Está para sair nos EUA a segunda edição de um best seller político inusitado: o relatório da comissão federal de investigação dos ataques de 11 de setembro de 2001, calhamaço de 567 páginas (117 delas só de notas de rodapé), que já vendeu mais de 350 mil cópias. Como há livrarias em todo país pedindo mais cópias porque as suas se esgotaram, mais 200 mil exemplares serão impressos, elevando a tiragem total para 800 mil. O relatório do promotor Kenneth Starr sobre as traquinagens sexuais do presidente Bill Clinton, publicado em 1998, foi o último documento deste tipo a sair bem nas livrarias, chegando a constar das listas de mais vendidos por um curto período. Mas o relatório atual está se saindo melhor. Ainda assim, a editora autorizada a comercializá-lo não espera obter lucro, pois cada exemplar custa apenas US$ 10. O relatório também pode ser lido no sítio <www.9-11comission.gov>, segundo informa o USA Today [27/7/04].
Imprensa dá pouco destaque a notícia pró-Bush
As alegações do ex-embaixador americano Joseph C. Wilson IV, de que George W. Bush enganou os americanos ao afirmar que Saddam Hussein teria tentado comprar urânio na África, ganharam muito mais destaque na imprensa dos EUA do que o relatório do Comitê de Inteligência do Senado que contradiz algumas das afirmações do antigo diplomata. O documento corrobora o discurso de Estado da União proferido pelo presidente, segundo Howard Kurtz [The Washington Post, 26/7/04]. O primeiro assunto, de acordo com pesquisa em um banco de dados, foi alvo de 40 matérias na rede NBC, 30 na CBS, 18 na ABC, 96 no Washington Post, 70 no New York Times e 48 no Los Angeles Times. O segundo, no entanto, apareceu apenas uma vez na NBC e outra na ABC. A CBS não falou a respeito. O Post, primeiro veículo a falar acerca do relatório, trouxe duas matérias, um editorial e um texto do ombudsman Michael Getler. O New York Times teve duas reportagens e uma coluna de opinião e o Los Angeles Times publicou duas matérias.