Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Marcio Aith

‘O limite legal de 30% de participação estrangeira em emissoras brasileiras de TV não é obstáculo para os planos do empresário venezuelano Gustavo Cisneros, terceiro homem mais rico da América Latina e sócio, entre outras empresas, da maior rede de TV em espanhol nos EUA, a Univision.

Em entrevista concedida ontem à Folha, Cisneros, 58, diz ter dois tipos de interesse na televisão brasileira. O primeiro, produzir e exportar telenovelas, talvez por meio de uma simples parceria com um sócio local. O empresário é um admirador das produções brasileiras, nas quais se espelhou para produzir as da Venevisión, a maior emissora da Venezuela.

Outra idéia seria participar diretamente de uma emissora. Nesse caso, ele estaria obrigado, pela lei, a ter, no máximo, 30% da participação acionária e seria proibido de controlar a gestão. A lei brasileira estipula esse percentual para participação estrangeira em jornais, revistas e emissoras de rádio e TV. Para Cisneros, esses limites não preocupam e há maneiras de suavizá-lo, dando mais garantias aos minoritários. ‘Basta assegurar garantias no contrato’, disse ele. ‘Foi o que fizemos na Univision, na qual, embora tenhamos só a participação de 20% [limite legal autorizado pela lei americana], investimos o mesmo volume de recursos que o acionista majoritário [Jerry Perenchio, dono do Canal 47 de TV de Nova York, que opera como o parceiro americano e controlador da gestão].’

No caso da Univision, Cisneros inseriu cláusulas que impedem o sócio majoritário de vender a operação sem a aprovação do minoritário ou de endividar a companhia de forma exagerada.

‘Os reguladores americanos, que são extremamente rígidos, aprovaram esses acordos’, disse o empresário. Cisneros, no entanto, assegura que só entrará num negócio como esse no Brasil se for ‘convidado’.

Ele veio a São Paulo para o lançamento do livro ‘Gustavo Cisneros – Um Empresário Global’, título da versão brasileira de sua biografia autorizada, escrita pelo jornalista Pablo Bachelet e prefaciada pelo escritor Carlos Fuentes. O livro será lançado hoje na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

GUSTAVO CISNEROS – UM EMPRESÁRIO GLOBAL. Autor: Pablo Bachelet. Editora: Planeta. Quanto: R$ 50,00 (314 págs).

Folha – O sr. planeja investir no mercado televisivo brasileiro?

Gustavo Cisneros – Sim, acho que este é um bom momento para isso. Uma maneira seria co-produzir programação com sócios brasileiros, sobretudo para exportar música, telenovela, artistas, programação em geral. Conhecemos muito o mercado externo por meio da Venevisión e da Univision. Sabemos como adaptar o talento brasileiro aos mercados americano e asiático.

Folha – A mídia brasileira passa por um período de turbulência financeira. O sr. pensa em adquirir participações em emissoras de televisão do país?

Cisneros – Só se nos convidarem. Os meios de comunicação somos especiais, diria que somos complicados. Somente com uma boa relação pessoal e com um grande desejo de ambas as partes faremos negócios nesse setor. Um exemplo: fizemos a Univision nos EUA, em 1992, com três sócios: nós, a Televisa [mexicana, da família Azcárraga] e Perenchio. O acordo só foi possível porque conseguimos firmar um contrato que definia claramente as obrigações e os direitos de cada sócio. No Brasil, como nos EUA, há um limite máximo de participação do capital estrangeiro na mídia [no caso brasileiro, de 30% em emissoras]. Poderíamos usar no Brasil a mesma fórmula adotada no caso da Univision. Cumprimos a lei, mas permitimos que cada sócio faça ingressos financeiros superiores a 20% [o limite acionário, no caso americano]. Isso são acordos que devem ser feitos com grande clareza para assegurar o crescimento do negócio. Estou disposto a conversar se for convidado. Senão, faremos negócios de outra maneira.

