Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Polêmico de Cuba ao Kuait

Ao contrário do que poderia se esperar de um documentário americano, o polêmico Fahrenheit 9/11 terá uma grande visibilidade no mundo árabe. O filme estreou há algumas semanas nos países do Golfo Pérsico e no Líbano, e censores na Síria e Egito já o aprovaram para exibição. Na Arábia Saudita – cuja família real é um dos temas do documentário – não há cinemas, para evitar a mistura entre sexos, mas segundo Neil MacFarquhar [The New York Times, 4/8/04], Fahrenheit circula largamente em DVDs piratas.

Tanta exposição atiçou alguns críticos, que dizem que os árabes não deveriam ficar tão alegres com o filme anti-Bush, já que a forma como sua região e seu povo são retratados também não é lá muito positiva. Mamoun Fandy, um especialista em Arábia Saudita que mora em Washington, escreveu um editorial para o jornal árabe Asharq Al Awsat, sediado em Londres, onde acusa Fahrenheit de racismo e de generalizar os árabes que, segundo ele, não deveriam aclamá-lo como um defensor de sua causa.

O Kuait barrou a exibição do filme por considerá-lo ofensivo a seu vizinho saudita, e o embaixador árabe em Londres, príncipe Turki al-Faisal, afirmou ao jornal Al Hayat que o documentário de Moore foi feito a partir de uma fraca pesquisa e distorce a verdade.

Já em Cuba…

A exibição de Fahrenheit 9/11 na TV cubana há algumas semanas quase criou problemas para o filme de Moore. Segundo as regras da Academy of Motion Picture Arts and Sciences, responsável pela premiação do Oscar, documentários não podem ser indicados à premiação se forem transmitidos pela TV ou pela internet por nove meses depois de terem sido lançados no cinema. Mas a Academia anunciou na semana passada que, como a transmissão do filme foi feita a partir de uma cópia pirata, ele não será desclassificado da competição. Com informações de Steve Gorman [Reuters, 3/8/04].