‘A Folha de S. Paulo deu início, nesta sexta-feira (16/07), a cortes nos gastos administrativos e de pessoal. Segundo fontes do Comunique-se, a empresa de consultoria Integration, que teria sido contratada para avaliar a percentagem de cortes necessários para reduzir custos, teria chegado ao índice de 20% – 10% seriam de gastos administrativos, enquanto a outra metade, da folha de pagamentos.
‘Já reduziram as viagens e o transporte de funcionários. Também começaram a demitir’, contou uma das fontes na redação. ‘Parece que estão procurando atingir os mais altos salários. Alguns editores receberam proposta de se tornarem pessoas jurídicas’.
O Comunique-se não conseguiu falar com Otávio Frias Filho, que estava fora da empresa. Também procurada, Eleonora Lucena, editora-executiva, não retornou nossas ligações.’
ENTREVISTA FAKE
‘Na falta de celebridade…’, copyright Comunique-se, 16/07/04
‘Na falta da celebridade, entra o jornalista que entrevistou a celebridade. Essa foi a forma que a revista Ocean Drive Magazine, da Flórida (EUA), encontrou para tapar o buraco da reportagem de capa com a cantora Madonna, que não pôde conceder a entrevista pessoalmente.
Para a edição de julho/agosto, a revista, que circula principalmente em Miami e nos balneários da Flórida, agendou, mas não conseguiu uma entrevista exclusiva com a diva quarentona do mundo pop. O editor não se apertou. Colocou na capa uma foto exclusiva de Madonna e publicou uma entrevista ‘Q&A’ (perguntas e respostas) com a jornalista Jeanne Wolf – ela mesma uma especialista em ‘celebrities’.
Wolf responde perguntas como: ‘O nome verdadeiro dela é Madonna?’ ou ‘Como é o relacionamento dela com o pai?’. A entrevista não é inédita: foi originalmente transmitida pelo canal E! de TV a cabo. Jeanne Wolf diz que tirou do material da entrevista ‘da gaveta’ quando Madonna recusou-se a conceder entrevista para a Ocean Drive Magazine, alegando falta de tempo devido à turnê mundial do show ‘Reinvention’, atualmente em cartaz.
Wolf conta que a relações-públicas de Madonna providenciou a foto ‘exclusiva’ da cantora que está publicada na capa da revista – a imagem foi retirada do material promocional da Reinvention Tour. Madonna, fotografada em estúdio por Steven Klein, aparece de peruca preta e meias arrastão.
‘Essa entrevista é totalmente autorizada. Eles (relações-públicas de Madonna) sabiam o que estávamos fazendo, sabiam que seria matéria de capa da revista, sabiam que era eu quem estava escrevendo’, diz Jeanne Wolf, que entrevistou o documentarista Michael Moore para a mesma edição.
Glenn Albin, editor-chefe da Ocean Drive Magazine, diz que ficou feliz apenas por ter acesso à foto exclusiva da cantora. A revista, que está completando dez anos de circulação, traz matérias de moda, comportamento (o que é ‘quente’ nos Hamptons, balneário onde ricos e famosos passam o verão perto de Nova York, é um dos assuntos), música, festas e entrevistas.’
ENTREVISTA / GILBERTO NASCIMENTO
‘‘Maioria dos jornalistas não conhece o Brasil’’, copyright Repórter Social, 15/07/04
‘Para o novo colunista de Cidadania da IstoÉ, boa parte da responsabilidade pela defasagem de temas sociais na mídia brasileira cabe aos colegas, não aos donos dos meios de comunicação
A estréia no próximo fim de semana da coluna de Gilberto Nascimento sobre Cidadania na revista IstoÉ é mais uma etapa de uma carreira voltada para as questões sociais e para os problemas da periferia. Por conta dessa atuação, o jornalista, que já passou por quase todos os principais jornais e revistas do eixo Rio-São Paulo, ganhou prêmios como o Ayrton Senna (para reportagens sobre infância), o Wladimir Herzog (direitos humanos) e o Simon Bolívar (do Parlamento Latino-Americano). Nesta entrevista à Agência Repórter Social, Nascimento fala de como a mídia trata esse tipo de temática e evita concentrar as críticas nos donos dos meios de comunicação. Em parte, assinala, porque eles visam mesmo o lucro, e não ‘resolver os problemas do mundo’.
