Os filipinos sabem tudo sobre a excitante vida de Imelda Marcos durante suas duas décadas como primeira dama do país. Ficam impressionados com histórias sobre suas coleções de jóias e sapatos de tirar o fôlego de qualquer um, e se interessam pela curiosa personagem da história das Filipinas.
Mas um tribunal de Manila está adiando a exibição de um filme sobre a vida de Imelda. A culpada pelo atraso é ela própria, que alega que o filme faz uma piada de sua vida.
Após ouvir as reclamações feitas em nome da ex-primeira dama por seus advogados, um juiz estipulou que a estréia do documentário, intitulado Imelda, seja adiada por 20 dias, tempo necessário para o tribunal deliberar sobre seu futuro – e decidir se deve ser censurado por completo. O juiz considerou que a reclamação de Imelda é o bastante para barrar a exibição do filme por agora, mas ordenou que ela pague US$ 1.780 para interromper a distribuição.
Imelda recebeu boas críticas e foi premiado no Festival de Cinema de Sundance este ano, mas não agradou à viúva de Ferdinando Marcos.
Na semana passada, Imelda – hoje com 74 anos – afirmou que jogou uma cópia do filme em uma lixeira depois de assisti-lo. Segundo ela, os produtores a enganaram e traíram sua confiança por dizerem a ela que o filme se tratava de um projeto universitário.
Em sua petição, Imelda – que já enfrentou dezenas de acusações e processos civis, mas nunca foi condenada – argumentou que o filme causaria a ela ‘feridas e injustiças extremas e irreparáveis’ e violaria seu direito à privacidade.
Os Marcos são acusados de roubar do país milhões de dólares antes de serem forçados a fugir com o surgimento de um ‘poder popular’, em 1986.
Depois de mais de uma década em batalhas judiciais, o governo filipino conseguiu recuperar cerca de US$ 680 milhões no ano passado, mas há quem suspeite que haja mais US$ 10 milhões escondidos em contas bancárias no exterior. As informações são da Reuters [24/6/04].