Folha – Para o sr., então, os limites legais não são obstáculos?

Cisneros – Não, não são. É claro que todos os acordos devem ser revisados pelos órgãos oficiais, mas vale lembrar que os reguladores americanos, que são extremamente rígidos, aprovaram os acordos da Univision.

Folha – Quando pensa em co-produzir telenovelas no Brasil, o sr. imagina o modelo da Globo ou outras alternativas mais modestas?

Cisneros – Tanto o modelo mais caro como o mais barato são bons, mas cobrem mercados bem diferentes. As novelas da Globo funcionam bem para nichos de TV a cabo, para as classes A e B no exterior. Já o sistema mais barato pode funcionar melhor na China e em outros países da Ásia.

Folha – Que balanço o sr. faz da AOL no Brasil?

Cisneros – Temos uma perspectiva hispano-americana da AOL, não apenas brasileira. Nos EUA, a empresa teve problemas de gerência que foram resolvidos. Há energia renovada na AOL dos EUA e decidiu-se não vender a companhia, mas, sim, usar todos os produtos da Time Warner na AOL, o que reforça nossa capacidade de oferecer produtos na América Latina. Reforça ainda a idéia de que a AOL tem fôlego. A recuperação da companhia nos EUA reforça as operações do braço latino-americano da AOL. Com a crise, acabaram-se definindo os negócios da AOL. São eles: buscar usuários que paguem, ainda que pouco; dar a eles mais serviços para que sejam leais e competir com a internet gratuita. Paralelamente, isso nos levou a ter melhores relações e mais negócios com as companhias telefônicas, com as quais normalmente competíamos. Necessitamos crescer juntos, nós e elas.

O que temos de forte é a programação na internet, é a capacidade de oferecer serviços e produtos. E, com a convergência cada vez mais rápida entre televisão, internet e telefone, temos vantagens competitivas. Temos a desvantagem de cobrar, mas creio que tanto nós quanto a internet gratuita viemos para ficar. As companhias gratuitas vão comprar programação, e teremos prazer em vendê-la a elas.

Folha – A operação da AOL no Brasil é lucrativa?

Cisneros – Estamos no ‘breakeven’ [ponto de equilíbrio]. Nenhum negócio de internet no Brasil é lucrativo, mas a natureza da internet é diferente, temos de analisá-la por outro prisma. A internet tem muita relação com TV e telefonia.

Folha – A AOL negocia algum tipo de parceria com empresas de telefonia no Brasil?

Cisneros – Há conversas nesse sentido. Queremos ser os programadores das telefônicas, que têm muita capacidade técnica, mas pouco potencial criativo. Para isso, temos a criatividade e o respaldo da AOL/Time Warner.

Folha – Há planos para a venda da AOL no Brasil?

Cisneros – Não cogitamos vender, mas, sim, buscar parcerias.

Folha – Quando a DirecTV foi lançada no Brasil, imaginava-se um mercado de TV por assinatura de cerca de 6 milhões de pessoas. Chegou-se a pouco mais da metade disso. O sr. não superestimou o potencial de consumo da classe média brasileira?

Cisneros – Não posso falar mais detalhadamente sobre o assunto porque existe uma questão sendo analisada pelos reguladores no Brasil [o Conselho Administrativo de Defesa Econômica e a Agência Nacional de Telecomunicações avaliam a fusão, no Brasil, entre a DirecTV e a sua concorrente Sky, do australiano Rupert Murdoch. Se concretizado, o negócio terá 95% dos assinantes brasileiros de TV por satélite e mais de 30% do mercado total de TV por assinatura, estimado em 3,5 milhões de clientes]. No entanto posso dizer o que fizemos na Venezuela e em Porto Rico. Murdoch é um sócio muito bom porque entende de programação, assim como nós. Quer muito crescer no mercado em português. Pensamos que, para nós, é melhor conduzir o negócio com preços [de assinatura] baixos. Na Venezuela, na Argentina e em Porto Rico, já começamos a baixar os preços, e o número de assinantes começou a subir.

