Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Ancelmo Gois

‘Está nas bancas a última edição do ‘Pasquim’.

Atingido por uma crise financeira, o jornal semanal, comandado pelos irmãos Ziraldo e Zélio, vai virar uma revista mensal, que só deve ser lançada lá para setembro. É uma pena.’



DIÁRIO DO COMÉRCIO
Comunique-se

‘Empresários ganham um jornal diário’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 30/06/04

‘A Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) firmaram uma parceria que resultou na chegada do jornal Diário do Comércio a Brasília.

Para se tornar o veículo informativo da classe empresarial, o jornal será entregue a 21 associações filiadas à Federação das Associações Comerciais do DF.

A partir desta quarta-feira (01/07), os cinco mil exemplares rodados na gráfica do Correio terão encartadas duas páginas diárias sobre Brasília.’



SÓ ISSO
Mario Hugo Monken

‘Jornal de detentas será lançado no Rio’, copyright Folha de S. Paulo, 29/06/04

‘Quatro presas do complexo penitenciário de Bangu (zona oeste do Rio), de nacionalidades diferentes, se uniram para criar, dentro da penitenciária Talavera Bruce, o jornal ‘Só Isso’.

A idéia partiu da alemã Sabrina Hangel, 29, da finlandesa Lotta Hagstrom, 23, da brasileira Marilene Cançação, 30, e da boliviana Lila Mirtha, 48. As três primeiras foram condenadas por tráfico e Mirtha por lavagem de dinheiro e falsificação de documento.

O lançamento oficial do jornal, com tiragem de 600 exemplares, será na sexta-feira. O presídio Talavera Bruce abriga 293 presas.

A primeira edição do ‘Só Isso’, que tem formato tablóide e oito páginas, traz um artigo da advogada Jorgina de Freitas, uma das maiores fraudadoras do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), sobre a criação de uma associação nacional de presas.

Na capa, há um artigo sobre a experiência de uma presa com cocaína. ‘Cocaína essência fatal, minha velha amiga. Por você, viajei muitos quilômetros. Você jogou comigo, dominou minha cabeça sem se importar, sem dúvidas e sentimentos, até me deixar sozinha na cela de uma prisão, que é agora é meu lar’, diz um trecho.

Também na capa, o editorial escrito por Sabrina Hangel explica como surgiu o jornal: ‘Vi e senti a grande necessidade de nos comunicarmos umas com as outras, sabermos o que cada uma quer. No meio em que vivemos somos privadas da nossa liberdade física, mas não de nossa liberdade de expressão’.

O ‘Só Isso’ traz informações sobre as atividades da prisão, classificados, em que presas oferecem serviços, e poemas escritos por detentas. Há ainda artigos sobre religião, saúde e assistência jurídica e reportagens. A matéria de capa é sobre os bebês das detentas.

O diretor do Talavera Bruce, Marcos Pinheiro, ofereceu uma sala para que as presas produzam o jornal. Elas conseguiram um computador e uma câmera fotográfica. O trabalho foi divulgado pela ONG Viva Rio, o que chamou a atenção de um empresário que decidiu patrocinar a impressão. Ele não quis se identificar. As presas têm planos de ampliar a circulação para outros presídios.

Responsável pela edição do ‘Só Isso’, Hangel trabalhava como professora na Alemanha. Em outubro de 2002, foi presa no Aeroporto Internacional Tom Jobim, quando tentava embarcar com 10 kg de cocaína para a Europa. Casada, tem dois filhos.

Presa em abril de 1999 em seu apartamento em Botafogo (zona sul), a dentista Mirtha é a responsável pelos textos. Divorciada, ela tem dois filhos. Lotta Hagstrom cuida das ilustrações. Artista plástica, foi presa em novembro de 2002 também no aeroporto internacional do Rio quando ia para seu país levando cocaína. Já a professora Marilene Cançação, também condenada por tráfico, cuida da publicidade. Tem dois filhos.’



REVISTAS & CELEBRIDADES
Joaquim Ferreira dos Santos

‘É proibido deprimir’, copyright O Globo, 30/06/04

‘A inveja é um plástico de automóvel que de jeito nenhum será pregado nesta crônica, mas perguntar não ofende e aqui vai.

