Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Você já nos conhece, sabe que uma das nossas marcas e o nosso compromisso é caminhar na contracorrente. Por isso, enquanto a mídia se distrai ou se empolga com a guerra eleitoral, este Observatório está mais preocupado com o chamado day after, o dia seguinte.
Dentro de um mês ou no máximo dois, dependendo do número de turnos da eleição presidencial, estaremos diante de um problema concreto: qual será a agenda para a televisão brasileira? A simples mudança tecnológica de TV analógica para TV digital será suficiente para mudar os nossos paradigmas? Mudar apenas o sistema de transmissão e recepção não significaria consagrar a impressão de que a imagem é mais importante do que o conteúdo?
Não é a primeira vez que este Observatório trata da TV pública. Na verdade, cada vez em que falamos de televisão somos obrigados a mencionar a necessidade de implementar a TV pública em nosso país. Mas é a primeira vez que este Observatório, hóspede das mais importantes emissoras da TV pública brasileira, converte-se em anfitrião e não apenas destas emissoras, mas também da Abepec, a Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais.
É preciso lembrar que todas, todas as emissoras de televisão e rádio são concessões públicas, portanto têm compromissos com a sociedade, são igualmente públicas. Não podemos esquecer também que o nosso conceito de TV pública ainda não se iguala à modelar TV pública inglesa, a famosa BBC, ou à versão americana, o PBS.
Chegaremos lá. Mas a etapa mais importante é a que nos aguarda nos próximos meses: desenvolver uma parceria sólida, um compartilhamento da programação, uma atuação pactuada.
Uma coisa é certa: este Observatório ou a sua versão diária radiofônica só conseguiram viabilizar-se graças à existência no Brasil de uma televisão com forte vocação pública. Somos uma modesta amostra do que pode uma TV pública.