Um estudo publicado na última semana pelo National Endowment for the Arts, nos EUA, mostrou que o consumo de livros pelos americanos caiu drasticamente, com um significante declínio na leitura dos gêneros de ficção, poesia e drama. O estudo, intitulado ‘Reading at Risk’ (Leitura em Risco), baseou-se em dados de uma pesquisa conduzida pelo Census Bureau em 2002.
A pesquisa faz uma descrição de como os americanos se informam, se educam e se entretêm hoje em dia. E, segundo Bruce Weber [The New York Times, 8/7/04], desperta um debate nacional sobre questões como o ensino e encorajamento da leitura nas escolas, o financiamento de programas de leitura e a presença constante da televisão e de outras mídias eletrônicas na vida dos americanos. O estudo também levantaria um questionamento sobre o papel da literatura no mundo contemporâneo.
A pesquisa realizada pelo Census Bureau entrevistou 17.135 pessoas sobre programas culturais e hábitos de leitura. As informações foram comparadas com pesquisas similares feitas em 1982 e 1992. No campo da leitura, os entrevistados foram perguntados se haviam lido algum romance, livro de contos, poemas ou peças no último ano em seu tempo de lazer.
As respostas mostraram que 56,6% dos entrevistados leram pelo menos um livro de qualquer tipo neste período. Em 1992, este índice chegou a 60,9%. Leitores de literatura caíram de 56,9% em 1982 para 54% em 1992 e, finalmente, 46,7% em 2002.
A pesquisa constatou também que as mulheres (55,1%) lêem mais do que os homens (37,6%); e hispânicos (26,5%) lêem menos do que negros (37,1%) e brancos (51,4%). Mas todos os índices de leitura mostraram-se em declínio com relação à pesquisa feita dez anos antes. Os números com maior queda foram os relacionados aos jovens adultos entre 18 e 24 anos. Em 1982, 59,8% deles tinham hábito de leitura. Este número foi para 42,8% em 2002.