O governo da Guatemala assumiu responsabilidade pelo assassinato do jornalista e político Jorge Carpio Nicolle em 1993. Editor do diário El Gráfico e segundo colocado nas eleições presidenciais de 1985 e 1992, ele foi emboscado por um grupo de mais de 30 homens armados quando viajava num comboio de veículos por uma estrada rural da província de Quiche. Outros três correligionários que o acompanhavam morreram. Carpio era conhecido por atacar duramente os militares guatemaltecos pelas centenas de infrações aos direitos humanos cometidas durante a guerra civil que abalou o país entre 1960 e 1996, matando 200 mil pessoas. Diante do Tribunal Interamericano de Direitos Humanos em San José, Porto Rico, o representante da Guatemala, Estuardo Meneses, disse que o país ‘reconhece publicamente a culpa pela morte de Jose Carpio Nicolle e lamenta a perda sofrida por sua família’. Como reporta a AP [6/7/04], desde que o atual presidente Oscar Berger assumiu o poder, em janeiro, o governo guatemalteco já assumiu a morte de diversos ativistas de direitos humanos.
Funcionários da Voz da América protestam
Mais de 460 dos cerca de 1.000 funcionários da Voz da América, assinaram documento pedindo que o congresso americano investigue o Broadcasting Board of Governors (BBG), comissão independente que controla os veículos de comunicação oficiais internacionais americanos. Eles acusam a entidade de ‘desmantelar a estrela-guia do rádio nacional’ ao transferir verbas para novos projetos no Oriente Médio sem compromisso de imparcialidade editorial – as rádios Sawa e Farda, e a televisão al-Hurra. A petição afirma que o BBG acabou com o serviço de rádio em árabe da Voz da América reduziu o financiamento de suas transmissões de TV voltadas para o Irã, além de diminuir as transmissões em inglês da emissora de 24 para 19 horas diárias, para investir nas novas estações. ‘É vergonhoso e muito triste que estejamos perdendo uma oportunidade de fazer o que deveríamos’, disse sobre a presença da mídia oficial americana no mundo árabe um funcionário que assinou o manifesto mas não quis se identificar, por medo de sofrer represálias. Os funcionários acreditam que os membros do BBG estão muito preocupados em ganhar fatias dos mercados de certos países em vez de tentar passar alguma mensagem mais substancial. A Sawa e a al-Hurra, de fato, quase não têm jornalismo, como informa o semanário The Hill [6/7/04].