Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Veterano é homenageado em programa

O programa 60 Minutes, o jornalístico mais assistido dos EUA, apresentou, na semana passada, uma edição especial em homenagem a seu eterno produtor-executivo Don Hewitt, de 81 anos, que o criou em 1968. A revista eletrônica já não é mais a atração de maior audiência no país como outrora, mas mantém um público fiel, ainda que com idade média de 60 anos. Houve algumas tentativas de renovação, com reportagens sobre pop stars da atualidade, mas o gosto de Hewitt ainda é sensível na escolha dos temas tratados – recentemente, por exemplo, foi apresentado um perfil do tenor Plácido Domingo.

Executivos da CBS têm tentado sugerir ao velho jornalista que deixe o comando do 60 Minutes para assumir um posto remunerado de executivo emérito, até completar 90 anos de idade. Mas ele se recusa: ‘Meu desejo é morrer em minha mesa’, responde repetidamente. Na edição especial, intitulada ‘Conte-me uma história: O homem que fez o 60 Minutes‘, Hewitt e outros âncoras, todos também já com certa idade, recordaram momentos brilhantes do programa, como a entrevista de Mike Wallace com o aiatolá Khomeini, em 1979. Pontos altos da carreira de Hewitt fora do 60 Minutes, como o debate entre Richard Nixon e John Kennedy, produzido por ele em 1960, também foram mostrados. Contudo, grandes fracassos, como a decisão de não veicular a entrevista de Jeffrey S. Wigand sobre as tramóias da indústria de cigarros, em 1995, por recomendação dos advogados da CBS (história que daria origem ao filme O Informante), foram deixados de lado.