Em segundo lugar, porque em muitos casos ele nunca viu algum pedido de empresário para que não fossem publicadas, por exemplo, reportagens sobre ‘absurdos’ na periferia. De modo bastante cuidadoso e no estilo extremamente educado que o caracteriza, Nascimento ressalta o papel dos próprios colegas nessa omissão e na falta de divulgação do que chama de ‘Brasil real’. Para ele, a origem de classe média da maior parte da categoria explica muito a alienação e o descompromisso. ‘Em São Paulo, que é o maior centro político e econômico da América Latina, os colegas jornalistas profissionais dos grandes veículos não fazem a mínima idéia do que é a cidade de São Paulo’, observa. ‘E se a maioria dos jornalistas não faz idéia do que é a cidade de São Paulo, imagine o Brasil.’ Confira aqui a entrevista na íntegra:
Repórter Social – Como será sua coluna nova na IstoÉ?
Gilberto Nascimento -Será um espaço fixo, semanal, com três páginas, dedicado à responsabilidade social e ao terceiro setor. Enfocando sempre as questões relacionadas à infância, educação, e abordando toda semana um tema referente a essa área, alguma questão que tenha a ver com o dia-a-dia do movimento social, ou a apresentação de algum projeto, alguma experiência inovadora, que seja um exemplo de política pública. Haverá sempre uma reportagem principal e um espaço para notas e pequenas notas falando de iniciativas positivas, e um espaço alternado de artigos e perfis de líderes sociais que fazem a diferença.
Repórter Social – O jornal O Estado do Maranhão acaba de lançar um caderno chamado Terceiro Setor. O Globo tem o Razão Social, sobre Responsabilidade Social. Jornais e revistas econômicos também têm aberto espaço para este tema. Você acha que há uma tendência inexorável na imprensa nesse sentido?
Nascimento – Nos últimos anos houve grande abertura. Veículos de comunicação passaram a tratar desses temas com muito mais assiduidade, profundidade e competência. Dedica-se uma atenção maior e há uma maneira diferente de ver e acompanhar os projetos sociais. Os meios de comunicação estão conscientes da importância disso e procurando tratar de modo muito melhor. Os profissionais acompanham de maneira mais eficaz as discussões, os seminários, os eventos, procuram divulgar e dar espaço para as iniciativas de fundações, instituições, iniciativas empresariais.
Repórter Social – Você acha que isso se dá pela conscientização pelos donos de meios de comunicação ou jornalistas ou uma tendência de mercado por conta do marketing social das empresas?
Nascimento – Há um trabalho de difusão da importância do conceito da responsabilidade social empresarial. Então, organizações como Instituto Ethos, Gife, Fundação Abrinq, Instituto Ayrton Senna, trabalharam nos últimos anos de maneira muito intensa a importância da responsabilidade social. Isso tem ecoado nas empresas. Claro que uma grande empresa, seja ela qual for, visa lucro. Mas ela, entre as mil ações que desenvolve, tem essa preocupação, da imagem junto ao consumidor. É provado em pesquisas que um consumidor num supermercado tende a valorizar uma empresa que tem responsabilidade social. E acho importantíssimo que as empresas apóiem projetos sociais, que destinem parte de seus lucros para iniciativas importantes e projetos inovadores.
Repórter Social – Refiro-me mais aos meios de comunicação. Eles são socialmente responsáveis hoje?
