Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Diário aprova venda de ações

A AP [16/3/05] informa que, após o sinal verde de uma assembléia de funcionários, a diretoria do francês Le Monde aprovou por unanimidade a venda de parte das ações do jornal aos grupos Prisa e Lagardère. Cada uma dessas companhias investirá 25 milhões de euros em troca de uma fatia de 15% das ações.

A Lagardère é uma companhia que tem origem no setor bélico e seu presidente, Arnaud Lagardère, se comprometeu a não influir na linha editorial do Le Monde. Já o grupo Prisa é o maior conglomerado de mídia da Espanha, cujo carro-chefe é o diário El País, e tem parceria com o jornal francês desde os anos 70. Executivos do Le Monde também pediram que antigos sócios injetassem mais capital na companhia. Só o italiano La Stampa deve contribuir com 10 milhões de euros. Ao todo, essa ‘vaquinha’ para salvar o jornalão francês deve chegar aos 60 milhões de euros.

O processo de abertura de capital por que passa agora o Le Monde é semelhante ao enfrentado pelos outros grandes jornais franceses. Em janeiro, os funcionários do esquerdista Libération, fundado pelo filósofo Jean-Paul Sartre, aprovaram vender 37% de seus papéis ao magnata Edouard de Rothschild. No ano passado, Serge Dassault, dono da companhia bélica que leva seu sobrenome, comprou uma fatia de ações que lhe garantiu o controle do conservador Le Figaro. Os jornais enfrentam problemas de caixa na França porque, além de não estarem conseguindo renovar seu leitorado e a publicidade andar em baixa, os sindicatos dificultam o corte de gastos através de demissões.