Caro Alberto Dines, que poderia eu dizer, num instante em que você, jornalista por excelência, é punido por dizer o que deve ser dito? Que tenho vergonha de um periódico carioca ou que fico com a face vermelha com a maioria de nossa mídia? Mas lembro que a história do jornalismo é feita pelos punidos e expulsos das redações. Os demais andam no ritmo dos exércitos mais fortes: serão olvidados quando os donos do poder assim o desejarem. Um abraço solidário e respeitoso,
Roberto Romano, professor da Unicamp, São Paulo
Bom motivo
Penso que Alberto Dines deve se orgulhar de mais essa. Está sendo demitido do Jornal do Brasil por um bom motivo e sai com a cabeça erguida. Como deve ser.
Venício A. de Lima, professor aposentado da UnB
Tudo muda, nada muda
Prezado jornalista Alberto Dines, faço questão de manifestar minha total solidariedade a você. O que você escreveu sobre o Jornal do Brasil vale para muitos veículos que deixaram de lado o jornalismo. Infelizmente. Parece que muda, mas o Brasil não muda: o autoritarismo continua presente, forte e sempre violento. É uma pena que a ‘grande’ imprensa ainda promova a censura e a discriminação. Sem democratização da comunicação não haverá democracia plena no país.
Hamilton Octavio de Souza, jornalista e professor da PUC-SP
Obrigação cumprida
Alberto Dines cumpriu a principal obrigação de um jornalista: tornar públicos fatos relevantes. É fato que as redações dos jornais estão cada vez mais infectadas pelos interesses comerciais e politiqueiros. Mas é relevante sabermos e confirmarmos isto, para podermos medir o grau de confiança que daremos aos jornais. Somente os arrogantes acreditam que leitores, ouvintes e telespectadores não percebem quando estão sendo enganados.
Gustavo Fernandes, radialista, Belo Horizonte
Lições de ética
Alberto Dines, você é uma das melhores lições de ética na mídia brasileira. E, como professora, ler seus textos dá-me suporte para mostrar aos meus alunos o que é responsabilidade social. Saiba que suas lúcidas críticas têm ajudado a, em sala, mudar o olhar de muitos jovens acerca de um Brasil que a imprensa insiste em ignorar. Por favor, não deixe nunca de nos enriquecer com sua magnitude. De uma fã, leitora assídua de seus textos,
Renata Silva, professora, Belo Horizonte
Pobre da sociedade
Excelente texto. O Dines é um jornalista inteligente, honesto e muito observador. Faz nesse texto uma análise excepcional do comportamento editorial dos jornais do Rio, ao longo da trágica crise de Benfica. Concordo com tudo o que ele escreve, e me sinto profundamente triste com o papel a que se prestam os grandes jornais do Rio. Sobre a demissão do Dines, pobre JB! Pobre da sociedade que precisa desse jornal para saber o que acontece na sua cidade. Parabéns, Dines! Sua ‘pena’ nos estimula a continuar a luta!
Dani Beer, jornalista, Rio de Janeiro
Não tinha outro jeito
Meu prezado Dines, não posso deixar de cumprimentá-lo pela coragem do seu artigo. Você, evidentemente, sabia dos desdobramentos que ele provocaria, mas não tinha outro jeito. O Observatório da Imprensa é um fórum singular, e seu papel em defesa da ética na profissão é o equivalente ao do ombudsman. Se você, com a autoridade que tem, não dissesse aquelas verdades, quem o faria? Com admiração,
Carlos Absalão, chefe de Jornalismo da TVE
De tarja preta
Caro Alberto Dines, acompanho com desânimo os rumos que o jornalismo brasileiro tem tomado nos últimos anos. Uma cegueira conveniente, vergonhosa, comprometedora. Aterrorizante. Causa-me admiração que tenha que ser um jornalista maduro como você a se indignar com as prioridades do jornalismo no caso de Benfica. Ficaria mais tranqüila se fosse alguém com menos idade a se injuriar, pois saberia que há esperança de que as coisas mudem. Que uma geração com ideais possa aparecer nessas terras tão carentes de verdades e idealistas.
Mas tinha mesmo de ser você. Infelizmente, nossa imprensa está impregnada de interesses que não são os dos leitores e/ou telespectadores. Fico indignada diariamente com o péssimo nível de informação que se produz, com a preguiça que domina, com a cara de pau que vemos. Aliás, acho mesmo que deveríamos todos andar de tarja preta na roupa e um nariz de palhaço no rosto. O que pensam que somos?
Ainda bem que você tem caráter, decência e, apesar de tantas bordoadas, não perdeu a capacidade de se indignar. Gente como você dá alento aos descrentes como eu, dá luz aos túneis que ainda vamos percorrer.
Parabéns, Dines, por ter a coragem de dizer o que muitos não querem ouvir e muitos queriam falar. Que nada, nem o tempo, nem as barreiras, te impeçam de ser fiel aos ideais. Que nem seus patrões calem sua moral. Acredite, tem mais gente boa como você. Dê mesmo o bom exemplo, especialmente aos mais jovens. Seja o farol, precisamos de gente com vergonha na cara como você.
Um grande abraço e muito obrigada por dizer muito do que eu mesma adoraria poder falar.
Carmen Déia Medeiros Barbosa, São José dos Campos, SP