Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Cidade Biz

‘Os gastos com publicidade online podem dobrar até 2009, para US$ 16,1 bilhões, e começarem a representar uma proporção muito maior no orçamento do mercado publicitário. Os dados são da JupiterResearch.

Este ano, a publicidade online crescerá 27%, para US$ 8,4 bilhões, afirmou a empresa de pesquisa do mercado de Internet. O segmento deve aumentar a sua participação no bolo das receitas de marketing para 6,5% em 2009, contra os 3,5% atuais.

Observadores do setor de propaganda prevêem que gastos com publicidade nos Estados Unidos cresçam de seis a nove por cento neste ano, ajudado pela melhora no cenário econômico, campanhas políticas e pelos Jogos Olímpicos.

Os anúncios na internet devem ser a categoria de mídia que mais crescerá, seguida por TV a cabo e televisão aberta. Os principais anunciantes estão apostando cada vez mais na web enquanto os consumidores gastam mais tempo na rede e sofisticadas tecnologias tornam mais simples a criação e o acompanhamento de resultados de campanhas online.’



WEBJORNALISMO
Mario Lima Cavalcanti

‘Newsbot: o ‘Google News’ do MSNBC.com’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br) , 27/07/04

‘Google = uma das principais ferramentas de busca da Web;

Google News = ferramenta do Google que varre a Web em busca das manchetes mais comuns ou acessadas do dia e as exibe como um novo jornal;

Newsbot = o primeiro grande concorrente do Google News, lançado pela MSNBC.com e que utiliza tecnologia semelhante.

A MSNBC.com anunciou hoje a versão experimental/beta de seu Newsbot, ‘uma nova maneira de dar ao consumidor notícias online personalizadas fornecidas pela mais avançada tecnologia de busca MSN’, diz o release oficial, segundo Steve Outing, editor do Poynter.org.

Na capa do Newsbot, a carismática mensagem: ‘Dear Reader: Our newsbot is an automated test scan of the Net’s most current headlines and is designed to enhance the breadth of MSNBC.com. Your feedback is welcome’. Em seguida, links para o leitor conhecer melhor o serviço e poder dizer o que achou dele.

O que se pode notar utilizando o Newsbot – com um ‘Beta’ bem nítido em sua página inicial – é que seu funcionamento é bem semelhante ao do Google News. Com um sistema também baseado em cookies, o Newsbot ‘aprende’ os hábitos e interesses de cada usuário a fim de criar um ambiente cada vez mais personalizado. Ainda de acordo com o press release oficial, o Newsbot varre em torno de 4.800 fontes de notícias na Web.

O Newsbot possui algumas ‘features’ interessantes, como o ‘Because You Read This’, sugestões de notícias relacionadas a alguma acessada pelo leitor; o ‘We Recommend’, notícias lidas por outros leitores e que tenham uma similar com o que o usuário gosta de ler (algo como os livros que a Amazon.com sugere baseado nos supostos gostos do usuário); e o ‘Your History’, um histórico que reúne as notícias que você leu anteriormente. De resto, o Newsbot coloca em forma de categorias as editorias mais comuns e/ou que considera importante.

Com a nova ferramenta, a MSNBC.com espera eliminar a necessidade de seus usuários de buscar notícias em sites concorrentes como o Yahoo! News ou o próprio Google News. Para Outing, isso confirma uma tendência de que ‘destination news sites’ estão se tornando agregadores de notícias. De fato. Certamente a nova empreitada da MSNBC.com passará pelas mesmas polêmicas que o Google News passou. Vamos acompanhar… Até a próxima!

Em tempo:

Ferramentas de busca de notícias:

Blogdex – http://blogdex.media.mit.edu

Daypop – http://www.daypop.com

GoogleNews – http://news.google.com

News Index – http://www.newsindex.com

NewsIsFree.com – http://www.newsisfree.com

Em tempo 2:

Fica aqui meus pêsames pelo falecimento do jornalista e amigo Fernando Villela, o FerVil. Grande profissional, foi para mim uma das portas de entrada para a área de jornalismo online. No meu coração e em minha memória, você estará sempre vivo, amigo.’



SOFTWARE LIVRE
Renata Mesquita

‘Governo de SP adere ao uso do software livre’, copyright Plantão INFO, 28/07/04

‘No final de junho, o governo paulista instituiu, por uma resolução da Casa Civil (CC-52), o uso do software livre na administração pública do estado de São Paulo.

Pela medida, todos os equipamentos, sistemas e processos de trabalho do governo estadual deverão preferencialmente usar programas de código aberto – a partir de agora, só será permitida a compra de programas proprietários em dois casos: se não existir ‘software livre similar que contemple, a contento, os requisitos técnicos, funcionais e econômicos do objeto da aquisição’ ou quando ‘não for possível utilizar gratuitamente software proprietário similar já existente e em utilização na Administração Pública Estadual’.