Por que não comigo? Me responde! Eu, eternamente me avaliando fraco, inseguro e tatibitate com a capacidade de seduzir pelos meus atrativos. Por que não da minha boca a declaração orgulhosa de que não é difícil alguém se apaixonar por minha pessoa – como faz Sandy com toda a segurança petulante e sabichã dos que têm 21 anos, na capa da ‘Contigo!’ desta semana? Como são felizes! peremptórias! resolvidas! essas pessoas que a gente conhece de sorrisos semanais nas revistas de celebridades. Mas como repercuti-las em nossas vidas triviais?

A inveja é um plástico, vem com mais uma palavra feia de cinco letras, que colado no vidro do automóvel só dificulta a visão do motorista, desparagoneia a razão. Sei, e tô fora. Por isso, por não levar a nada e não querer que tal aconteça comigo, a dona inveja ficará para sempre solteira. Não saberá jamais da felicidade de abandonar as baladas e comprar uma cobertura milionária no Rio, como acabou de fazer a desprendida paulista Adriane Galisteu. Tudo pelo amor do jogador Roger. E a revista ‘Viva!’ pôs eufórica, com toda a exclamação cúmplice de júbilo, na sua capa também desta semana.

A inveja é otária. Claro que sei, e Deus ma assopre para longe.

Ela, definitivamente má, não cabe nessa crônica, onde será celebrado do início ao fim o direito inalienável de a Suíça revigorar corpo e alma de Flavia Alessandra, como está na ‘Caras’. Seja isso o que for, que Deus lhe dê em dobro.

Que Luana Piovani e Rico Mansur tenham, como vejo na ‘Contigo!’, a força de sempre para recuperar na quarta-feira o amor que havia esmaecido segunda. Torço pelos que se sintonizam na faixa quente da felicidade e faço finas minhas antenas de recepção. Sinceramente, sem ironia. Fico apaziguado por perceber na revista ‘Mais feliz’, um título que dispensa exclamação, que Dado Dolabella e Wanessa Camargo, brigados de morte no carnaval, apaixonados na quaresma, rompidos na Semana Santa, voltaram a ser unha-e-carne. Graças a Deus! Nada contra quem vibra a arte do encontro nessa existência de tantos desencontros. Tô dentro.

O amor transmite, a felicidade ecoa – eis o que eu diria, na esperança de que a Vida ouça e me dê, pela torcida a favor, um pouco mais que apenas esse súbito dom para frases perfeitas num plástico de automóvel.

As escolas de jornalismo ensinam que quando o cachorro morde o homem não há notícia. Mas, se o homem morde o cachorro, aí a coisa muda de figura. Nas revistas de celebridades ninguém morde ninguém, não rola barraco, o circo nunca pega fogo e a tragédia, se existe tal coisa no mundo couché , passa ao largo da mesa de sinuca onde Thierry Figueira bateu sua bolinha dias atrás em Campos do Jordão. Pelo contrário. Na ‘Contigo!’ – enquanto a minha vida é só reticência, a exclamação das revistas de celebridades não deixa dúvida – na ‘Contigo!’ as pessoas dizem que não têm problema com a nudez (Isabela Garcia), que se acham um tesão (Sidney Magal), que não têm problema para dormir (Luciano Huck) e tudo isso, que o Nilson Lage e o Muniz Sodré me ensinaram na UFF ser a antinotícia, não só é imediatamente impresso como vai intimidar a realidade trivial de nossas retinas tão fatigadas pela insônia, menosprezar nossos corpos sem libido depois de um dia de cão e sublinhar nossa pequenez existencial.

Ah, quem dera eu, sempre melancólico e desconfiado, corresponder a uma página da felicidade estampada nas revistas dos famosos, quem me dera alardear tamanha gratidão como fazem Juliana Paes e Fábio Assunção por estarem numa simples convenção de executivos de hotéis em Porto Alegre. Ninguém se apoquenta como outrora, ninguém esquenta e grita vambora agora, minha senhora. Quem me dera, tantas vezes derrubado por problemas tão mixurucas, a capacidade da volta por cima de Rodrigo Faro e Vera Viel, fotografados em trajes de banho, lindos e exuberantes como convém, numa página dupla na ‘Caras’. Viveram um trauma, mas evidentemente essa não é a matéria. Tristeza é coisa dos feios. Não vende. Não estarta o flash. Não imprime em quatro cores. Rodrigo e Vera sabem. Após superar a interrupção da gravidez, o casal agora descansa sorridente diante do fotógrafo na piscina aquecida do Conrad Resort & Casino, em Punta. Venceram!

