Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Tiragem mundial caiu em 2003

Pesquisa apresentada no 57o Congresso Mundial de Jornais, realizado em Istambul, na Turquia, mostra que, em média, a circulação global de jornais caiu 0,12% em 2003. Contudo, em 35 dos 208 países pesquisados, o segmento cresceu. Desde 1999, por exemplo, os gigantes populacionais China e Índia passaram a consumir, respectivamente, 35% e 19% mais jornais. No mesmo período, a Islândia teve diminuição de cerca de 25% em sua tiragem nacional e a Turquia viu sua circulação total cair quase pela metade. Alemanha, França e Reino Unido também perderam tiragem em 2003. Os EUA conseguiram se manter estáveis, mas acumulam perda de 1,4% no último qüinqüênio.

Os maiores leitores de jornais seguem sendo os noruegueses e o japoneses, que compram, respectivamente, 684 e 647 exemplares por 1.000 habitantes. Enquanto isso, no Senegal, onde um jornal custa o mesmo que um quilo de arroz, 60% dos entrevistados responderam que pedem emprestado em vez de comprar. Chama atenção o dado de que surgiram 265 novas publicações no Afeganistão, país em que somente 20% das pessoas são alfabetizadas. A imprensa do Paraguai apresenta o menor índice de credibilidade: apenas 8% da população do país acha que os diários são confiáveis.

Segundo reporta The Guardian [1/6/04], os jornais seguem abocanhando a segunda maior fatia do mercado publicitário, com 30,8% em 2003, atrás apenas da televisão, que detém 38,8%. Novas tendências de negócios aparecem na pesquisa: os diários gratuitos, como o Metro, cresceram notavelmente – 16% em 2003. E a renda com publicidade dos sítios de jornais na internet chegou à marca de US$ 10 bilhões no ano passado, mais que o dobro de 1999. A aposta no universo digital foi uma questão muito enfatizada no congresso da Associação Mundial de Jornais (WAN, sigla em inglês), que reuniu 1.300 publishers e editores de 88 países.

Apesar da redução na circulação, a crise da mídia impressa está sendo superada globalmente, acredita o diretor-geral da WAN Timothy Balding. ‘Há quatro ou cinco anos os diretores de jornais não viam solução. Estávamos totalmente no escuro. Agora, o nevoeiro está rareando aos poucos’, diz à AFP [ 3/6/04].

O congresso teve uma nota de encerramento em que Cuba, Myanmar, Venezuela e Zimbábue foram condenados por suas práticas de repressão à mídia. Também houve protesto contra o recente assassinato do jornalista montenegrino Dusko Jovanovic.