Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Grupo canadense está interessado no Jerusalem Post

Leonard Asper, executivo-chefe do CanWest Global Communications, maior grupo de mídia do Canadá, visitou o escritório central do jornal Jerusalem Post junto com uma delegação de executivos do grupo. De acordo com informações de Joshua Mitnick [The New York Times, 17/5/04], o CanWest estaria interessado em comprar o jornal diário de língua inglesa da Hollinger. Depois do escândalo de fraude envolvendo o ex-executivo-chefe da companhia, Conrad Black, a Hollinger enfrenta a iminente perda de seu império de mídia.

O Jerusalem Post encontra-se em seu pior estado financeiro desde que foi comprado pela Hollinger em 1989 pelo valor de US$ 20 milhões. O abatimento da economia israelense e a queda no turismo da região provocaram um corte gigantesco na renda publicitária do jornal. Em três anos, a circulação nos fins de semana caiu de 36 mil para 25 mil exemplares. Hoje, o Post tem apenas 35 repórteres e editores, e conta com o trabalho de jornalistas free-lance para diminuir os custos.

Por que então o Post ainda atrai interesse de investidores? Aparentemente, porque a visibilidade do jornal no exterior consegue ofuscar seus problemas de baixa circulação e pequeno potencial para lucros. Compradores de jornais normalmente observam detalhes como voz editorial e tipo de leitor, afirma Robert J. Broadwater, diretor do banco de investimentos Veronis Suhler Stevenson, de Nova York, especializado em aquisições de empresas de mídia.

Apesar de sua crise financeira, o Post tem sido uma boa ‘base de treinamento’ para jornalistas que, depois de passar por ele, partiram para trabalhar em veículos como CNN, Time, The New Yorker e The Guardian. E mesmo que o jornal pareça de menor importância para grande parte do público israelense, ele tem se mostrado mais ativo e competente do que seus concorrentes na cobertura de fatos importantes, como por exemplo a guerra do Iraque.