Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Agência Câmara

‘A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou nesta terça-feira o projeto de lei que altera a regulamentação da profissão de jornalista com o objetivo de adequá-la às mudanças ocorridas nas últimas décadas – sobretudo no que diz respeito à evolução tecnológica.

Entre outras mudanças, o projeto redefine as atividades desenvolvidas e propõe nova classificação para as funções desempenhadas pelos jornalistas profissionais. Além disso, a proposta inclui como exercício profissional a prestação de serviços de natureza eventual, sem relação de emprego.

O projeto relaciona 33 funções exercidas por profissionais do jornalismo, contra as 11 atualmente previstas na legislação. Entre elas encontra-se a de editor, pauteiro, assessor de imprensa, professor de jornalismo, e produtor jornalístico. O texto aprovado amplia também o elenco de atividades desempenhadas pelos jornalistas, que, pela legislação atual, restringem-se a 11 – a proposta é ampliá-las para 14.

A elaboração de texto informativo ou noticioso para transmissão através de teletexto, videotexto ou qualquer outro meio é uma das novas atividades previstas. O relator da matéria, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), apresentou parecer pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa. A proposta segue agora para o Senado.’



MERCADO PUBLICITÁRIO
PAY-TV News

‘ABTA tem evento para mercado anunciante’, copyright PAY-TV News, 4/06/04

‘Acontece no próximo dia 15, em São Paulo, a segunda edição do ‘Quem Paga Pra Ver’, organizado pelo comitê de marketing publicitário da ABTA.

O evento, cuja primeira versão aconteceu em 2002, reúne executivos das programadoras de TV por assinatura, anunciantes e profissionais do mercado de publicidade para discutir a TV paga como mídia. Em 2003, o setor faturou R$ 188,3 milhões em publicidade (foram R$ 183 milhões em 2002).

Palestrantes e debatedores

Francisco Valim, presidente da ABTA, é que faz a abertura do evento. O economista e filósofo Eduardo Gianneti da Fonseca, professor da FEA-USP e do Ibmec-S, vai apresentar o painel ‘Perspectivas da TV por Assinatura no Brasil’. O painel ‘Contando cases de TV por assinatura’ tem a participação de anunciantes do setor, como Loredana S. Mariotto, diretora de marketing do setor de produtos de comunicação pessoal da Motorola, e João Batista Ciaco, diretor de publicidade e marketing de relacionamento da Fiat. A moderação será se Luiz Fernando Vieira, diretor de mídia da agência África.

Mesas redondas

A jornalista e apresentadora de TV Mônica Waldvogel vai mediar uma mesa redonda com os profissionais de mídia e planejamento Daniel Barbará (DPZ) e Ângelo Frazão (McCaan-Erikson), além dos executivos de criação Marcelo Serpa (Almap/BBDO) e Fábio Fernandes (F/Nazca Saatchi Saatchi).’



Tela Viva News

‘SBT adota nova ferramenta comercial’, copyright Tela Viva News, 4/06/04

‘O SBT está disponibilizando um software de planejamento de mídia para a sua equipe de vendas. Os módulos de Planejamento de Mídia TV, Avaliação de Propostas de Patrocínio e Pós-Análise, que integram o sistema AdCorporate, desenvolvido pela AdSolutions, estão sendo utilizados pelo departamento comercial da emissora desde o dia 17 de maio.

Segundo o departamento de comunicação do SBT, mais de 50 agências de publicidade no país trabalham com o sistema. Com a ferramenta, a área comercial da emissora atua em conjunto com o mídia da agência para efetuar análises e simulações de planos em tempo real, tendo como processo final a emissão da reserva de espaço na grade de programação e a transferência on-line.

