2005 não foi um ano fácil! Desfilaram pelas páginas dos jornais um sem número de tragédias humanas, de catástrofes naturais, de acidentes e incidentes que aumentaram ainda mais a sensação de insegurança entre as pessoas. Não só em Santa Catarina mas em todo o lugar, a mídia tornou mais agudo o sentimento de que os tempos estão difíceis para todos.
O Monitor De Mídia produziu suas análises quinzenais, destacando iniciativas positivos e apontando deslizes dos jornais catarinenses. Pra fechar o ano, relembramos alguns dos principais aspectos dessa crítica de mídia em 2005.
Bolshoi
No começo do ano, as denúncias contra a escola de Ballet Bolshoi de Joinville renderam matérias, mas pouca opinião no jornal A Notícia, sediado na cidade. Mais parecia que se evitou um envolvimento maior do jornal com a mancha que ofuscou o projeto cultural mais importante da cidade. A intrigante economia de palavras do jornal para tratar o assunto virou foco de análise do Monitor de Mídia na Edição 63.
Celulares
Já há alguns anos, as operadoras de aparelhos celulares têm sido as grandes anunciantes dos jornais. Nas vésperas de datas comemorativas, em matérias sobre o que comprar de presente e as maiores procuras, os celulares estiveram entre os favoritos quase sempre. Na Edição 63, chamou a atenção a proximidade entre reportagem e anúncio publicitário no Diário Catarinense nos dias que antecederam o Natal. No Dia dos Pais, também foram os celulares os campeões de venda, como mostrou nota da Edição 75.
Dia da Mulher
Na Edição 65, esse Monitor de Mídia analisou as publicações sobre o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março. A data contou com matérias e artigos publicados ainda nas vésperas. A abordagem dos jornais esteve dentro do previsto, citou o papel da mulher na sociedade, perfis das pioneiras e reflexos de uma sociedade machista.
Páscoa
Em 2005, a Páscoa foi comemorada no dia 27 de março, último domingo do mês. O caráter religioso, ainda que mencionado pelos jornais catarinenses, perdeu espaço para o aspecto comercial expresso no aumento das vendas, nas expectativas de crescimento e nas novidades encontradas no mercado. A análise completa está disponível na Edição 66.
Papa
Durante o período que sucedeu a morte de João Paulo II (em 3 de abril), a expectativa para a escolha do novo papa dominou a atenção de católicos pelo mundo todo e, conseqüentemente, da mídia. Na Edição 67, fica claro que, apesar de toda a especulação gerada, a escolha de Joseph Ratzinger foi uma surpresa. Pelo menos para os jornais…
Publicidade
A nota ‘Publicidade se aproxima perigosamente do jornalismo’ (Edição 67) comentou a publicação de matérias sobre redes de lojas anunciantes dos jornais do Grupo RBS. Tratava-se da venda das Lojas Base para a rede Magazine Luiza e da abertura de mais uma loja das Casas Bahia. Na mesma edição, anúncios que invadiram o espaço destinado ao material jornalístico também renderam nota.
Na Edição 69, a publicidade esteve mais uma vez nas páginas jornalísticas do Diário Catarinense. Tal acontecimento pôde ser percebido nas edições de 30 de abril e 4 de maio do jornal e foi mencionado nas notas ‘Uma tendência?’ e ‘Mais uma vez, novamente’.No dia 31/05, a matéria sobre a Texfair, encartada no Jornal de Santa Catarina, deu à Editoria de Economia ‘cara de informe publicitário’. Mais uma vez, os obstáculos que separam jornalismo de publicidade foram driblados (Edição 71).
Malabares
A proibição da atuação de malabaristas nos semáforos de Blumenau teve destaque nas páginas do Jornal de Santa Catarina, em maio. O jornal do Vale publicou matérias tanto se referindo à proibição quanto dando voz a malabaristas numa espécie de ‘Mea culpa’ (Edição 69).
Duplicação BR-101
A novela da duplicação da BR-101 avançou em maio deste ano, e em cumprimento à promessa do presidente Lula as obras começaram a ser realizadas. Dada a importância que a obra representa, o jornal A Notícia publicou suplemento como se pode acompanhar nas notas que abriram a Edição 70. A grande falha do periódico foi ter trazido texto tendencioso demais.
Protestos em Florianópolis
Os protestos estudantis na capital do Estado contra o aumento das tarifas de ônibus foram, sem dúvida, um dos acontecimentos mais ruidosos nesse ano. O espaço destinado às manifestações foi proporcional aos acontecimentos. Na Edição 71, estão disponíveis as análises dos aspectos que mais marcaram a cobertura. O Monitor de Mídia ainda comparou, na Edição 72, a cobertura do fato nos jornais Diário Catarinense e A Notícia.
