Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Graziella Valenti


‘A Net Serviços inicia uma fase de maior flexibilidade para crescimento. O desempenho operacional do 1º semestre e a recém-anunciada emissão de R$ 650 milhões em debêntures deixam a empresa em posição mais confortável para traçar novos rumos de gestão. O presidente da Net, Francisco Valim, disse que não há ainda decisão sobre acelerar ou não o crescimento da base de assinantes ou elevar os investimentos. Mas a empresa terá mais liberdade para adotar estratégias nesse sentido.


A companhia teve lucro de R$ 15,4 milhões no 1º semestre, revertendo um prejuízo de R$ 154,5 milhões em igual período de 2004. O faturamento líquido cresceu 9,7% no intervalo e alcançou R$ 750,5 milhões. A geração operacional de caixa , medida pelo Ebitda, totalizou R$ 228,2 milhões, com alta de 24%.


Os números agradaram ao mercado e as ações da Net encerraram o pregão de ontem com alta de quase 5%, a maior entre os papéis do índice da Bolsa paulista (Ibovespa). A melhora foi obtida com a renegociação da dívida e a alta na base de clientes. O número de assinantes de TV paga subiu 5,7%, para 1,4 milhão, e o de usuários de banda larga (Vírtua) cresceu 92,9%, para 253,5 mil.


Segundo Valim, uma vez concluída a reestruturação financeira, os esforços estão direcionados à continuidade do crescimento e à melhoria da qualidade dos serviços. Isso, sem contar com possíveis oportunidades de novos negócios, como a telefonia por internet, para o qual a empresa estuda um modelo.


O executivo reafirmou que a meta é encerrar o ano com margem de lucro na geração de caixa entre 27% e 28%. Nos 1º semestre, o indicador ficou em 30,4%. Segundo Valim, a meta traçada permite que a empresa, eventualmente, seja mais agressiva nas ofertas para conquistar clientes, sem que os objetivos financeiros sejam prejudicados. O presidente ressaltou que a decisão por novas promoções depende de uma série de variáveis.


Além da questão operacional, a Net está prestes a ficar livre de compromissos que restringiam sua capacidade de investimento. Com a emissão de debêntures, a companhia trocará as responsabilidades externas por compromissos domésticos, em moeda local. Com isso, eliminará o limite para a aplicações de recursos, de US$ 50 milhões por ano, cláusula acertada com os atuais credores.


Mais uma vez, Valim destacou que não há decisão sobre elevar o montante de investimentos previsto para 2005, mantido entre R$ 150 milhões e R$ 160 milhões.


Esta coluna é produzida pela Agência Estado a partir do serviço eletrônico Empresas e Setores, dedicado ao mercado de ações. Telefone 080011-3000, e-mail atendimento@agestado.com.br



Folha de S. Paulo


‘Net lucra e perde menos clientes no 2º trimestre’, copyright Folha de S. Paulo, 4/08/05


‘A Net Serviços de Comunicação saiu do vermelho e conseguiu lucrar R$ 20,5 milhões no segundo trimestre do ano -ante um prejuízo de R$ 76,7 milhões em igual intervalo de 2004. A receita líquida também registrou uma melhora. O volume atingiu R$ R$ 384,7 milhões ao final de junho, o que representa uma alta de 9,7% em relação ao ano anterior.


A companhia tinha, ao final do segundo trimestre, 1,4 milhão de clientes, o que indica uma expansão de 5,7% ao se comparar com resultado do ano passado. Além disso, a chamada taxa de desconexão -consumidores que resolvem abrir mão do serviço- caiu de 14,1% da base de assinantes em 2004 para 12,2% neste ano.


Em números absolutos, isso indica uma redução na perda de clientes, com o volume passando para 177,8 mil desligamentos de abril a junho, contra 194,4 mil desligamentos nos mesmos meses de 2004.


A explicação para essa melhora nos indicadores está, diz a companhia, nos ‘esforços em qualidade de atendimento e gestão do churn [número de desligamentos de clientes]’, segundo a empresa informa no balancete publicado ontem.


A recente retração na renda poderia ter impacto nesses resultados, já que o serviço é considerado supérfluo por alguns analistas da área de consumo. A ABTA, entidade que representa as empresas, discorda da análise e afirma que o produto já é encarado como uma necessidade.’



REALITY SHOWS


Andrea Vialli


‘Reality show na seleção de executivo da ZTE ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 4/08/05


‘A seleção de executivos por meio de reality shows, já conhecida do público brasileiro, será a ferramenta utilizada pela ZTE, empresa chinesa de telecomunicações, para selecionar o diretor de marketing que cuidará da expansão da marca no Brasil. A empresa vai ampliar suas operações, de olho no mercado de telefonia celular.


