Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Bem diferente!

A manchete do Estadão sobre o lançamento do filme do Nelson Pereira dos Santos a respeito do professor Sergio Buarque de Holanda foi: ‘Chico está descontente com o governo Lula’. No corpo da matéria surge a verdade. Perguntado se estava contente com o governo Lula, Chico respondeu: ‘Bem, o Lula também não deve estar…’ O que é bem diferente!

Jose Roberto Filippelli, empresário de comunicação, Londres



Muito desabonador

Caro Muniz Sodré, concordo totalmente com sua crítica ao Jornal do Brasil no caso do depoimento sobre o Chico Buarque. Eu sou fã confessa do mestre da MPB, e não só li o seu depoimento como guardei o caderno. Realmente, é muito desabonador quando transformam o nosso depoimento, que no caso, precisaria de legenda, do tipo ‘o que eu queria dizer na verdade era….’. Mas, sabemos que um jornalismo bem feito nunca precisaria de tal artifício. De qualquer forma, é sempre uma forma de nós, jornalistas, aprendermos a lição. Mas não concordo em não dar entrevistas, como o Paulinho da Viola. Melhor correr o risco….

Beatriz Pinheiro, Rio de Janeiro



Tratamento desleal

Gostei muito deste artigo. Resume bem as milhares de possibilidades de mal-entendidos na relação entre jornalista e entrevistado. É uma coisa séria, isso! Mas acredito que é preferível evitar, ao máximo, calar-se. Inclusive porque nem sempre se consegue sobreviver por muito tempo calado, dependendo da profissão da pessoa. Em suma, calar-se é uma ótima pedida, mas também pode ser bom alertar muito bem o jornalista sobre o que seja a minha opinião em geral. Na pressa em que as coisas são feitas, o jornalista pode ter errado, mas eu acho que não deve ter sido um erro inocente, pois a ele talvez não interessasse o fato de o Muniz Sodré ser fã do Chico.

Isto é quase um lugar comum. Entretanto, o jornalista não agiu corretamente, pois não foi leal à opinião do entrevistado, mas somente a um fragmento desta opinião. O que o jornalista fez foi deturpar o raciocínio do entrevistado, algo como ter escrito o nome do Muniz Sodré assim: ‘iz So’. Ora quem é ‘iz So’? ‘Iz So’ é um pedaço do nome Muniz Sodré… Vejam, são as duas letras finais do primeiro nome e as duas letras iniciais do segundo nome… Fazem parte, mas colocadas assim são uma deturpação! As pessoas precisam ser mais respeitadas!

Rogério Caetano, estudante de Geografia, Belo Horizonte