Nascimento – Tem gente que faz ação social e apóia projeto social e de repente não é. Agora, se a empresa acaba sendo incoerente na divulgação, no seu dia-a-dia, isso tem de ser cobrado. Ela tem de ser coerente com o discurso que está assumindo.
Repórter Social – Os meios de comunicação praticam isso nas suas páginas ou apenas abrem espaço aqui e ali para discutir o tema da responsabilidade?
Nascimento – As empresas de comunicação, independente de ter ou não algum engajamento em projeto social, sempre têm responsabilidade muito grande na questão social porque estão informando a sociedade. As pessoas formam seus conceitos na vida também a partir das notícias. O papel social da imprensa é super-importante. E a gente como profissional briga por isso, que a gente consiga fazer da forma mais eficiente, correta e ética possível. A gente tem muito problema dentro das redações. Agora, se há 10 anos, 15 anos havia muito mais dificuldade para emplacar reportagens ou discussões sobre questões sociais e hoje há mais espaço, é positivo.
Repórter Social – Essa divisão clássica das editorias, priorizando economia, política brasiliense e entretenimento, já não escanteia estruturalmente os assuntos sociais?
Nascimento – De maneira geral, sim. Nos veículos de comunicação você tem um espaço garantido e fixo para essas questões que você citou. Para tudo que venha do Planalto, de Brasília, para a economia, os informes da Fiesp, da bolsa, etc, as matérias comportamentais, que vendem, as matérias de embelezamento, dieta, cura do câncer, problemas do coração, celulite. As divisões dentro da redação giraram em torno desses temas. Então acho ótimo haver agora uma abertura para se pensar numa editoria de Educação e Cidadania, num caderno sobre terceiro setor, sobre empresas e comunidade.
LEITORES
Repórter Social – Os jornais não poderiam vender muito mais se repercutissem não só as ações das fundações, mas também a dos movimentos sociais? Não seriam centenas de milhares de possíveis leitores, de formadores de opinião, gente engajada, que gosta de informação? Ou esse pessoal já compra o jornal para reclamar do que saiu?
Nascimento – Eu e você formamos um perfil de leitor que de repente não corresponde ao da maioria. Então a gente não vê o que a gente quer porque há uma avaliação, um entendimento dentro das redações que não é isso que a maioria que compra jornal e revista quer. Eu também quero espaço para discussão de temas sociais mais profundos. Agora, a grande maioria que vai à banca prefere, segundo pesquisas, as reportagens de celulite, problemas de coração, a descoberta da cura de não sei mais o quê. Não estou dizendo que isto é melhor, mas é aquilo que boa parte do público de classe média, que é quem compra jornal e revista, está querendo. Eu como repórter que sempre acompanhei de perto a área social sempre batalhei por mais espaço por temas sociais de mais profundidade. Mas se você sair com uma capa de revista para discutir o Fórum Social Mundial, segundo os dados das pessoas que estão computando vendas, a tendência é a de encalhar. Eu gosto do Milton Nascimento e do Chico Buarque, mas o Zezé di Camargo e o Luciano dão grande Ibope no Faustão, mas com o Milton o Ibope cai.
Repórter Social – Mas aí não vem aquela questão do compromisso que os meios de comunicação têm de ter com coisas que essas pesquisas não vão detectar? Por exemplo, defender a Constituição, Declaração Universal de Direitos Humanos… Se eles forem unicamente pelas pesquisas teriam de defender a pena de morte…
Nascimento – Eu sou de uma geração, da qual você é próximo, que pegou a ditadura militar. Foi um momento em que toda a sociedade brasileira se uniu para combater a ditadura, lutar pela liberdade, e aí houve uma atuação forte de todos os setores do país, inclusive a mídia. Agora, o empresário de comunicação também não cria uma empresa, um jornal, uma revista, para resolver os problemas do mundo. Não dá muito para a gente cobrar isso, exigir isso, esperar isso. Há a consciência do papel social, da importância que a gente está divulgando, a gente está formando consciências, o empresário de comunicação, o jornalista, o repórter. Acho um pouco ingênua a idéia de que o empresário vá criar jornal ou revista para resolver os problemas da sociedade. É possível dar uma grande contribuição, mas o jornal é uma empresa como qualquer outra.