Além do AdCorporate, os assistentes de venda da emissora passaram a usar recentemente o software Planview, ferramenta de projeção e otimização de planos de mídia do Ibope. Outra ação da rede implantada esta ano foi o MMA – Módulo Mercado Anunciante. Trata-se de um sistema que conecta o SBT diretamente às agências. Com o MMA as agências podem acessar informações sobre negociações, mapas de reserva de mídia, pendências de materiais ou de autorizações e obter comprovantes de exibição.’



MERCADO DE TRABALHO
Eduardo Ribeiro

‘Os bons momentos estão (quase) de volta’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 2/06/04

‘Esta coluna, semanas atrás, sentenciou: ‘Saímos da UTI’. Não foram poucas as manifestações no portal contestando a afirmação e duvidando do veredicto, o que era até compreensível tendo em vista o ainda final de crise que estávamos vivendo no mercado editorial brasileiro. Mas eram claros, àquela altura, os indícios de que havia uma recuperação a caminho e que a crise já começa a fazer parte do passado.

Hoje a situação está um pouco diferente. Felizmente para melhor. E vou aqui novamente fazer uma afirmação arriscada: os bons momentos estão de volta. Pus um quase no título para, em caso de um desastre nas próximas semanas, livrar a barra da coluna e deixar uma brecha para uma retirada estratégica. Afinal, acompanhei como todos a tragédia de nosso mercado e sei muito bem que não custa nada às empresas iniciar novamente outros processos de enxugamento e demissão em massa, se a situação assim o exigir. Mas nada, absolutamente nada, faz crer que isso venha a acontecer no curto prazo. Ao contrário. Os veículos voltaram a investir e contratar, num movimento ainda lento, tímido, mas constante. Nem eles próprios admitem publicamente até para não chamar muito atenção para si e também para evitar ‘olho gordo’ ou a chegada de alguma onda de azar, que os façam retroceder novamente.

Nem todos os projetos em andamento são de conhecimento público, mas posso garantir que além dos conhecidos há vários sendo gestados no mais absoluto segredo e que devem ajudar a melhorar esse nosso combalido mercado.

Vou começar pelos jornais DCI/Shopping News, projetos sobre os quais já falei mais de uma vez neste espaço. E sempre por conta das boas novas que projetavam para o mercado. Pois bem, o DCI deixou de ser um jornal da metrópole para ser um jornal nacional com circulação em todo o território brasileiro. De imediato, ele passa a atingir 12 capitais, mas até o final do mês elas serão 18 e em algum tempo 23. Isso quer dizer que a empresa, para esse novo vôo, está investindo pesado em estrutura tanto na área comercial e administrativa, nomeando representantes em todas as praças, como também editorial, com a contratação de correspondentes – embriões de futuras sucursais. A redação, em São Paulo, por exemplo, ganhará quatro reforços, o que inclui as editorias de Serviços, Indústria, Comércio e Finanças (os nomes ainda estão sendo definidos). Brasília, cuja redação é coordenada por André Barrocal, terá, além dele, outros três repórteres: Carolina Jardon (que já estava por lá), Alécio Guimarães (ex-Correio Braziliense, recém-contratado) e um terceiro que ainda está em negociação. Já estão também definidos os correspondentes do Rio de Janeiro (Janaína Vilella, ex-O Globo), Porto Alegre (Martiane Welter), Salvador (Ana Cristina Santiago), Curitiba (Eduardo Sganzerla, ex-Gazeta Mercantil) e Belo Horizonte (Alex Capella). Ainda este mês o jornal define os nomes de Fortaleza, Manaus e Campo Grande, e em julho os de Belém e Recife. Vários repórteres, a propósito, estão saindo em sua grande maioria por ter recebido propostas melhores ou porque têm outros planos em vista – outro típico sinal de que o mercado está ‘rodando’. No caso do DCI, por exemplo, o repórter Vladmir Alves, da editoria de Legislação, saiu para trabalhar na campanha de um dos candidatos à Prefeitura de São Bernardo do Campo; Carlos Matos, de Indústria, resolveu sair porque apareceu para ele uma oportunidade em assessoria de imprensa para ganhar muito mais – foi na Associação Brasileira de Alumínio – Abal; e Cíntia Kaoru Shimokomaki, de Internacional, pediu demissão porque foi aceita num mestrado na Inglaterra e para lá viaja nos próximos dias. Detalhe: todas as vagas estão sendo preenchidas, algumas até com salários um pouco melhores.

