A Associated Press e o repórter Seth Hettena foram processados por cinco oficiais da Marinha americana e a mulher de um deles pela publicação de fotos de um suposto abuso de prisioneiros no Iraque. As fotos de membros da unidade de elite da Marinha dos EUA estavam em um sítio na internet e foram divulgadas pela AP em dezembro do ano passado. Os oficiais haviam aberto um processo estadual contra a agência de notícias, acusando-a de pôr suas carreiras e vidas em risco; na semana passada, o processo foi transferido para um tribunal federal de San Diego.
Em algumas imagens, os soldados parecem estar sentados em cima de prisioneiros encapuzados e algemados; em outra, um homem aparece com uma arma apontada para sua cabeça. Os rostos dos oficiais envolvidos não foram cobertos pela AP, e a Marinha americana abriu um inquérito para determinar a autenticidade das fotos.
Álbum online
Hettena alega que achou as imagens em um sítio de compartilhamento de fotos na Rede. Elas teriam sido colocadas na internet pela mulher de um dos oficiais, que dizia que elas haviam sido trazidas por seu marido do Iraque. Segundo o processo, as imagens teriam sido tiradas sem permissão de um ‘álbum particular’, e pelo menos duas das mulheres dos envolvidos teriam recebido telefonemas ameaçadores depois de sua publicação.
A AP e seu repórter são acusados de invasão de privacidade e de causar propositalmente estresse emocional. O advogado de acusação afirma que o processo estadual foi substituído pelo federal para que os oficiais possam incluir a queixa de violação de direitos autorais. Ele diz ainda que nenhuma das fotografias em questão mostra casos de abuso de prisioneiros, e sim manobras especiais para segurar prisioneiros que resistiam à captura, e que, justamente por resistirem aos soldados, às vezes acabavam machucados. Informações da Reuters [22/3/05].