Repórter Social – Mas, Gilberto, não há em todos os editoriais desses veículos até uma certa onisciência em relação às propostas para resolver os problemas do país e do mundo? Portanto a cobertura não teria de ser coerente com essa postura?
Nascimento – Eu quando leio coisas que não correspondem à realidade, são distorcidas, discordo. Quando acho que um veículo não cumpre minimamente sua função de informar corretamente, deixo de ler, de comprar.
Repórter Social – Não digo só informar corretamente, mas valorizar temas em relação aos quais o jornal em seu editorial fica indignado, mas não vai em suas páginas atrás de um aprofundamento.
Nascimento – Não me sinto muito confortável para responder pela imprensa. Em qualquer área você tem pessoas com os mais variados tipos de pensamento, opinião, conduta. Eu, como muitos outros colegas, sempre briguei, e muitos outros colegas sempre brigaram, para brigar pelo Brasil real, para falar da realidade. E dentro das redações você tem pessoas fazendo um pouco de tudo. Tem o cidadão ali que só vai falar de coluna social, outro que vai falar de beleza, outro de surfe, outro de música, outro que vai acompanhar teatro, você vai ter pessoas de esquerda, direita, alienados, descompromissados. E a mídia acaba refletindo um pouco isso.
‘BRASIL REAL’
Repórter Social – O que mais te choca no Brasil hoje em relação a suas tragédias sociais que você lê pouco na mídia?
Nascimento – Acho que sempre se falou muito pouco do Brasil real. Entre os jornalistas que conheço 99% têm origem de classe média, não conhecem o Brasil. Em São Paulo, que é o maior centro político e econômico da América Latina, os colegas jornalistas profissionais dos grandes veículos não fazem a mínima idéia do que é a cidade de São Paulo. E se a maioria dos jornalistas não faz idéia do que é a cidade de São Paulo, imagine o Brasil. A 20 quilômetros da Praça da Sé ninguém vai. A grande maioria conhece cinco ou seis bairros de São Paulo. Eu não sou o salvador do mundo, mas por acaso sou da zona leste e já fiz algumas reportagens aí que causaram a maior polêmica, o maior choque, e são coisas que estão na cara de todo mundo e ninguém vê, porque ninguém nem conhece. A escola pública é um caos total. Se a classe média tivesse filho em escola pública seria muito melhor, porque a imprensa cobriria um pouco melhor. E não vejo também nenhum empresário de comunicação dizendo que não é para fazer também. É que nem os colegas repórteres têm noção, imaginam, conhecem. Porque se você vai a São Miguel Paulista, Parada de Taipas e vê coisas absurdas, volta para a redação, fala (para o editor) e invariavelmente consegue espaço, sim, para escrever. Eu sempre consegui: trabalhei na Folha, no Estadão, no Globo, no Jornal do Brasil, na IstoÉ e sempre falei da periferia. Nunca tive um espaço à minha disposição para encher páginas e páginas para ficar falando de pobreza e miséria, necessariamente, mas sempre tive espaço, sim.
Repórter Social – Quais os jornalistas que conseguiram driblar essa lógica, mesmo com origem de classe média?
Nascimento – Eu sou fã e admirador de grandes repórteres, grandes profissionais que falam do Brasil real, sim. Você é um deles. Falando de profissionais das gerações anteriores, temos Ricardo Kotscho, José Hamilton Ribeiro, Caco Barcellos, Sérgio de Souza, Narciso Kalili (falecido em 1992), que sempre falaram do Brasilzão. Mais recentemente, Xico Sá, Aureliano Biancarelli, Adriana Carranca. Não quero cometer injustiças: Adriana Souza e Silva, Luísa Alcalde, Leonardo Fuhrmann, Fernando Rossetti, Gabriela Athias, Mário Simas Filho, Luiza Villaméa… É gente pra caramba.