A Editora Símbolo, presidida por Joana Woo, anunciou a retomada dos investimentos e o lançamento de mais de uma dezena de títulos em 2004, parte deles ainda no primeiro semestre. São filhotes de títulos tradicionais, como Atrevida, Chiques & Famosos e Corpo a Corpo, mudanças de periodicidade (Raça Brasil) e títulos novos mesmo, como Viva Saúde e Vida Executiva. Não se trata de intenção, mas de ação. A Editora quer recuperar o prestígio que já teve no mercado e que de certo modo diminiu tanto por conta da crise quanto pelo período em que foi incorporada pela Editora Abril. A empresa voltou a ser agressiva e a apostar no mercado.

O Jornal da Tarde, do Grupo Estado, passa por uma verdadeira revolução, buscando ganhar fatias de mercado, sobretudo na venda em bancas, no segmento C/D da população, numa disputa direta com o líder Diário de S. Paulo e com o vice-líder Agora São Paulo. Mudou linha editorial, diagramação, linguagem, formato de texto, abordagem e criou, além disso, inúmeros cadernos para reforçar as edições de todos os dias da semana. Também em equipe os investimentos foram significativos, para fazer frente a projetos como os cadernos Seu Dinheiro, Esportes, Jornal do Carro (fim de semana) e sobretudo para o novo guia com roteiro de lazer.

Seja por conta disso, ou não, Agora São Paulo e Diário de S.Paulo também estão tomando algumas providências, para manter o desempenho e, se possível, ampliar mercado. O Diário, por exemplo, reformulou integralmente seu roteiro de fim de semana, e mudou o dia de circulação do caderno do Idoso, que saiu do final de semana para a terça-feira. Além disso, tem buscado ser ainda mais arrojado nas pautas, com matérias especiais de impacto e furos. O Agora São Paulo, por seu lado, acaba de lançar uma nova revista para fortalecer a edição de sábado. Chama-se Show TV. Nem Agora nem Diário tiveram um forte movimento de contratações, mas é certo que ambos estão atentos ao que o JT está fazendo e aos resultados eventualmente obtidos, para tomar suas próprias decisões (o que poderá, obviamente, incluir contratações).

Não imagina-se, portanto, que no segmento dos populares possa haver demissões no curto prazo, até pela própria concorrência acirrada que se está travando. Mas o contrário é possível e até desejável.

Temos também o caso do Valor Econômico que está já há alguns meses operando no azul, com uma tranqüilidade muito maior, até porque a equipe já sabe que os acionistas (Folha de S.Paulo e O Globo) desistiram de vendê-lo e apostam numa onda de crescimento. Lá a equipe vem sendo gradualmente reforçada, ou por contratações ou mesmo por frilas fixos, mas já vai longe o tempo em que toda a demissão era seguida da decisão de congelamento da vaga.

Até a Gazeta Mercantil vive um momento de maior tranqüilidade. Como o novo controlador, Nelson Tanure, espertamente colocou os salários atuais em dia, tirou a maior de todas as motivações da equipe, para manter o movimento e a mobilização na defesa do pagamento dos salários e outras verbas que lhe são devidos pela empresa. Isso é uma indecência, porém mais indecente era trabalhar e não ter salário algum, como anteriormente. Tanure, obviamente, fará o que estiver ao seu alcance para jogar esta dívida (Passivinho e Passivão) para as calendas e usa o passar do tempo a seu favor. Uma reviravolta neste cenário dependerá da ação e do poder de fogo dos empregados e ex-empregados no campo jurídico e da Justiça do Trabalho, mas todos sabemos que isso é muito complicado – e mais do que nós sabe disso o próprio Tanure.