A Resolução da Casa Civil determina ainda a obrigatoriedade, em ambos os casos, da obtenção da licença de uso dos programas, como pede a atual legislação. E que todo software só poderá ser comprado com dinheiro do Estado por meio de um relatório específico que justifique sua escolha. Atualmente, a grande maioria (96%) dos sistemas usados no governo são proprietários; todos os órgãos e entidades estaduais já iniciaram a realização de um inventário de software para a atualização do Cadastro de Capacidade Instalada (CCI) do governo estadual.

A medida CC-52 inclui ainda oito anexos com determinações para o acordo e o uso de licenças; para a proteção da propriedade intelectual no caso de software desenvolvido pelo Estado; a capacitação em software livre dos funcionários públicos; a encomenda de programas pela administração pública; e para a unificação do sistema de autenticação de usuários por meio de certificados digitais. Prevê, também, que todos os contratos de compra sejam firmados de modo a permitir o uso compartilhado dos programas adquiridos.’



INCLUSÃO DIGITAL
Tereza Cruvinel

‘Inclusão digital: a quantas anda’, copyright O Globo, 28/07/04

‘‘Vamos fazer da inclusão digital uma poderosa arma de inclusão social’, disse ontem o presidente Lula na África, encerrando a reunião dos países de língua portuguesa, que elegeu como tema a sociedade de informação. O governo Lula, com rara discrição, tem trabalhado sobre as questões da sociedade digital mas não com a velocidade exigida pelas urgências da inclusão.

Pelo menos seis anos já se passaram desde que foi instituído o Fust como fundo destinado a financiar projetos nesta área. O governo passado enrolou-se com o assunto e o atual enfrenta os demorados ritos da Anatel para licitar o novo Serviço de Comunicação Digital (SCD), através do qual pode ser implantado um programa de inclusão digital de larga escala, alcançando escolas públicas, postos de saúde, fronteiras e bibliotecas.

Numa outra frente, atua o ITI (Instituto de Tecnologia da Informação), vinculado ao Gabinete Civil e dirigido por Sergio Amadeu, que impulsiona a migração dos órgãos públicos para o uso do ‘software livre’, com o objetivo de reduzir os gastos nacionais (fala-se em US$ 1 bilhão/ano) com o pagamento de licenças, reduzindo ainda a dependência tecnológica da Microsoft. Atualmente estão em processo de migração os ministérios das Cidades, das Comunicações, da Cultura, da Educação e das Minas e Energia, além da Aeronáutica e da Marinha. O ITI é ainda a Autoridade Certificadora Raiz (AC Raiz), responsável por todos os registros de chaves públicas e certificação. Ao mesmo tempo, apóia experiências de inclusão digital através de telecentros, como os dois que foram doados agora a São Tomé e Príncipe e ao Gabão. São salas de livre acesso à internet, em que os computadores usam softwares livres. A experiência mais avançada é a de São Paulo, implantada pela prefeita Marta Suplicy.

Mas a inclusão digital em larga escala, capaz de funcionar, como disse Lula, como grande arma de inclusão social, só virá com a informatização e a conexão das escolas, postos de saúde e outros serviços públicos. Depois das confusões jurídicas ocorridas no governo passado, que impediram a implantação do programa, uma consulta ao TCU, feita pelo ex-ministro Miro Teixeira, produziu o entendimento de que um novo serviço (o SCD) terá que ser licitado. Dividido o país em 11 regiões, as empresas vencedoras (que não poderão acumular regiões) vão explorar os serviços de conexão pelo preço oferecido e terão que cumprir metas. Os recursos do Fust (1% da conta telefônica mensal de todos nós), que hoje ultrapassam os R$ 2 bilhões, financiariam a compra de equipamentos e o pagamento dos serviços às operadoras do SCD. Na prática, elas serão grandes provedoras de internet. A Anatel vem procedendo às consultas públicas para a licitação do SCD ainda este ano. Entraria em operação em 2006.

Mas o próprio ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, tem dúvidas de que este seja o melhor caminho. No interior do governo, tem defendido uma mudança na lei, de forma a transferir ao governo a gestão dos recursos do Fust, hoje a cargo da Anatel, garantindo ao Executivo a necessária liberdade para implantar uma política de inclusão digital. É uma discussão que não foi travada em tempo mas ainda pode ser retomada, pois claro está que o modelo brasileiro de inclusão digital está mal definido.

O que não se pode mais é perder tempo, pois enquanto ele passa milhões de alunos pobres da rede pública, que não têm computador em casa, saem da escola como analfabetos digitais, categoria de excluídos na sociedade de informação. Pragmatismo tem limite. O de Fernando Henrique levou-o a condecorar Fujimori. O de Lula a desfilar ontem em carro aberto com o ditador do Gabão.’