Daqui a um mês terão início as Olimpíadas na Grécia, e editores de esporte de diversos jornais americanos estão tensos com os últimos preparativos para a cobertura dos jogos olímpicos. A tensão exagerada tem motivo, como explica Charles Geraci [Editor & Publisher, 29/6/04]. A palavra que não sai da cabeça destes editores é segurança.
‘Estamos seriamente preocupados com possíveis problemas de segurança’, afirma Emilio Garcia-Ruiz, editor assistente da seção de esportes do Washington Post. ‘Acho que essa preocupação está na cabeça de qualquer editor de esportes do país’, completa. Jornais como o Post e o San Francisco Chronicle estão bolando planos para prevenir que suas equipes sejam vítimas de más surpresas enquanto estiverem em Atenas. Para tanto, irão contar com a ajuda de seus correspondentes estrangeiros, com experiência na cobertura da guerra do Iraque.
Obras atrasadas
Além da violência, outro problema que assombra os editores é o atraso e os percalços na construção dos estádios, ginásios e vilas. ‘Eu estive na Grécia em março e estava uma bagunça’, lembra Bill Dwyre, editor de esportes do Los Angeles Times. ‘Suspeito que eles irão pôr algumas cortinas para disfarçar as pilhas de terra’, radicaliza ele.
Já Jim Jenks, editor do Philadelfia Inquirer, fala sério sobre a questão. Ele confia que o Comitê Olímpico Internacional (COI) não permitirá o começo dos jogos olímpicos se os preparativos não estiverem prontos na data marcada. ‘Nossas vidas estão nas mãos do COI e dos outros comitês olímpicos’, diz ele.
Jenks também chama a atenção para a visível falta de entusiasmo entre as pessoas escaladas para cobrir os jogos deste ano. Os potenciais problemas parecem ter jogado um balde de água fria em todos. ‘Eu não sinto que haja alguém excitado com as olimpíadas por causa de toda essa ansiedade. É quase se como todos estivessem sentados esperando que algo aconteça’, conclui.