Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Perfil do jornalista americano se distancia do público

Pesquisa realizada em conjunto pelo Pew Research Center e o Project for Excellence in Journalism mostra que os profissionais de imprensa podem estar se distanciando da população no que se refere à visão política e social. Entre os jornalistas que trabalham em veículos nacionais dos EUA, 34% se disseram liberais, 54% moderados e 7% conservadores. Dos que atuam em meios locais, a divisão ficou, respectivamente, em 23%, 61% e 12%. Apenas 31% dos jornalistas nacionais dizem ter confiança na opção eleitoral da população no pleito presidencial vindouro, o que demonstra que, em grande medida, eles se consideram superiores aos seus leitores ou espectadores. Segundo explica o Washington Post [25/5/04], os profissionais de veículos nacionais tendem a estar à esquerda das preferências populares. Noventa por cento acreditam que não é necessário crer em Deus para ser uma pessoa moral, opinião compartilhada por apenas 40% dos americanos em geral. Além disso, 88% acreditam que o homossexualismo deve ser aceito pela sociedade, quando apenas metade dela concorda com essa afirmação.

As entrevistas com 547 jornalistas também mostraram que a classe vive uma crise de confiança na profissão. Mais da metade deles crê que a pressão por lucratividade está deteriorando a qualidade do trabalho. Metade dos jornalistas nacionais também acha que os jornalistas andam atuando de forma muito tímida. Apesar do escândalo envolvendo o repórter-plagiador Jayson Blair, apenas 5% dos profissionais de veículos nacionais vêem a falta de ética como o maior problema do jornalismo. Cerca de 75% opinam que os problemas de plágio apenas têm sido mais colocados em evidência, não tendo aumentado em quantidade. Uma grande diferença entre gerações aparece na pesquisa: 10% dos jornalistas com menos de 35 anos acham que a falta de credibilidade é o maior problema da indústria da notícia, contra um terço daqueles acima dos 55 anos. Entre os pontos positivos do jornalismo atual, os profissionais americanos apontaram a rapidez, a qualidade das matérias e o papel de fiscalização da mídia.