Temos de dar outras opções e preços mais baixos para a classe média. Antes, toda a programação da DirecTV era comprada a preços altos de companhias como a Disney, por exemplo. Agora, temos a capacidade de produzir com a mesma qualidade. Se a Disney não nos vende a preços razoáveis, temos a capacidade de produzir algo muito similar e mais barato. E a Disney sabe disso.

Folha – Qual é a sua opinião sobre as aquisições do empresário Carlos Slim no mercado brasileiro?

Cisneros – Slim é meu amigo, um empresário excepcional, que tem a ambição de um mercado sul-americano unido. Quer operar com as mesmas condições em todos os países do hemisfério. Vamos colaborar com ele.’

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‘Coleção de arte do empresário tem vários brasileiros’, copyright Folha de S. Paulo, 17/06/04

‘Gustavo Cisneros construiu a maior coleção de arte moderna latino-americana. Ele também reuniu uma das maiores coleções de arte etnográfica venezuelana.

Fazem parte do acervo da coleção da Fundação Cisneros obras como a escultura ‘O Dentro é Fora’, da brasileira Lygia Clark (1920-1988), e quadros do também brasileiro Alfredo Volpi (1896-1988).

O acervo ainda conta com obras de outros brasileiros, como o concretista Waldemar Cordeiro (1925-1973), o neoconcretista Willys de Castro (1926-1988) e Hélio Oiticica (1937-1980).

Os programas culturais financiados pelo empresário são administrados pela Fundação Cisneros, organização capitaneada pela mulher do empresário, Patrícia Phelps de Cisneros, que financia também projetos nas áreas educacional, cultural, ambiental e de saúde pública.’

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‘Venezuela vive a ‘maldição do petróleo’’, copyright Folha de S. Paulo, 17/06/04

‘O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, costuma responsabilizar o empresário Gustavo Cisneros pelo fracassado golpe militar de abril de 2002 que o tirou do poder por alguns dias.

Entre outros indícios de sua suposição, Chávez aponta o fato de que o empresário jantou na noite de 11 de abril daquele ano com o empresário Pedro Carmona, líder civil do golpe, horas antes de este anunciar a mudança de governo num pronunciamento confuso às TVs venezuelanas -uma delas, a Venevisión, de propriedade de Cisneros.

Chávez também acusa freqüentemente Cisneros, a quem considera um ‘oligarca’, de usar a mídia venezuelana para incitar a população contra seu governo.

Cisneros responde a todas essas acusações com calma e serenidade visivelmente medidas.

‘Ninguém sabia que Carmona seria chefe de governo num golpe. Surpreendi-me muito. Tanto que condenei os fatos assim que os conheci’, diz o empresário. ‘Havia umas 50 pessoas naquele jantar, muita gente para um movimento conspiratório. Carmona fez um golpe solitário. Não há evidências de participação minha, dos EUA ou da igreja.’

Cisneros diz pregar uma saída democrática para a Venezuela e promete que sua emissora irá cobrir com ‘equilíbrio’ o plebiscito que definirá o futuro do governo Chávez em alguns meses.

A oposição venezuelana exigiu que o plebiscito que pode abreviar o mandato do presidente Chávez seja marcado para 8 de agosto, assegurando que, caso ele seja derrotado, seu substituto depois seja eleito.

A Constituição venezuelana determina que o plebiscito seja realizado até 19 de agosto, quando o mandato do presidente chega à metade, para que um substituto seja escolhido em eleições. Caso a consulta popular ocorra depois dessa data, o vice-presidente completaria o mandato.

Segundo Cisneros, a culpa pela instabilidade política na Venezuela não pode ser creditada apenas a Chávez, mas ao que chama de ‘maldição do petróleo’.

