão. A partir de 1981, quando estudava Relações Internacionais em Moscou, Runge foi um ‘membro não-oficial’ do órgão de inteligência, espionando basicamente o que faziam seus colegas de faculdade. Em março de 1988, ele passou a trabalhar na seção principal de contra-espionagem, chegando ao cúmulo de entregar detalhes da fuga da própria irmã para a Alemanha Ocidental. Como correspondente estrangeiro em Budapeste, informou a espionagem comunista sobre as atividades de alguns jornalistas na cidade. Oito dias antes da queda do Muro de Berlim, Runge pediu que sua atuação fosse apagada dos arquivos da Stasi. Após a reunificação da Alemanha, iniciou uma carreira de sucesso no mundo capitalista, passando por grandes editoras como Axel Springer e Gruhner + Jahr, até chegar à Conde Nast, onde, entre outras coisas, criou a versão russa da Vogue. Segundo o Fashion Wire Daily [10/5//04], ele era tido como possível sucessor do presidente da companhia, Jonathan Newhouse. Surprendentemente, este declarou que o passado de Runge, que foi considerado pela revista alemã Horizont, em janeiro, o ‘homem do ano da mídia’, ‘não tem relevância’. ‘Espero trabalhar com ele por muitos anos’, declarou Newhouse, em comunicado. A Time Europe [16/5/04] destaca que, nos anos 90, ser descoberto como ex-colaborador da Stasi era motivo quase certo de demissão na Alemanha.



Rádio liberal americana passa por reestruturação

A nova rede de rádio liberal americana Air America acaba de fechar seus escritórios comerciais em Chicago e Los Angeles, cidades em que não é mais retransmitida, causando a demissão de entre 15 e 20 pessoas. Por desentendimento financeiro com a Multicultural Radio Broadcasting, que a transmitia nas duas cidades, ela foi tirada do ar recentemente. Em meio a esse problema, o presidente Evan Cohen, o vice-presidente Rex Sorensen e o chefe de programação David Logan saíram da companhia e o CEO Mark Walsh pediu transferência para um posto menos importante. A Air America é uma iniciativa democrata para criar uma voz que vá contra os populares programas de rádio conservadores, como o de Rush Limbaugh. Mas sua trajetória, desde o lançamento no final de março, tem sido complicada. O novo presidente Jon Sinton fechou os escritórios de Los Angeles e Chicago porque não fazia sentido mantê-los, uma vez que sua programação não atinge mais aquelas cidades. Segundo ele, a Air America vai parar de arrendar estações para voltar a trabalhar num sistema tradicional de rádios afiliadas, em que ela fornece 20 horas diárias de programação em troca do direito de vender um certo número de minutos de publicidade por hora. Segundo analistas ouvidos pela Reuters [12/5/04], erros graves de avaliação quanto ao modelo de negócio a ser adotado pela Air America são responsáveis pelas suas dificuldades, e não tanto a tendência política de sua programação.