Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

TV faz mau uso de concessão

O mês de junho foi tragicamente marcado pelo falecimento de meu irmão. (…) Encontrei-o jogado num valão… (…) Nas ocorrências policiais, lá está o registro (Delegacia de Rio das Ostras) do desaparecimento de Flávio Augusto Silva Lírio, filho caçula de uma família simples, sem posses, mas com dignidade suficiente para protestar contra o descaso na ajuda e a ‘marcante’ presença da InterTV no anúncio da morte, com seu telejornal vespertino. O descaso iniciou-se com meu suplício para que a emissora divulgasse o nome e a foto para que, se alguém o visse, pudesse entrar em contato com a família, mas apenas ouvi: ‘infelizmente só divulgamos desaparecimento de menores’ (fui a Cabo Frio, RJ, à sede da empresa, após peregrinar por IMLs).

Ora, se esse princípio vale para a não-divulgação do desaparecido, então deveria valer para a não-divulgação, também, do trecho seguinte: ‘(…) Encontrado no valão, o corpo de Flavio Augusto Silva Lírio, em Rio das Ostras’. Na mesma semana, 7 a 11/6, mas sem o consentimento da família. Desconheço qual a regra (ou legislação) de que essa emissora se valeu para ignorar meus pedidos de ajuda, mas, por ora, me valho dos parágrafos III e IX, do Art. 3º da Lei 9.472, de 16 de julho de 1997 para evocar a indignação de minha família. (…) A missão intrínseca das concessionárias e/ou permissionárias é a utilidade pública! Se assim não o for faz-se urgente rever os critérios de seleção de concessionárias. Sou cidadã e exijo respeito!

Angelica Lírio, comerciante, Rio das Ostras, RJ



Vítima é exposta em jornal

Matéria veiculada no jornal Diário da Manhã (www.dm.com.br) de hoje (23/6), no caderno de Cidades, sob o título ‘Carona malsucedida’ me deixou indignada, pela publicação da foto de uma vítima de estupro, literalmente prostrada numa maca de hospital e aparentemente sem consciência. A foto revela o rosto da vítima e, ainda, seu nome completo. Pergunto: onde fica o direito de uma pessoa vítima desse tipo de crime, que além de deixar marcas profundas gera preconceito social? Onde estava o editor que permitiu a publicação da foto? O mais fatídico é que na versão impressa do jornal, ao lado desta matéria, há um anúncio do Centro de Valorização da Mulher, que luta para preservar os direitos das mulheres.

Adriana Azeredo, jornalista, Goiânia