O mal-estar operário nas obras gigantes de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, continua subestimado pela mídia. Exemplos singulares das condições de trabalho no Brasil, em obras importantíssimas do PAC, esses canteiros, e o de Belo Monte, no Pará, mereceriam cobertura jornalística mais constante e intensa.
O incêndio da madrugada de terça-feira (3/4), um ano após a maior revolta operária do século 21 no país, não era uma possibilidade remota. Circunstancialmente, o simples fato de ter havido 26 dias de greve seria pauta obrigatória de reportagens mais abrangentes.
O que chama a atenção no episódio atual é que ele se deu após decisão dos trabalhadores de voltar ao trabalho. No noticiário de quarta-feira do Valor (que não dá o assunto na capa), o presidente do sindicato local ligado à CUT acusa o sindicato rival, associado à Força Sindical, de ser responsável pelos atos de vandalismo.
Haveria aí um ingrediente adicional numa história que os tem em abundância. Confira em “Jirau & Nova Friburgo − Anotações sobre duas reportagens” e “Mídia surpreendida em Jirau”.