A situação de extrema insegurança para estrangeiros no Iraque tem afetado seriamente a cobertura feita pelos grandes veículos que ainda mantêm jornalistas ali. Em abril, em duas ocasiões, profissionais a serviço do New York Times foram seqüestrados por rebeldes e liberados em seguida. Neste mês, um correspondente de TV polonês e seu produtor foram mortos numa emboscada ao sul de Bagdá, mesmo viajando num carro claramente identificado como sendo de imprensa.
O resultado desses incidentes é que os repórteres deixaram de circular pelo país. É comum ficarem apenas na zona protegida por soldados americanos em Bagdá. ‘Em alguns dias, nosso pessoal nem sai do prédio em que está’, diz o vice-presidente sênior da Fox News, John Moody. Para cobrir os combates entre rebeldes e soldados de ocupação em Fallujah, as cinco maiores redes de televisão americanas se juntaram num pool. ‘Quanto menos gente tivermos nesses lugares insanos, melhor’, analisa Marci McGinnis, vice-presidente de jornalismo da CBS, emissora que contribuiu com uma equipe de câmera para a cobertura coletiva.
O agravamento da situação em Fallujah e Najaf também fez com que aumentasse o número de repórteres embedded, que acompanham as tropas americanas. Em abril, eles chegaram a 71, contra 26 em fevereiro. Atualmente voltaram a ser 26. A editora internacional do Los Angeles Times, Marjorie Miller, lamenta a dependência desse tipo de reportagem e a restrição de ficar quase só na capital. ‘Saímos de vez em quando. Mas não temos sido capazes de reportar de Fallujah. É muito frustrante’. Segundo o Washington Post [17/5/04], está aumentando o número de colaboradores iraquianos para veículos ocidentais.