Tivemos muitas contratações na revista Contigo, da Abril, e várias outras mudanças estratégicas no Grupo Abril. As dívidas com os credores foram renegociadas e hoje a situação da empresa é, aparentemente, melhor. O mesmo ocorre com o Estadão.

A publicidade, particularmente na mídia impressa, vem apresentando uma retomada alentadora, melhorando o faturamento de grande parte das empresas, como o demonstram todos os indicadores existentes. Mas mais do que os indicadores estamos vendo isso fisicamente, manuseando jornais e revistas, que voltaram a engordar de forma interessante.

O Globo, no Rio, finalmente decidiu lançar uma revista dominical e já se prepara para a empreitada, prevista para agosto. Terá direito a equipe própria tanto de profissionais de texto quanto de imagem.

Outro grande jornal brasileiro desengavetou o projeto de uma nova revista. E é coisa realmente de gente grande, com um bom investimento, inclusive em equipe. A avaliação é que chegou o momento de lançar a dita cuja, valendo-se desse início da curva da retomada. Esse mesmo jornal não pretende parar apenas neste investimento. Vai lançar, dentro de algumas semanas, um novo caderno, para reforçar a atual cobertura de uma de suas mais importantes editorias, montando, para isso, um pequeno núcleo editorial. Ou seja, dois casos onde haverá obrigatoriamente contratações de um número razoável de profissionais.

Uma das mais tradicionais publicações do mercado também prepara-se para lançar um filhote, prometendo algumas contratações. Poucas no início, mas se o projeto evoluir a contento, elas se multiplicarão.

A revista Foco – Economia & Negócios, que está apenas na quinta edição, já estuda com seriedade a mudança da periodicidade, passando de mensal a quinzenal. E o faz na expectativa de que o desempenho comercial da publicação melhore, a despeito das dificuldades do momento e de ser ela uma publicação ainda muito jovem.

Em conversa informal que tive, dia desses, com um colega de uma grande redação, ele comentou que a empresa em que trabalha está menos rabugenta e intransigente com as chamadas despesas extras do dia-a-dia, como reembolso de táxi, viagens, alimentação. Claro sintoma de que o cofre já não está sob ameaça e muito menos sob fogo cruzado.

Some-se a isso a aceleração da dança das cadeiras das últimas semanas, envolvendo nomes como Nirlando Beirão, Mara Luquet, Renato Lombardi, Plínio Fraga, Valéria Blanc, para ficar apenas em alguns mais conhecidos, que estão partindo para novas missões profissionais atraídos por boas propostas e/ou perspectivas de negócios, e vamos ter um quadro mais exato do momento vivido por nosso mercado.

Ele está ainda longe do ideal, mas a retomada é visível e as oportunidades começam a aparecer novamente em número cada vez maior. De um modo geral, a análise superficial que se pode fazer dos comentários acima é de que:

* As demissões em massa efetivamente cessaram

* A mídia impressa, que foi a que mais demitiu e a que, por isso mesmo, mais sofreu com a queda de qualidade, sente necessidade de investir em equipe, tanto em contratações quanto em qualificação

* As vagas abertas por demissões pontuais estão sendo, em sua grande maioria, preenchidas imediatamente

* Os salários já ensaiam pequena recuperação (ainda muito pequena mesmo)

* As empresas estão desengavetando projetos e criando outros e muitas delas terão novidades ainda este ano

* O dinheiro do BNDES deverá sair, ajudando no equilíbrio financeiro das empresas, sobretudo no que diz respeito às dívidas de curto e médio prazo

* O mercado voltou a se agitar, intensificando o vaivém e a dança das cadeiras

* Bons e experientes profissionais começam a ser repatriados para o mercado, após um bom tempo de exílio

* As empresas diminuíram a pressão sobre os gastos

* Para vagas um pouco mais qualificadas há falta de mão-de-obra.’