Os 31 empregados do jornal mexicano Noticias ainda são mantidos como reféns dentro dos escritórios do jornal no estado de Oaxaca. Desde 17/6, os funcionários são forçados a permanecer dentro do local de trabalho, cercados por uma manifestação de militantes de um sindicato pró-governo.
Membros da Confederação Revolucionária de Trabalhadores e Camponeses (CROC, sigla em espanhol), vinculada ao Partido Revolucionário Institucional, que é legalmente autorizada a representar os 102 empregados do jornal, reivindicam um aumento salarial de 25%. Funcionários do jornal já disseram que aceitam um aumento de 6% e que eles rejeitam o líder da CROC. Eles ainda acrescentam que a greve foi organizada por políticos para silenciar o jornal, que continua a ser impresso e distribuído, com metade de sua tiragem habitual (10 mil cópias apenas) e com metade do número original de páginas.
O dono do Noticias, Ericel Gomez Nucamendi, acredita que a greve é parte de uma campanha contra o jornal liderada pelo governador Ulises Ruiz, membro do Partido Revolucionário Institucional – que ficou 71 anos no poder como organização política única no país, até a eleição que elegeu o presidente Vicente Fox, do Partido da Ação Nacional, em 2000. O PRI continua a exercer poder em muitos estados, mas o jornal é altamente crítico ao governo de Oaxaca.
Os empregados se alimentam com café, água e atum em lata e dormem no chão. Parentes estão impedidos de fornecer alimentos aos reféns e muitos funcionários estão passando mal com gripe e problemas intestinais. Informações de Reed Johnson, do Los Angeles Times [15/7/05].