Com a nova fase de perspectiva pacífica entre israelenses e palestinos, as estratégias de comunicação de ambas as partes também terão de mudar, para tentar convencer o mundo de suas boas intenções, segundo artigo da Economist [23/3/05]. Israel já adotou uma nova campanha de relações públicas pós-Intifada, que enfatiza os progressos científicos e agrícolas produzidos pelo país. Do lado palestino, o novo líder, Mahmoud Abbas, tem que demonstrar que fez o possível para acalmar as organizações terroristas.
Grupos de monitoramento de mídia antagônicos sempre foram capazes de enxergar na imprensa mundial elementos que comprovassem que os veículos de comunicação estão numa campanha anti-semita ou, por outro lado, sob o jugo de uma conspiração sionista.
É difícil tirar conclusões definitivas a respeito, mas é fato que os israelenses têm uma máquina de relações públicas muito mais aperfeiçoada que os palestinos. Israel tem equipes de monitoramento que medem e cronometram o espaço cedido a cada lado do conflito em diversos veículos do mundo. Cada um de seus ministérios possui departamento de relações públicas e os melhores profissionais fazem treinamento nos EUA. Especialistas em mídia ajudam a dirigir missões militares para coordená-las com o horário de fechamento de jornais, telejornais e revistas, e soldados receberam câmeras para produzir imagens que incriminem ações palestinas.
Enquanto isso, como herança da centralização de poder promovida por Iasser Arafat, a Autoridade Palestina tem apenas um Ministério da Informação – que ninguém sabe muito bem para que serve. Comunicados à imprensa são feitos sem coordenação por autoridades sem treinamento, o que faz com que os palestinos não consigam usar em seu favor fatos como a condenação pela Corte Internacional de Justiça do muro israelense na Faixa de Gaza.