Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornalistas recusam intimação para julgamento

Os jornalistas Joseph Fried e George Packer, do New York Times, Esmat Salaheddin, da Reuters, e Patricia Hurtado, do Newsday, foram intimados pela Justiça americana a deporem no processo contra a advogada Lynne Stewart, acusada de ajudar o seu cliente, Sheikh Omar Abdl-Rahman, condenado por incitar ataques terroristas nos EUA ao se comunicar, de dentro da prisão, com o que a promotoria considera serem seus seguidores. Os repórteres estão sendo chamados para confirmar se declarações atribuídas a Lynne em suas matérias foram de fato dadas por ela. Ainda assim, os jornais estão recorrendo das intimações, baseados no privilégio constitucional dos jornalistas de manterem sigilo mesmo sobre informações não-confidenciais. ‘Nossas fontes vão desaparecer se pensarem que tudo que disserem a nós será repetido contra eles no tribunal’, explica George Freeman, advogado do New York Times. Os diários acreditam ainda que, aceitando a determinação da justiça, criarão precedente para outras intimações de caráter mais profundo. Segundo a Reuters [4/6/04], o julgamento de Lynne começará no dia 21/6.



Diversidade ideológica preocupa editores

Pesquisa publicada recentemente pelo Pew Research Center e pelo Project for Excellence in Journalism, mostrando que 34% dos jornalistas americanos se consideram liberais e 7%, conservadores, levou editores a questionarem seus critérios de seleção. Alguns cogitam até fazer uma espécie de ‘ação afirmativa’ informal para trazer mais conservadores para as redações. Para Peter Bhatia, editor-executivo do Oregonian, de Portland, os editores devem buscar repórteres com histórias de vida diferentes. ‘Talvez o maior problema seja que a maioria de nós pense parecido e tenha trajetórias semelhantes’, concorda o editor do San Jose Mercury News, David Yarnold, que exemplifica: ‘Achar alguém contrário ao aborto numa redação é mais difícil que achar o Wally’. A maioria dos editores ouvidos por Randy Dotinga, do Christian Science Monitor, no entanto, são contrários à instituição de testes estritamente ideológicos na hora da contratação. Segundo eles, o profissionalismo determinará a imparcialidade de um jornalista. Yarnold sugere que os contratantes poderiam fazer perguntas que ajudassem a determinar o grau ideológico e de pensamento crítico de cada candidato. As informações são da Editor & Publisher [3/6/04].