Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Caetano contra Gilberto Gil 
na coluna social da Folha

A jornalista Mônica Bergamo, colunista social da Folha de S. Paulo, conseguiu nesta quinta-feira um furo de reportagem ao publicar em primeira mão uma carta aberta do cantor Caetano Veloso criticando a gestão do ministro da Cultura, Gilberto Gil. A polêmica começou com uma discussão entre o poeta (e colunista da Folha) Ferreira Gullar Caetano e Sérgio Sá Leitão, secretário de Políticas Públicas do MinC. ‘Sá Leitão chamou Gullar de defensor do stalinismo depois que o poeta fez críticas à gestão do MinC na Sabatina Folha, no fim do ano passado’, explica Bergamo antes da íntegra da carta, reproduzida abaixo.


Outro destaque na Folha é a revelação, negada pela direção da TV Record, de que o governo teria deixado de anunciar no horário do telejornal apresentado por Boris Casoy, recém-demitido na emissora.


No Estado de S. Paulo, vale a pena ler as matérias sobre a estréia da minissérie da Globo sobre o ex-presidente Juscelino Kubitschek. E no Globo, há o registro para a data final (dia 21/01) que o ator e cineasta Guilherme Fontes tem para entregar o filme Chatô, ou devolver os R$ 35 milhões que ele obteve de verbas públicas para realizar o longa-metragem.


Leia abaixo os textos desta quinta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Quinta-feira, 5 de janeiro de 2006


CAETANO vs. GIL
Mônica Bergamo


‘Estamos a um passo do totalitarismo’, diz Caetano


‘Caetano Veloso entra na briga entre Ferreira Gullar e o Ministério da Cultura de Gilberto Gil. Ao lado de Gullar, e não de seu ex-companheiro de tropicalismo. Caetano escreveu uma carta aberta em resposta a Sérgio Sá Leitão, secretário de Políticas Públicas do MinC. Sá Leitão chamou Gullar de defensor do stalinismo depois que o poeta fez críticas à gestão do MinC na Sabatina Folha, no fim do ano passado. Abaixo, a carta:


‘Sérgio Sá Leitão escreveu: ‘Por fim, deixo uma pergunta: por que a crítica de Gullar é um gesto democrático, e a crítica a Gullar, um ato de autoritarismo?’. Eu respondo: porque a crítica a Gullar partiu do poder público. O Ministério da Cultura é governo, ministérios são braços do executivo, suas aprovações ou desaprovações são oficiais. Um poeta não pode expurgar um governo. Governos totalitários são viciados em expurgar poetas. Se um ministério demonstra não aceitar críticas -pior: exige adesão total a suas decisões-, estamos sim a um passo do totalitarismo; se um poeta expõe de público discordância -ou simples desconfiança- dos rumos de um ministério, temos democracia.’


‘E que história é essa de ‘ex-privilegiados do cinema’? Estamos de volta à retórica demagógica dos tempos da ‘Ancinav’? Num país em que o que mais se vê é filme de diretor estreante? E chamar os produtores e diretores consagrados (pelas bilheterias, pelo pioneirismo, pelo prestígio internacional) de ‘ex-privilegiados’! Esse ‘ex’ é uma sentença de condenação aos que produziram cinema por anos ou décadas? Gullar pode ter sido comunista (não me consta que tenha sido stalinista), mas não há nada de totalitário em apoiar aqueles que, tendo contribuído decisivamente para a história do cinema e do teatro brasileiros, suspeitavam que, por trás das idéias igualitárias, queriam chamá-los de oportunistas.’


‘Essa gente do governo anda para trás. No Brasil a regra era: se você tem um histórico rico em contribuições, esse histórico pesará CONTRA você. Os loucos do Cinema Novo, os loucos da bossa nova, os tropicalistas, o Clube da Esquina, os atores e diretores competentes, os produtores dispostos -um mundo de gente provou que essa regra pode ser desafiada. Agora vêm esses ex- jornalistas, ex-ecologistas e ex-tropicalistas querer destruir o que foi feito nesse sentido. Passei décadas vendo filmes suecos, todos dirigidos por Bergman (e lá ele ainda chiava porque tinha que pagar impostos altos à social-democracia): não creio que devêssemos penalizar Bergman por roubar a oportunidade a milhares de talentos suecos não revelados. Descentralização?’


‘Nos Estados Unidos (a mais bem-sucedida indústria cinematográfica do mundo) é tudo num bairro de Los Angeles. Não é ‘eixo Rio-São Paulo’, não: é Hollywood. Gilberto Gil é meu irmão, meu amor, meu companheiro de viagem -não pode deixar de observar esses aspectos da questão. Deve haver vários outros aspectos que podem ser discutidos, mas, como Gullar, não estou inteirado (e, como ele, não sou obrigado a estar). De todo modo, não creio que algo desqualificasse os argumentos que expus acima e que são de caráter geral. Caetano Veloso.’’


CASOY DEMITIDO
Daniel Castro


Governo vetou patrocínio a jornal de Casoy


‘Insatisfeito com as críticas de Boris Casoy, o governo federal tanto pressionou a Record a intervir no ‘Jornal da Record’ que, em agosto do ano passado, cancelou contrato de patrocínio do Banco do Brasil (BB) ao telejornal.


