É confortante ver alguém atrever-se a incluir a responsabilidade como ingrediente fundamental para a construção de alguma democracia. É bom que se lembre que todas as formas de poder, inclusive a própria mídia, costumam ter sua sobrevivência mais ameaçada por deficiências internas do que pela eficiência de agressores externos. A bandeira da defesa à liberdade de expressão tem-se tornado eficiente instrumento de resistência a qualquer tentativa de se exigir mais seriedade, respeito e, principalmente, responsabilidade dos detentores de tão grande poder. Apesar de delicada, é importante manter clara a diferença entre defesa à liberdade de expressão e defesa da mídia. Liberdade de expressão é prerrogativa da sociedade como um todo; por outro lado, não parecem raras as situações nas quais os objetivos da mídia distanciam-se daqueles da sociedade.
Parabéns também ao autor por fazer-nos lembrar que é uma mentira falar em liberdade de expressão mantendo restrito o acesso aos meios de torná-la explícita. Enfim, parabéns ao sítio por permitir que sigamos nos exercitando no aprendizado democrático.
Thogo Lemos dos Santos, médico, Uberlândia, MG
Passo em falso
Cercear a liberdade de expressão do jornalista do NYT foi um daqueles passos em falso que o presidente Lula jamais poderia ter dado. Com isso afirmou algo de que já desconfiávamos; nossa democracia é uma farsa, isso não acontece só com o presidente, mas também nos estados. Num passado não muito distante, as eleições para governador, presenciamos isso no nosso estado: nosso atual governador, que era candidato à reeleição, e é chamado de Reizinho hoje, por qualquer motivo mandava tirar do ar os canais de televisão que divulgassem qualquer matéria que julgasse ofensiva ou discordasse de suas posições. Isso não é democracia. Isso acontece muito aqui em época de eleições.
Eliza Amaral, empresária, estudante de comunicação, Rio Branco, AC
Lenga-lenga
‘Não confundam liberdade de imprensa com libertinagem.’ Frases como essa cansamos de ouvir durante a ditadura militar. Havia censores nas redações dos periódicos, vetando matérias inteiras ou partes, que ficavam ininteligíveis. Agora vêm vocês de novo com essa lenga-lenga. Querem que voltem esses tempos negros? Reflitam mais, antes de dizer…
Milton Sacramento, servidor público, Brasília