Incêndio
Além das manifestações, Florianópolis foi surpreendida por um incêndio no Mercado Público. O fato, que ocorreu em agosto, está presente na Edição 75, que trouxe nota sobre a abordagem nos três principais jornais catarinenses.
Crise política
Essa foi, sem dúvida, a maior agenda de 2005 para a mídia. E não foi diferente na cobertura dos jornais catarinenses. Os acontecimentos em Brasília estiveram sempre nas páginas dos principais diários de Santa Catarina. As análises sobre a crise política feitas pelo Monitor de Mídia começaram a ser publicadas na Edição 72. O diagnóstico dos conteúdos e o acompanhamento da cobertura renderam muitas notas. Elas aparecem nas edições 73, 75 e 76. Devido ao grande volume de matérias sobre o assunto, o Monitor de Mídia passou a publicar o Especial da Crise, onde estão armazenadas as principais análises do conteúdo da crise política.
Musas da CPI
A crise política saiu do congresso nacional e se estendeu à residência dos principais envolvidos. Mulheres e filhas de deputados eram cotadas como musas da CPI. A Edição 77 mostra que os jornais cansaram das notícias cotidianas e resolveram embarcar numa de revista de variedades.
Execução em Londres
A morte do brasileiro Jean Charles de Menezes em Londres virou discussão na mídia internacional. O jornal A Notícia deu um furo de reportagem diante dos concorrentes locais, que publicaram atrasados a identidade da vítima e os detalhes do acontecimento. O diagnóstico da Edição 73 mostra a análise das matérias.
Desastres naturais
O ano de 2005 foi bastante tumultuado e as tempestades não foram apenas políticas. A natureza deu um jeito de ganhar destaque nas capas dos três principais jornais do estado. O diagnóstico das matérias acerca da ocorrência de furacões, ciclones e outros desastres naturais estão na Edição 76.
60 anos depois
Em 2005, completou-se 60 anos da destruição de Hiroshima e Nagazaki por bombas atômicas jogadas pelos norte-americanos. O Monitor de Mídia analisou o conteúdo publicado pelos jornais catarinenses, que fizeram resgate histórico e apresentaram as mudanças desde os genocídios de agosto de 1945. (Edição 74)
Tragédias aéreas
Não faltaram desastres nas páginas dos jornais catarinenses neste ano. O diagnóstico da Edição 75 mostra a avaliação do conteúdo referente aos principais acidentes no transporte aéreo.
Faixa de Gaza
Os conflitos étnicos também marcaram as páginas dos jornais catarinenses. No ano de 2005, a repercussão da desocupação dos judeus da Faixa de Gaza teve cobertura de toda a mídia, como mostra nota da Edição 75.
Referendo
O referendo sobre o comércio de armas de fogo e munição ganhou destaque nas páginas dos jornais catarinenses. O Monitor de Mídia fez a análise do conteúdo na Edição 78. A Edição 79 discorreu sobre a questão da parcialidade e do posicionamento dos jornais através de seus editoriais. Viu-se que a opinião, muitas vezes, interfere na publicação das matérias.
Máfia do apito
A Edição 78 mostrou que a crise não se restringiu apenas à política. A descoberta da manipulação dos resultados por juízes no Campeonato Brasileiro de futebol gerou polêmica e apareceu com destaque nas páginas da Editoria de Esportes.
Beira-Mar na capital
Como mostraram notas da Edição 79, a transferência do traficante Fernandinho Beira-Mar para a carceragem da Polícia Federal de Florianópolis foi motivo de piada nos jornais. Alguns nem deram credibilidade à notícia.
Doenças
Febre aftosa, gripe aviária, hantavirose, leishmaniose… As doenças que se manifestaram no país e no mundo, apareceram nos jornais catarinenses e fizeram parte das análises do Monitor de Mídia. A Edição 80 mostrou que a maior preocupação dos jornais foi na área econômica. Enfatizaram as doenças animais e deixaram de lado aquelas que afetam diretamente a saúde do homem.
Mal-estar de celebridades na capa
Virou moda nos jornais catarinenses a publicação na capa de mal-estar de celebridades. A primeira foi Malu Mader, mencionada na Edição 74. A atriz ganhou mais destaque do que deveria, mas a pior falha foi na divulgação do caso de Ana Paula Arósio, Edição 80. O critério de escolha das chamadas de capa teve mais a ver com revista de celebridades do que com relevância.
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