Repórter Social – As universidades de um modo geral ainda não têm disciplinas de Jornalismo Social na graduação, o problema não começa daí?
Nascimento – Não acho que as coisas estejam lindas e maravilhosas, mas a abertura de espaço para discussão dessas questões é importante. Nas faculdades nunca existiu nada, e agora começa a existir, tem um curso aqui e ali. Tive o privilégio de poder fazer um curso sobre direitos humanos e infância na mídia, este último como ouvinte na Universidade de Columbia, em Nova York, seria maravilhoso termos isso aqui. Lá tem uma cadeira voltada para a questão da infância. São coisas razoavelmente simples que seria sensacional termos aqui. O terceiro setor tem cursos de pós-graduação espalhados pelo Brasil inteiro. É positivo. Não quer dizer que não tenhamos problemas. Tem colega que acha que empresa apoiar projeto social ou de responsabilidade social é errado. Não acredita em empresários, acha que eles são sempre sacanas, só querem levar o lucro, ‘e se ele fizer alguma coisa boa para mim, também sou contra’. Aquele que faz algo e se envolve em uma prática que não é coerente, que a gente aponte, denuncie.
Repórter Social – Algo mais a dizer…
Nascimento – Eu falo essas coisas numa boa com os próprios colegas. Teve um que disse: Gilberto, você quer que a gente passe os dias de folga e fim de semana na periferia? Não, isso não. O fato é que um empresário de comunicação acaba voltando seu produto para o mercado consumidor, que é a classe média, 1% da população. E a grande massa está fora, não é o público-alvo. Eu ouvi muitas vezes dentro de redações, em plantões de fim de semana, quando acontecia um crime aqui e ali, o editor dizer: ‘ah, lá ninguém lê jornal’.
Repórter Social – Não deveria então ser uma das grandes ações de responsabilidade social das empresas e fundações financiar um jornalismo que não atingisse somente a classe média?
Nascimento – Eu espero que a gente consiga caminhar para isso. Infelizmente não há. As próprias organizações sindicais, partidos, sindicatos, Igreja, também têm seus veículos, mas a grande maioria é feita de modo artesanal, amadora, sem recursos, e acaba não atingindo seus objetivos. Nos jornais de esquerda, por exemplo, com honrosas exceções, há experiências seríssimas e que dão resultado, mas há muitas coisas discursivas, panfletárias, que têm um linguajar e um discurso que só agradam à elite das organizações, aquele militante já engajado que faz o jornal para ele. Aí nem ele lê, porque já sabe o que está escrito, e a maioria que seria o alvo daquela mensagem não gosta, acha chato. Principalmente a esquerda, na época da ditadura, tinha tendência de falar que futebol, samba e carnaval eram alienação. Aí fica aquela cantilena. Muitos veículos alternativos pecam ainda por esse problema. Não estou dizendo que nenhum vale, eu mesmo participei de muitos. No final a gente mesmo não lia.
Repórter Social – E muitas pessoas desses veículos acham que não há a mínima possibilidade de fazer algo na grande imprensa. Você é um dos que acreditam, não é isso?
Nascimento – Eu acho que dá para fazer. Pelo menos sempre briguei para fazer e alguma coisa consegui. E alguns colegas já fizeram e fazem, apesar das dificuldades. Às vezes a gente precisa pensar formas de conseguir recursos, apoio. As fundações que apóiam projetos poderiam investir mais nisso também, na ajuda para abertura de espaços na grande imprensa e no fortalecimento da qualidade dos veículos alternativos. Porque a maioria também não consegue fazer alguma coisa não porque é incompetente, é porque não tem recursos. Fazer jornalismo de qualidade é caro. Precisa viajar, investigar, precisa de carro. É caro mesmo.’