Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Novos elementos no assassinato do editor da Forbes

Novos detalhes sobre o assassinato do editor da Forbes russa, o americano Paul Klebnikov, mostram que ele foi tratado de forma negligente. Na semana retrasada, ele levou quatro tiros diante do prédio onde trabalhava, em Moscou. Sangrando no chão, segundo uma testemunha, o jornalista de 41 anos tinha dificuldades de respirar. A primeira ambulância que chegou em seu socorro não tinha tubo de oxigênio para ajudá-lo na respiração. Quando o veículo que o transportava chegou ao hospital, teve de esperar algum tempo porque o portão de entrada estava trancado. Finalmente dentro do edifício, o elevador em que Klebnikov seria transportado até a sala de operações quebrou. Demorou pelo menos 10 minutos até que um funcionário fizesse a manutenção. Dentro do elevador, um médico declarou morto o editor. Contudo, um outro médico disse depois que ele teria morrido somente na sala de operações.

A falta de cuidado irritou a opinião pública russa. Muitas pessoas telefonaram a programas de rádio para reclamar. A eliminação de Klebnikov foi o primeiro crime do tipo na Rússia em que o alvo foi um americano. Não se sabe o motivo do assassinato. O jornalista já havia feito muitas reportagens sobre atividades ilegais que permeiam a economia e a política do país. Publicou um livro sobre o milionário Boris Berezovsky, figura íntima do Kremlin que chegou a processar Klebnikov.

Questionado sobre o assassinato, Berezovsky respondeu que o jornalista deve ter irritado alguém que resolveu se vingar ‘à moda russa’. Um outro livro escrito pelo editor, sobre um comandante separatista checheno, também pode ter relação com sua morte. Ele mesmo, agonizante, disse a Alexander Gordeyev, colega que o encontrou estirado na rua e editor da Newsweek russa, que não sabia quem poderia ser o mandante. Com informações do Washington Post [15/7/04].