A revista americana Harper’s Bazaar tem registrado aumento nas vendas e no volume de anunciantes. A Hearst, editora da publicação, mudou sua direção diversas vezes, e isso parece estar surtindo efeito. Ainda assim, segundo matéria de Ruth Ferla, para o New York Times [18/5/04], os bons resultados não ajudam a reduzir ‘a percepção de que a revista é datada e confusa’. Os anunciantes de revistas de moda querem estar na publicação mais cool, e esta, no momento, não é a Harper’s Bazaar. É notável, no entanto, que tem sido feito um esforço para revigorar seu conteúdo editorial, pois suas matérias ficaram mais sofisticadas. Ao mesmo tempo, uma certa esquizofrenia afeta a revista. Em meio a editoriais de moda com visual mais moderno e muitas celebridades, surge uma matéria sobre ‘quanto custa ser uma socialite’, que revela as cifras exorbitantes que mulheres da alta sociedade de Manhattan gastam com roupas e tratamentos de beleza. Assim, a revista parece estar querendo pegar no pé de um grupo que ela mesma exalta em outras páginas. A adoção de duas capas distintas por edição reforça esse tipo de discrepância. Para a edição de maio, por exemplo, a atriz Courteney Cox foi fotografada com dois vestidos diferentes – um mais chamativo, para venda em banca, e outro para assinantes.
Coluna condena editor que recebeu dinheiro de estúdio
The New York Observer [24/5/04] não deixou passar em branco a notícia de que o editor-chefe da revista Vanity Fair, Graydon Carter, recebeu US$ 100 mil da Imagine Entertainment, por ter sugerido que Uma Mente Brilhante, originalmente um livro, fosse adaptado para o cinema. A recompensa foi dada depois que o filme ganhou um Oscar em 2002. Brian Grazer e Ron Howard, executivos que comandam a Imagine, ganharam destaque por diversas vezes na Vanity Fair, em listas de ‘mais poderosos’ ou através de seus projetos. O Observer nota ainda que Carter acaba de fazer uma ponta num filme da Paramount Pictures, que já estaria sendo divulgado na Vanity Fair e pergunta se Si Newhouse, presidente da Condé Nast, que publica a revista, vai permitir que seu editor seja visto como um associado da indústria do cinema. ‘Ao colocar seus interesses à frente da integridade de sua revista, Carter manchou permanentemente qualquer fruto do sucesso de que a Vanity Fair tem gozado durante seus 12 anos como editor e tornou suas motivações suspeitas para os leitores’, condena o editorial.