De um lado da banca nunca fomos tão desempregados, tão assaltados, tão derrotados e sem rumo como em junho de 2004. Do outro, a multidão de famosos grita coisas muito longe do senso comum, como ‘Quero mais um filho e pode ser até com Mick Jagger’, palavra de ordem de Luciana Gimenez na capa do ‘Flash’.

‘Proibido proibir’ gritavam os jovens de 68. A ordem agora é proibido deprimir. É obrigatório encapar o sofá ou encapar os dentes, criando essa incrível aberração genética de um país inteiro sorrindo da mesma maneira, a mesma marca de canjicas. Fora disso, você é um chato e, de castigo – ai, ai, ai – não será convidado para o Fashion Rio. Depois não reclama da apresentadora Márcia Goldschmidt. Ela só tem namorado homem estrangeiro. Até admite provar de algum bico pátrio. Mas, sinceramente, está na ‘Caras’, suspeita que no Brasil não tem homem bacana.

Toda quarta-feira, as revistas de celebridades dão um banho de prozac malhado na alma nacional, e evidentemente só radicalizam o espanto e dor deste momento de histórica prostração. Ninguém consegue acompanhar a gargalhada que vem da ilha de ‘Caras’. O país dos R$ 260 não tem motivo para a felicidade exclamativa que ordena o editor. Yasmim e Yago, os filhos de Lizandra Souto, de fato são crianças lyndas , como eu vejo na ‘Flash’. Parabéns aos pais. Mas generalizar o alto-astral do sorriso obrigatório é pauta impossível de se cumprir.

Afinal, cara-pálida – rindo de quê?’



MÍDIA / MERCADO
O Globo

‘Mídia e entretenimento devem crescer 6,3%’, copyright O Globo, 30/06/04

‘Depois de três anos de estagnação por causa da desaceleração da economia global e das preocupações com o terrorismo, o setor de mídia e a indústria do entretenimento estão se recuperando e devem crescer 6,3% ao ano no período 2004-2008, até alcançar US$ 1,7 trilhão em quatro anos, disse a consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), em seu estudo ‘Panorama Global de Mídia e Entretenimento’, divulgado ontem.

Segundo a PwC, essa expansão será puxada por um crescimento de 9,8% no setor de mídia da região Ásia-Pacífico, bem como pela melhora na economia global e a adoção de novas tecnologias, como a TV digital e a popularização dos DVDs.

Ano passado, diz o relatório, os gastos no setor de mídia e entretenimento aumentaram 4,2%, para US$ 1,2 trilhão. Segundo a empresa, as perspectivas são as melhores em uma década. Para este ano, a previsão de crescimento é de 5,7%.

Na região Ásia/Pacífico, os destaques são China e Índia – países populosos com uma pequena penetração da mídia, que têm grande potencial de crescimento. Nesses países, diz o estudo, os videogames e a internet vão registrar uma grande expansão.

Mas o maior mercado continuam sendo os Estados Unidos, que devem registrar um crescimento anual de 5,4% no período, atingindo US$ 680 bilhões em 2008. A seguir vem a região Europa/Oriente Médio/África, com expansão anual de 5,5% até 2008.

Apesar de sua expansão, a região Ásia/Pacífico continuará em terceiro lugar no mercado de mídia e entretenimento.

Para a América Latina, a previsão da PwC é de crescimento anual de 6,5% no período, chegando a US$ 44,7 bilhões em 2008. Na região, a distribuição de canais de TV no período vai crescer 9,2%.

O mercado de filmes, no entanto, sofrerá uma desaceleração. O setor de DVD está se aproximando da saturação nos EUA, enquanto o setor de publicidade enfrentará desequilíbrios nos próximos cinco anos, disse a PwC.

Mas o estudo ressaltou que os gastos com defesa e defesa devem limitar os recursos disponíveis para a mídia, ressalta o estudo.

‘Apesar de o panorama global estar melhor do que em anos anteriores, ainda há significativas pressões orçamentárias, incluindo os gastos com energia e gastos com segurança’, disse o relatório.’