O processo de seleção será feito durante o programa Absolute Challenge, transmitido pela emissora CCTV-2, de Pequim, e assistido por um bilhão de pessoas na China. A fórmula, que faz grande sucesso entre o público, é bastante usada por grandes empresas daquele País.


A seleção ocorre em duas etapas, e os três candidatos participantes – dois brasileiros previamente recrutados e um chinês – serão avaliados por seus desempenhos em estratégias de mercado, gestão de negócios e de relacionamentos. A segunda etapa avaliará os conhecimentos gerais dos candidatos acerca dos mercados chinês e brasileiro. O executivo será escolhido por um corpo de jurados formado por consultores em RH, profissionais da ZTE e apresentadores do programa. Os telespectadores também interferem no processo de escolha, por meio de votação.


Glaucia Telles Benvegnu, diretora da Benvegnu, empresa de recrutamento contratada para pré-selecionar os dois executivos brasileiros que participarão do reality show, explica que requisitos como entusiasmo e desenvoltura são fundamentais para um processo de seleção fora dos padrões como o da ZTE.


Com base no perfil de profissionais requerido pela empresa chinesa, a Benvegnu entrou em contato com 40 candidatos, que manifestaram reações variadas ao saber que virariam estrelas da televisão chinesa. ‘Muitos entraram no espírito, outros acharam que era brincadeira e houve quem refutasse a idéia de imediato’.


O perfil exigia ainda fluência em inglês, disponibilidade imediata de duas semanas (período de duração das gravações do reality show), experiência na área de telecomunicações, além de um certo carisma para não decepcionar na frente das câmeras. ‘Tivemos que dispensar candidatos muito bem preparados tecnicamente para o cargo, mas que eram muito tímidos’, diz Glaucia. Segundo a diretora, esse tipo de processo seletivo cai bem em áreas como a de Marketing, que exigem ousadia e quebra de paradigmas.’



TV BANDEIRANTES


Taíssa Stivanin


‘Sky vai exibir canal da Band ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 4/08/05


‘Após ser acusada pela Band de boicote, a Net Brasil, que pertence à Globo, vai transmitir em alguns pacotes da Sky o canal agropecuário da emissora dos Saad, o Terra Viva. O acordo foi anunciado anteontem, durante o Congresso da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura). A Bandeirantes, entretanto, mantém o processo judicial para impedir a fusão entre Sky e Direct TV e a compra da Net pela gigante mexicana Telmex. ‘A Net tinha uma posição radical em relação aos canais nacionais e esse radicalismo está mudando. Mas as pendências acabam à medida que as negociações evoluem entre os grupos e as distribuidoras’, disse o vice-presidente da Bandeirantes, Paulo Saad Jafet. ‘Nosso objetivo é defender a produção nacional.’


A partir de segunda-feira, o Terra Viva, já transmitido via satélite pela banda C (parabólicas), será inserido no line up dos pacotes Mundo e Total da Sky. Mas a Band não vai receber um centavo por isso. E ainda vai reembolsar para a operadora as despesas de satélite, em valores não revelados. ‘Como ele é transmitido gratuitamente na banda C, não pode ser cobrado dos assinantes’, argumenta Saad.


A emissora também está negociando a exibição do canal na Net Brasil, mas segundo o diretor-executivo da operadora, Fernando Ramos, ainda não há previsão para isso. Indagado sobre o que define a inserção de um canal no line up da Net, Fernando não respondeu – como não atendeu a vários telefonemas do Estado, anteriores ao acordo com a Band, para falar sobre a briga do grupo Saad contra a operadora. Ramos disse apenas que o Terra Viva será contemplado porque atende a uma demanda dos assinantes por canais de agronegócios.


Paulo Saad não perdeu a chance de mencionar a possibilidade de inserir na Net os canais Bandsports e Band News, que estão na DirectTV e podem perder seus lugares com a possível fusão da operadora com a Sky. ‘A gente espera que também exista espaço para esses canais’, comentou.


ABRA, ABERT, ETC.


O vice-presidente da Band também comentou o desligamento da Record da Abra (Associação Brasileira de Radiodifusores), entidade que faz frente à Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), que hoje representa só a Globo. A Abra agora é formada só por SBT, Band e RedeTV!. ‘É uma distorção de mercado termos cinco emissoras de TV abertas e três entidades diferentes para representá-las’, disse. ‘Mas, no caso da Record, trata-se de rede popular com interesses que precisam ser defendidos especialmente por ela’, falou, referindo-se à Igreja Universal do Reino de Deus.’