Estou surpresa, para não dizer chocada, com o tratamento desigual dado por esse portal ao debate sobre as eleições na Fenaj e o resultado dela. Enquanto a matéria caluniosa e difamatória do Sr. Mario Augusto permaneceu durante uma semana inteira na capa do portal, a resposta dada pelo Sindicato do Município do Rio de Janeiro às mentiras daquele senhor tem que ser garimpada entre várias notícias.
Era de se esperar desse portal que o direito de resposta pudesse ser exercido na sua plenitude, do jeito que costumamos exigir da chamada grande imprensa. No mesmo espaço e no mesmo lugar.
E se, como parece, o portal e sua equipe tomaram posição ao lado da oposição neste processo eleitoral, o gentil leitor deveria ter sido avisado.
Respeitosamente frustrada,
Beth Costa, presidenta da Fenaj, Brasília
Luiz Egypto responde
Este Observatório não tomou posição no processo eleitoral da Fenaj, e nem lhe caberia fazê-lo. Durante a campanha, noticiou por duas vezes a composição e o programa de ambas as chapas. A matéria a que a missivista se refere foi publicada depois da votação e tratava de um episódio ocorrido durante a coleta de votos no Rio de Janeiro. Àquela altura, quando a edição nº 285 do OI foi para a web, a vitória da chapa da situação, com quase 70% dos votos, já era conhecida. Sobre a resposta do presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio, embora a mensagem tenha sido enviada às 13h56 da segunda-feira (19/7), chegou em meio ao fechamento da edição nº 286. A caixa postal obsimp@ig.com.br já estava fechada e a mensagem só pôde ser lida no início da noite, quando o índice e as chamadas estavam prontos. (Para informação dos leitores, o fechamento do OI tem início nas manhãs de domingo e termina em torno das 20h das segundas-feiras. Por conta disso, o deadline para os colaboradores é fixado, no máximo, até domingo. As terças-feiras são dedicadas à edição de web, ajustes e pós-produção; e o OI completo vai para rede às 18h.) Ainda que fora dos prazos, a carta do presidente do Sindicato foi editada na forma de artigo assinado e incluída na edição. (L.E.)
Antecipação bem-vinda
Só tomei conhecimento da resposta do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro ao artigo ‘Volta à República Velha’ na noite deste domingo [24/7]. Tive uma semana muito movimentada em termos de trabalho, o que me impediu de ler este espaço democrático antes. Fiquei profundamente surpreso pelo baixo nível da reposta e o caráter pessoal de uma questão coletiva envolvendo uma eleição sindical. Sinto muito pelos colegas jornalistas e pelos leitores do Observatório da Imprensa pelo teor desrespeitoso da nota.
Fiquei bastante satisfeito pelo fato de o autor da resposta ter ameaçado de entrar na Justiça contra mim. Acho ótima a iniciativa, se é que já foi tomada, porque muitos companheiros jornalistas estão empenhados em levar o caso à Justiça. Quero até agradecer ao autor da resposta por ter antecipado a nossa decisão coletiva. Tal fato provocou até euforia, diga-se de passagem. No mais, peço novamente desculpas aos leitores, e também aos editores deste Observatório, por tomar espaço e tempo por esta discussão absolutamente sem eira nem beira e que dá uma idéia de a quantas anda o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro.
Mário Augusto Jakobskind, jornalista
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Resposta do Sindicato do Rio – Nacif Elias Hidd Sobrinho
De volta à República Velha – M.A.J.
PALANQUE DO CCS
No arquivo ‘Concentração da mídia – Debates no Conselho de Comunicação Social’ (em PDF), disponibilizado no site do Observatório da Imprensa, encontramos o propositor e a proposta de tal publicação. O Sr. Francisco Pereira da Silva, representante da categoria profissional dos radialistas no Conselho, sugeriu que esses debates fossem publicados.
O radialista defendeu a publicação com o intuito de ‘contribuir para a sociedade editando esses trabalhos para servir de catalisador no processo de discussão’. Alberto Dines, representante da sociedade civil, ratifica a importância da ‘sugestão do conselheiro Francisco Pereira de que publiquemos todas essas contribuições, para que seja, realmente, socializado pela sociedade’.
Ao ter acesso ao documento, foi irresistível manifestar a satisfação, e ainda, congratular os conselheiros aqui citados, Srs. Francisco e Dines. Como cidadã dessa nossa sociedade civil, além de ter sido comerciária, bancária, cantora, microempresária produtora de eventos artísticos, aos 42 anos tomo espaço, novamente, como estudante do Centro Universitário de Araraquara (Uniara), no curso de Comunicação Social. Tentarei mostrar por que esses fatos são relevantes.
Uma pesquisa exploratória e bibliográfica foi aprovada, em 29 de junho, na primeira qualificação, para os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs). O tema ‘Globalização e a Mídia Nacional: a abertura de mercado ao capital estrangeiro – comportamentos e tendências será defendido para graduação do nível superior’. Diploma que gera discussões atuais, mas não pertinentes aqui. O fato relevante é o tema do TCC, cujo tratamento atinge a ‘concentração’ da mídia. Assunto que encontra resistência, tanto quanto é inacessível. Uma provocação apropriada pela filosofia do Sr. Denis Lerrer Rosenfield: ‘Mexer com um processo deste tipo pode ser fonte de graves perturbações’.
O que nos remete aos debates sobre as estruturas das empresas de comunicações nacionais, sugeridos por Dines, ao Conselho de Comunicação Social. Foi criada, então, a Comissão de Concentração na Mídia (constituída na Reunião de 7/4/2003, para análise da concentração e controle cumulativo nas empresas de comunicação social em pequenas e médias cidades brasileiras). Concentração horizontal, vertical, propriedade cruzada, ou em cruz, no nível micro, como proposto pelo conselheiro Dines, ou no macro, para compreensão do todo. A proposta do jornalista acomoda uma concentração intelectual que só poderá resultar beneficamente à sociedade brasileira.
Desses debates precisamos sempre referências, ao que o site do Observatório da Imprensa se propõe. São agregadores, particularmente, após árduo trabalho para aprovar aquela pesquisa. Além de contribuir, entre outros fatores, para orientar uma estudante de Comunicação sobre assuntos primordiais, como esse, da estrutura das empresas de comunicações. Pela socialização desses debates é que surge esse inflado comentário.
Parabenizo a iniciativa de disponibilizar tão precioso documento. E por que não dizer da minha alegria, excessiva até, por mais essa fonte. Durante a leitura, por diversas vezes, estive partícipe das reuniões, anuindo com a sugestão do conselheiro radialista, de outras, imaginando as sinapses causadas em Dines. E que essas, quando e ao serem expressas, com firmeza pelo jornalista, foram, porém, singulares. Ora de um, ora de outro participante do Conselho, tinha uma ‘visão’, ‘sentia’ a proximidade, na circunspeção exigida. Também eu, além é claro, do convidado, Sr. Venício Artur de Lima, assustei com o conselheiro Carlos Chagas. Mesmo porque, até o presidente, Sr. José Paulo Cavalcanti Filho, admitiu que ‘gelou’, diante de crítica anunciada por tal autoridade. Enfim, a publicação atinge seu objetivo. É fascinante.
Vanilce Helena de Santi
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