Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Punição de juízes

Tomara que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro tome gosto em punir os juízes e desembargadores lenientes, incompetentes, corruptos, que infelizmente infestam a Justiça fluminense. São minoria os magistrados honrados, preparados e trabalhadores aqui no RJ, embora se diga o contrário. Ontem, 21/5/04, o jornal O Globo divulgou que o TJ-RJ havia ‘punido’ certa magistrada com aposentadoria compulsória, preservando-se, é claro, os vencimentos proporcionais da juíza em questão…

Na mesma nota, informa o jornal que o mesmo TJ havia punido outras duas ou três juízas nos últimos 10 anos. Uma delas, Eliane Alfradique, inclusive cumpriu pena de prisão e foi privada de sua aposentadoria. Todos sabemos que são absolutamente insuficientes essas punições, eis que, como disse, nossos magistrados são, quase todos eles, despreparados moral e psicologicamente. Lá estão apenas, a maioria, para garimpar meios de enriquecer.

O mínimo que se vê, em gravidade de atos, é o magistrado que se dedica integralmente à docência, tantos nos vários cursinhos preparatórios para concursos públicos, quanto nas faculdades particulares, a fim de engordar seu salário de juiz (aqui no RJ ganham muito bem), deixando o ‘mister’ da judicatura para último plano.

De toda sorte, caro professor, percebi que a pequena nota divulgando essas pífias punições, causou, momentaneamente é claro, um alinhamento e um pequeno acelerar no andamento geral de processos em curso no TJ-RJ. Percebi porque milito há mais de 17 anos no contencioso cível. Ora, se nossos juízes estivessem certos e convencidos de que não são intocáveis, asseguro, Dines, os processos não tramitariam por 10, 15 anos ou mais. Seriam saldados em meses apenas.

Ricardo Mansur, advogado

Hora do pacto. Contra a corrupção – Alberto Dines



ELEIÇÃO EM SP
Imprensa partidarizada

Está ficando impossível ler e ouvir a imprensa sediada na cidade de São Paulo sobre política local. Há um engajamento total na candidatura de José Serra e uma ação sistemática em atacar seus principais rivais. Ao se partidarizar dessa maneira, a imprensa não só desrespeita leitores com outras opções políticas, como deixa de cumprir sua função pública. Não é de hoje que isso é assim, mas parece que essa tendência está a cada eleição mais forte.

Janes Jorge, São Paulo



FORMAÇÃO DO JORNALISTA
Estágio e futuro

Concordo plenamente com esta matéria, mas o que me deixa preocupado são os estágios necessários para o currículo do estudante de Jornalismo. Preocupo-me com o futuro. Um veículo de comunicação que oferece estágio a um estudante estaria, acredito eu, prejudicando o profissional formado, que poderia estar exercendo esta função. Quando um certo jornal impresso oferece, por exemplo, cinco vagas para estágio, com salário de R$ 200 a R$ 300, estaria economizando, pois entre esses cinco estudantes três, no mínimo, produziriam o suficiente para agradar. Com isso, vários profissionais continuam desempregados.

Acho que cabe às faculdades fornecerem estágios internos. Por que não produzir um jornal comunitário, com estudantes de Jornalismo criando matérias voltadas para a comunidade? Matérias que não saem nos grandes jornais impressos, mas que seriam de grande importância para os moradores de bairros periféricos. Tenho grande preocupação com o futuro. Não quero passar quatro anos na faculdade para depois perder meu lugar para um estagiário, e nem quero tomar lugar de um profissional de verdade. Cabe ao sindicato acabar de vez com o estágio em grandes empresas, remunerados ou não.

Mêndel Marques Vilaça. estudante de Jornalismo, Belo Horizonte