‘O petróleo permitiu aos partidos políticos serem ineficientes em exigir do governo melhor distribuição da riqueza. O dinheiro do petróleo é malgasto em burocracia e ineficiência. A classe média venezuelana, que vinha crescendo na década de 70, apesar do Estado, enfrenta hoje uma crise triste.’

Cisneros diz não haver nenhuma relação entre Chávez e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

‘Sempre soube que Lula não era um Chávez. Através dos anos, lera muito sobre ele. É um homem que veio do sindicalismo. Como sindicalismo, queria melhorar o capitalismo. A visão de Chávez nem sei qual é. Lula quer expandir a economia brasileira a um ritmo de 8% ao ano para criar empregos. Com Chávez, a Venezuela ficou estagnada.’’



Paula Pacheco

‘Conversa, sim. Dinheiro, não’, copyright Carta Capital, 16/06/04

Muito bem instalado na suíte presidencial do hotel Renaissance, na região próxima à avenida Paulista, em São Paulo (diária de R$ 18 mil), Gustavo Cisneros, dono do grupo de mídia Venevisión, a versão da Globo na Venezuela, enfrentou por dois dias uma maratona de entrevistas para a divulgação de sua biografia, Gustavo Cisneros – Um Empresário Global, (Editora Planeta), escrita pelo jornalista Pablo Bachelet.

O livro, uma ode à vaidade do bilionário, traz alguns lances sobre sua vida à frente dos negócios e as relações com políticos, empresários e personalidades. A lista, ilustrada por 93 fotos, é longa. Inclui os três últimos presidentes dos EUA, Roberto Marinho, o Dalai Lama e Julio Iglesias. Entre os que fazem comentários sobre o livro está o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Na permanência de três dias no Brasil, apesar da agenda apertada, o empresário encontrou tempo para as costumeiras reuniões com homens de negócio e do governo. Cisneros prefere não dar nome aos ‘amigos brasileños’, mas garante ter proximidade com gente ligada ao governo, à cultura e ao mundo das finanças.

Não é só em ocasiões black-tie que o bilionário venezuelano exibe os envolvimentos com o poder. A porção da Venezuela que não é radicalmente contrária a Hugo Chávez diz, escreve e assegura que Cisneros é o homem por trás das sucessivas tentativas de derrubar o presidente.

A motivação seria o interesse na privatização do petróleo, sob a responsabilidade da PDVSA. Sua emissora, a Venevisión, recebeu congratulações públicas de jornalistas e militares golpistas num programa de televisão às 6 da manhã do dia 13 de abril de 2002, menos de três horas depois de concluído o golpe que apeou Chávez do poder por 48 horas.

Agora, em novo impasse sobre o futuro político de Chávez – em função do referendum de 15 de agosto, que decidirá se o presidente será substituído ou não -, Cisneros é cogitado como uma alternativa política. Ao comentar o problema, o empresário é reticente:

– O que acontece me afeta mais emocionalmente do que na prática. Sou venezuelano e me interessa tudo o que acontece no país. Mas o Grupo Cisneros é internacional.

Apesar da fartura no caixa – seu grupo, com 72 empresas, faturou US$ 4 bilhões em 2003 -, Cisneros ainda diz viver um momento de contemplação em relação à economia brasileira, onde tem a Eccelera, de gestão de fundos, o site AOL e participação na DirecTV . ‘Estamos moderadamente otimistas em relação ao Brasil’, diz.

O dono da 94ª maior fortuna do mundo e terceira da América Latina, segundo a revista Forbes, não quer falar sobre investimentos na mídia debilitada. Admite que há cerca de um ano falou ‘com todas as empresas’ e que hoje conversaria com quem tivesse algo a propor. Já a Eccelera ganhará atenção especial.

Em um ano o empresário pretende lançar um fundo do tipo private equity (fundo de investimento em participações) no valor de US$ 200 milhões para captar recursos. É o dobro de recursos já administrados pela Eccelera no País.

