Uma nova medida para impedir que empresas exijam acesso às contas do Facebook em entrevistas de emprego foi rejeitada nesta semana por republicanos na Câmara dos EUA, que a consideraram desnecessária. Enquanto isso, dois senadores democratas pediram ao Departamento de Justiça e à Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego que investiguem firmas envolvidas nessa prática.
Desde 2010, surgem casos de agências do governo, empresas privadas e universidades que pedem as senhas de redes sociais tanto de funcionários e alunos como de candidatos a vagas. Na semana passada, o próprio Facebook informou que notou um aumento da prática e avisou seus usuários que compartilhar senhas ou pedir acesso a contas alheias é uma violação do código de conduta da rede social. “Nós vamos tomar medidas para proteger a privacidade e a segurança de nossos usuários, seja envolvendo políticos ou, se for o caso, iniciando uma ação legal”, disse num comunicado Erin Egan, diretor-chefe de privacidade do Facebook.
No começo de 2011, ficou famoso o caso de Robert Collins, guarda de uma penitenciária de Maryland que, depois de licença após a morte da mãe, passou por uma entrevista rotineira para voltar ao trabalho, quando lhe pediram login e senha do Facebook. Chocado, mas precisando do emprego, ele cedeu. O caso trouxe à tona diversos outros, como universidades e empresas que exigem que seus alunos ou funcionários virem seus “amigos” na rede social para terem acesso às suas atividades online.
Na terça-feira (27/03), o democrata Ed Perrlmutter apresentou emenda que aumentaria o poder da Federal Communications Commission (FCC), agência que regula o mercado de comunicações nos EUA, para proibir a prática. A emenda foi bloqueada no dia seguinte, mas pode voltar a ser debatida. Ao mesmo tempo, dois senadores democratas pediram uma investigação para confirmar se as empresas estão violando leis federais. Eles trabalham num novo projeto de lei para impedir a prática.
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[Fernanda Ezabella, da Folha de S.Paulo em Los Angeles]