Trinta e seis das principais organizações jornalísticas americanas resolveram intervir em conjunto no processo contra os repórteres Matthew Cooper, da revista Time, e Judith Miller, do New York Times, ameaçados de prisão porque não querem entregar à justiça quem foi que lhes passou a informação de que a esposa de um ex-diplomata, Valerie Plame, é agente da CIA. Sequer foram eles quem publicou a informação na imprensa. Quem o fez primeiro foi o colunista Robert Novak.
Os veículos de comunicação enviaram uma carta de 40 páginas a uma corte de apelação. Nela, eles alegam existir ‘amplas evidências de que nenhum crime foi cometido’ no vazamento da identidade de Valerie. A questão central do caso é se funcionários do governo Bush a entregaram intencionalmente como represália a críticas de seu marido sobre a administração.
Os jornais argumentam que a lei de 1982 que torna crime a identificação de espiões não se aplica neste caso, pois ela foi criada num outro contexto histórico, para proteger os agentes. Antes de forçar os jornalistas a revelarem suas fontes sigilosas, portanto, a promotoria teria de provar que um crime foi de fato cometido. O caso tem atraído muita atenção porque ameaça o privilégio de sigilo de fonte da imprensa americana. Time e New York Times avisam que estão dispostos a recorrer à Suprema Corte.