O governo iraniano não respondeu à solicitação de visto para entrar no país feita por diplomatas e jornalistas canadenses que queriam assistir ao julgamento dos acusados de envolvimento na morte da fotojornalista Zahra Kazemi.
Zahra, que tinha dupla cidadania canadense e iraniana, foi presa há um ano por fotografar famílias de presos na frente da penitenciária de Evin, em Teerã. A fotojornalista ficou detida durante uma semana, sofreu diversos interrogatórios e foi brutalmente espancada até a morte. Sua mãe, iraniana, sofreu pressões para permitir que seu corpo fosse enterrado no país, contra a vontade de seu filho Estephan Hachemi, que é canadense. Desde então, Estephan luta para conseguir que o corpo da mãe seja exumado e levado para o Canadá para passar por uma autópsia independente do governo do Irã.
O julgamento de um dos acusados, o agente secreto Mohammad Reza Aghdam Ahmadi, teve início no sábado, 17/7. Ahmadi se declara inocente, e sua culpa no crime é questionada pelo presidente do Irã, Mohammad Khatami, pelo Serviço de Inteligência do país e pelas autoridades canadenses, que temem que ele seja apenas um bode expiatório para o caso. Informações dos Repórteres Sem Fronteiras e Agência Lusa [16/7/04].