Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Fabiano Maisonnave

‘Lucinda Nuñez, uma bela estudante de sociologia e militante chavista, está apaixonada pelo jornalista Alfonso Villanova, mas o namoro enfrenta um grave problema: o rapaz é um despolitizado, um ‘ni-ni’ (ni una cosa ni otra, na gíria venezuelana).

As diferenças políticas, razoavelmente administráveis em tempos de paz -ressalte-se que o namorado não é da oposição-, se transformam em dilemas shakespeareanos em meio às greves, aos golpes de Estado e às mortes nas ruas da convulsionada Venezuela do presidente Hugo Chávez.

Os dilemas de Lucinda e Alfonso estão no centro da recém-lançada minissérie ‘Amores de Barrio Adentro’. A superprodução, transmitida pela TV estatal VTV, é mais uma das armas da campanha de Chávez para vencer o plebiscito convocado pela oposição que pode tirá-lo do poder no dia 15 de agosto -faltam somente cinco semanas.

‘A minissérie propõe, por meio dos recursos da telenovela, uma exploração profunda da atual circunstância histórica em que vive a Venezuela’, explicou à Folha a produtora Tahiri Diaz.

Segundo ela, a história se passa em dois bairros de Caracas -um pobre e chavista e outro de ricos ‘esquálidos’, como Chávez pejorativamente rotula os oposicionistas- e envolve diversas histórias paralelas, exigindo um núcleo de 40 atores. O orçamento não foi divulgado pela VTV.

Assim como na brasileira ‘Celebridade’, também há convidados interpretando a si próprios. No primeiro capítulo, tiveram pontas o deputado Tarek William Saab e a líder chavista Lina Ron.

Até agora, Chávez não fez nenhuma aparição na trama. Questionado pela Folha sobre uma eventual pontinha presidencial, o presidente da VTV, Vladimir Villegas, desconversa: ‘Não sei’.

A propaganda oficial está até no título. ‘Barrio Adentro’ é o nome de um programa social de Chávez que instalou cerca de 10 mil médicos cubanos nas regiões mais pobres do país, sob duras críticas da oposição.

Apesar da polarização política do país, Villegas, que já foi embaixador no Brasil, diz que a história não se divide entre o bem e o mal: ‘Não há personagens bons ou maus, são personagens que vivem em suas próprias circunstâncias. Os que nós chamamos de ‘esquálidos’ serão bons para uns e maus para outros’, disse à Folha. (Tanto no espanhol quanto no português, ‘esquálido’ significa sórdido, asqueroso, macilento.)

Villegas, no entanto, nega o óbvio vínculo com a campanha eleitoral. ‘Estamos trabalhando há muito tempo. Quando o plebiscito foi confirmado, já havia dez capítulos’, disse.

Audiência

Atualmente, a minissérie é exibida uma vez por semana e está chegando ao terceiro capítulo -a meta é acelerar e exibir até três episódios a cada sete dias. Ainda não há previsão de quantos capítulos a minissérie terá.

Segundo o governo, a minissérie já se converteu numa campeã de audiência: o segundo capítulo, na última quarta-feira, teve uma audiência média de 24 pontos, um a mais do que a líder Venevisión, de propriedade do empresário Gustavo Cisneros, arquiinimigo de Chávez.

‘Até a oposição está vendo’, arrisca Villegas. ‘Esperamos inclusive que um político da oposição apareça.’ Quem? ‘Não, é uma surpresa’, desconversa de novo.

Como de praxe, a oposição diz o contrário. ‘O canal do Estado tem uma audiência que não chega a 4% do país. O governo vive mentindo’, disse o deputado oposicionista Julio Montoya, um ex-aliado de Chávez.

‘Parte do motivo pelo qual a população quer revogar o mandato de Chávez é pelos abusos na utilização de todos os níveis do Estado venezuelano. Ele usa a VTV como se fosse seu canal privado’, acusa o deputado do MAS (Movimento ao Socialismo).

Mas a intensa campanha oposicionista das TVs privadas não justifica a minissérie? ‘A única coisa que Chávez tem feito é agredir os meios de comunicação venezuelanos. E, obviamente, a agressão teve como resposta uma mobilização democrática de todos os meios’, responde Montoya.

O deputado também critica Barrio Adentro -não a novela, que diz nunca ter visto, mas o uso de médicos cubanos: ‘É um instrumento de ideologização e não usa os 8.000 médicos venezuelanos desempregados no país’.’



AL-JAZIRA
O Estado de S. Paulo

‘TV Al-Jazira estuda venda de ações ao público’, copyright O Estado de S. Paulo, 5/07/04

‘A Al-Jazira, canal árabe estatal de notícias, pretende vender ações ao público em dois ou três anos e tornar-se rentável mesmo antes disso, informou o jornal alemão Handelsblatt em sua edição de ontem. ‘Posso confirmar que os diretores autorizaram um estudo de viabilidade de a Al-Jazira tornar-se uma empresa privada com investidores’, disse um porta-voz da rede. O canal confirmou em Dubai que estava examinando a opção de uma oferta pública inicial no mercado, mas a decisão ainda não foi tomada. O canal estatal ganhou milhões de espectadores principalmente depois de exibir imagens exclusivas do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, após os atentados de 11 de setembro. (Reuters)’



TIME WARNER & MGM
O Estado de S. Paulo

‘Time Warner oferece US$ 5 bi pela MGM’, copyright O Estado de S. Paulo, 2/07/04

‘A Time Warner entrou na disputa pela aquisição da Metro Goldwin Mayer (MGM), ao fazer uma proposta de quase US$ 5 bilhões pelo famoso estúdio de Hollywood. A japonesa Sony Corporation está há tempos tentando comprar a MGM, mas o prazo de 15 dias de negociações exclusivas se encerrou no final de maio. Nem a Time Warner nem a Metro quiseram comentar a informação.