Mesmo sendo conhecedor da situação das empresas de comunicação e da possibilidade de ampliar sua presença no Brasil a um custo menor, tornar-se sócio de um grupo brasileiro está fora dos planos. Nem mesmo a Globo, de quem é sócio na endividada Sky (tevê por satélite em parceria com Rupert Murdoch), merece seus esforços financeiros.

Por ora, Cisneros só quer saber de investimentos se for na produção conjunta de programação para exportação, como novelas. Os negócios seriam feitos por meio da empresa Claxson, responsável pela distribuição de programas de entretenimento. Mas, como todo homem de negócio que se preze, ele não descarta eventuais trocas de figurinhas:

– Se for convidado, posso conversar.

O futuro do empresário na tevê por satélite ainda está sob impasse no Brasil. Depois de fazer negócio com Murdoch, Cisneros passou a ter o controle da operação da Sky e da DirecTV na América Latina, que se fundiram em uma empresa. O negócio é analisado pelos órgãos brasileiros de defesa da concorrência devido ao risco de monopólio.

Cisneros não se aprofunda no assunto, ainda sub judice, mas garante que na Venezuela e em Porto Rico, onde não tem concorrentes, o preço do serviço caiu. É a maneira de, segundo o empresário, ter mais clientes. Por enquanto, afirma apenas que os usuários brasileiros terão mais conteúdo. Para o governo, o negócio só deve ser aprovado depois de muita conversa.’



Renato Cruz

‘‘Investimento em mídia tem de ser bem negociado’’, copyright O Estado de S. Paulo, 18/06/04

‘O venezuelano Gustavo Cisneros, de 58 anos, é o primeiro grande empresário internacional das comunicações a anunciar publicamente interesse em investir em companhias brasileiras de mídia, desde a aprovação da lei, no ano passado, que permitiu o ingresso de capital estrangeiro no setor, até o limite de 30%. Sua vinda ao Brasil – para o lançamento da biografia Gustavo Cisneros: Um Empresário Global (Editora Planeta), escrita por Pablo Bachelet – tem sido acompanhado com bastante interesse.

‘A mídia brasileira é um setor muito dinâmico, com grandes empresários’, explicou Cisneros, que lançou ontem sua biografia, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Para ele, as dificuldades enfrentadas nos últimos anos não foram uma crise do setor. ‘A crise é de capital caro para investir, de taxas de juros altas, mais que de gerência. Há uma magnífica gerência, de qualidade mundial. O que esta gerência precisa é refinanciar sua dívida. Penso que todos começam a refinanciá-la muito bem, com a confiança dos bancos.’

Em sua visita ao País, Cisneros faz questão de frisar a importância do mercado brasileiro para seu grupo. ‘Venho tão constantemente para cá que penso em comprar uma casa no Brasil’, contou o empresário. ‘Devo escolher São Paulo ou o Rio?’, questionou. A cerimônia de lançamento, ontem, reuniu grandes empresários do país. A apresentação do livro ficou a cargo de Roberto Civita, presidente do Grupo Abril.

A biografia narra a trajetória de sucesso de Cisneros, que transformou um grande grupo venezuelano de produtos de consumo em um dos maiores jogadores globais do mercado de mídia, com presença em 80 países, que incluem os Estados Unidos, a Espanha e toda a América Latina.

Cisneros não considera obstáculo o limite de 30% ao capital estrangeiro nas empresas de mídia brasileiras. ‘Gostaríamos de entrar em mídia no Brasil se nos convidarem, pois tem que ser um negócio bem negociado’, explicou Cisneros. Recursos – Por meio da Eccelera, holding de investimento do grupo, sediada em São Paulo, Cisneros prepara um fundo de investimentos de US$ 200 milhões, para investir em tecnologia, telecomunicações e mídia. A Eccelera já investiu em 11 empresas, despendendo mais de US$ 20 milhões. A única participação do grupo em companhia de mídia no Brasil ainda é na DirecTV, que aguarda o sinal verde da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), para se unir à Sky, que pertence à News Corp., do magnata australiano Rupert Murdoch.’