A TV estatal do Sri Lanka chamou jornalistas de “traidores” após o conselho de direitos humanos da ONU ter solicitado investigação dos supostos abusos do Exército do país, em 2009, durante o final de sua guerra de décadas contra rebeldes separatistas da etnia tâmil, conhecidos como Tigres Tâmeis. Embora a emissora não tenha identificado os nomes dos jornalistas que participaram das sessões do conselho, mostrou “fotografias esmaecidas e disfarçadas deles” e informou que revelaria seus nomes em breve.
Jornalistas na capital, Colombo, contaram ao Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) que estavam preocupados com a campanha contra eles. O CPJ pediu então ao governo do Sri Lanka para interromper a intimidação aos profissionais da mídia. “O governo do presidente Mahinda Rajapaksa tem um histórico longo e alarmante de intolerância com a crítica”, afirmou Bob Dietz, coordenador do CPJ na Ásia. “A comunidade internacional precisa estar altamente vigilante para garantir que jornalistas do Sri Lanka não estejam sujeitos a represálias por expressarem suas preocupações ao conselho de direitos humanos”. Informações de Roy Greenslade [The Guardian, 23/3/12].