Durante uma apresentação a acionistas, em Los Angeles, o presidente da MGM, Alex Yemenidjian, referiu-se à nova proposta, ao afirmar: ‘Temos à disposição mais alternativas estratégicas do que pensávamos’. Yemenidjian tem 74% do estúdio, que está sendo cobiçado principalmente pelo seu gigantesco estoque de títulos, mais de 4 mil filmes. Entre outros clássicos, a Metro tem filmes como ‘O Mágico de Oz’ e as séries de James Bond e da Pantera Cor-de-rosa.

Analistas comentaram que uma possível aquisição por parte da Time Warner poderia enfrentar problemas com os órgãos antitruste, já que a Metro possui o gigantesco estúdio Warner Bros., em Hollywood.

Nos últimos anos, a Time Warner tenta superar problemas financeiros e reformular sua estrutura administrativa após a desastrosa fusão com a America Online, em 2001. Nos últimos meses, a empresa tem procurado fazer novas aquisições, uma delas a do sistema de TV a cabo pertencente à Adelphia Communications, que foi à falência. (The Associated Press)’



GUARDIAN & OBSERVER
O Globo

‘Ingleses ‘Guardian’ e ‘Observer’ vão adotar formato de diários europeus’, copyright O Globo, 30/06/04

‘Os jornais ingleses ‘Guardian’ e ‘Observer’ vão passar por uma plástica de 50 milhões de libras (US$ 90,3 milhões), informou ontem seu controlador, o Guardian Media Group. Mas, ao contrário de outros jornais do país, como ‘Independent’ e ‘The Times’, que adotaram o formato tablóide, eles escolheram o chamado formado berliner (ou midi, um pouco menor que o tamanho padrão dos jornais), usado por publicações européias como o francês ‘Le Monde’ e o alemão ‘Berliner Zeitung’.

O novo formato deve se tornar realidade em 2006, segundo o site do jornal inglês ‘Financial Times’.

‘Times’ deteve queda na circulação com mudança

Ano passado, o ‘Independent’, do grupo ‘Independent News & Media’, e o ‘Times’, da News Corp., do milionário Rupert Murdoch, inauguraram as mudanças na imprensa britânica ao adotarem o formato tablóide. O ‘Times’ conseguiu conter a queda em suas vendas, mantendo os dois formatos em circulação, enquanto o ‘Independent’ obteve um aumento de 14%, para 235.500, no número de exemplares vendidos, no período de novembro a maio último, depois de trocar o tamanho padrão pelo tablóide.

No mesmo período, no entanto, o ‘Guardian’ sofreu uma queda de 6,06% em suas vendas, para 379.115 exemplares, segundo o Escritório de Auditoria de Circulação britânico, informou o ‘Financial Times’. De novembro a maio, o ‘Observer’, que é dominical, viu suas vendas recuarem 1,24%, para 450.593 exemplares.

Essa mudança, segundo o ‘FT’, deve aumentar as pressões sobre o Telegraph Group (que publica o ‘Daily Telegraph’ e o ‘Sunday Telegraph’), que já rejeitou propostas para a adoção do formato tablóide.

Para imprimir seus exemplares no novo formato, o ‘Guardian’ terá de renegociar seu contrato com a gráfica West Ferry, controlada em conjunto pelo Telegraph Group e pelo grupo Express Newspapers.’



NYT / NOVA SEDE
O Globo

‘‘New York Times’ começa a fazer sua nova sede’, copyright O Globo, 2/07/04

‘O ‘New York Times’, o jornal mais influente dos Estados Unidos, estará de casa nova em 2007. A controladora do jornal e a construtora Forest City Ratner informaram, na quarta-feira, que a construção da nova sede – uma torre de 52 andares – deve começar este mês ou no próximo.

Quando a nova sede for inaugurada, todos os empregados do jornal ficarão no mesmo prédio, disse Catherine Mathis, porta-voz do ‘Times’.

Segundo a porta-voz, o custo total da obra deverá ficar entre US$ 500 milhões e US$ 550 milhões. O ‘Times’ pagará os gastos com dinheiro e papéis da empresa.

O jornal vai ocupar os primeiros andares da nova torre. Os demais ficarão com a construtora e sua sócia, a imobiliária ING Real Estate, que alugarão escritórios para empresas.

O ‘Times’, cuja sede atual data de 1913, já planejava há alguns anos construir um escritório na Oitava Avenida, em Manhattan. Faltava apenas acertar o financiamento. A construtora acabou fechando uma hipoteca de US$ 320 milhões com a financeira GMAC Commercial Mortgage Corporation.’