A informação foi confirmada por várias fontes da Folha na Record, mas a emissora nega, oficialmente, que tenha sofrido pressões. Diz que a justificativa do banco para suspender o patrocínio foi troca de agência de publicidade. A assessoria de imprensa do BB não comentou o assunto.


O Banco do Brasil era, desde 1999, patrocinador do ‘Jornal da Record’. Apontado pelo telejornal como suspeito de ser provedor do esquema do ‘mensalão’, trocou em agosto uma cota de patrocínio de R$ 1 milhão por mês por cerca de R$ 300 mil mensais em inserções avulsas. Como patrocinador, era o único banco a anunciar no ‘Jornal da Record’.


As pressões começaram em 2004, quando o BB comprou ingressos de um show pró-finanças do PT. O contrato com a Record, até então renovado anualmente, passou a ser trimestral.


A coação governamental, no entanto, não foi a principal causa da rescisão do contrato de Casoy, na última sexta. Record e Casoy se desentenderam porque a rede queria tornar o telejornal mais parecido com o ‘Jornal Nacional’.


Um profissional da equipe de Casoy diz que a direção da Record nunca censurou o telejornal.


OUTRO CANAL


Didático 1 A Globo começa a exibir sábado seu primeiro comercial para promover as transmissões da Copa do Mundo da Alemanha. Intitulado ‘Respeito’ e criado pela W/Brasil, de Washington Olivetto, o filme troca a torcida pelo ‘hexacampeonato’, palavra difícil para muita gente, pela frase ‘Me vê meia dúzia, Brasil’.


Didático 2 O comercial é narrado pelo ator Dan Stulbach, o Zinque de ‘JK’. Traz imagens de pessoas ‘reais’, como se fosse um documentário, e fala dos ‘desejos’ dos brasileiros, como respeito, segurança e dignidade. ‘Esperança eu ainda tenho. Faz uma coisa: me vê só alguns motivos pra ela não acabar’, alfineta o texto.


Suspense Já é dúvida no SBT se o segundo horário de novelas próprias será inaugurado em abril, como se cogita na emissora. É mais provável que isso só ocorra no segundo semestre. O motivo: faltam investimentos em novos equipamentos digitais de alta definição.


Sacrifício A Globo está mantendo a estratégia iniciada em dezembro de encurtar ‘Bang Bang’, que vai mal no Ibope, e assim reduzir o impacto negativo da produção em sua média diária de audiência. Anteontem, a novela das sete entrou no ar às 19h40 (foi até às 20h15). Antes, começava às 19h20. A seguir nessa toada, em breve o ‘faroeste’ vai virar um ‘programete’.’


FRAUDE NA SCIENCE
Folha de S. Paulo


Revista ‘Science’ anulará artigo fabricado de pesquisador coreano


‘REUTERS – A revista científica ‘Science’ comunicou ontem que cancelará um artigo publicado em maio do ano passado pelo coreano Woo-Suk Hwang, acusado de fraudar dados de pesquisa com células-tronco embrionárias humanas. Na noite de anteontem, a TV coreana relatou que jovens pesquisadoras do laboratório de Hwang foram coagidas a doar óvulos para os estudos do chefe, o que complica ainda mais a situação do cientista, ex-herói nacional.


A revista americana disse ter recebido autorização de todos os autores para cancelar o estudo -um fato raro em publicações do gênero-, classificado como fraude por um painel da Universidade Nacional de Seul.


Sobre a origem dos óvulos, uma reportagem da TV coreana MBC afirmou que cientistas-juniores do grupo se sentiram compelidas a se submeter ao doloroso e arriscado procedimento de extração de óvulos por medo de perderem o reconhecimento acadêmico. Um membro da equipe disse de uma colega: ‘Ela disse ao professor Hwang que não passaria pelo procedimento, e disse que ele ficou zangado e perguntou: ‘Por que não?’ Ela ficou preocupada, e decidiu doar os óvulos devido à sua preocupação.’’


FSP CONTESTADA
Painel do Leitor


Conselho de Ética


‘‘A nota ‘Abre-alas’ (‘Painel’, Brasil, pág. A4, 4/1) nem parece desta Folha, que acolhe em suas páginas o pensamento jurídico mais avançado do país. A nota parece indicar que uma absolvição é automaticamente errada -como diria a Rainha Louca de ‘Alice no País das Maravilhas’, primeiro a condenação, depois o julgamento. No caso, o deputado Vadão Gomes foi acusado por Marcos Valério de ter recebido R$ 3,7 milhões. Na primeira versão, Valério disse que depositou o dinheiro na conta de uma empresa do deputado. Vadão abriu espontaneamente seu sigilo bancário e o da empresa e nada havia. Marcos Valério mudou então a versão: disse que entregou o dinheiro ao deputado, pessoalmente, num hotel paulistano de cujo nome não se lembra, em duas ocasiões distintas. Nas duas ocasiões, Vadão Gomes provou, com documentos oficiais, que estava fora de São Paulo -da cidade e do Estado. A história de Marcos Valério, portanto, não poderia ter acontecido. Mas, se mesmo assim, com documentos e provas, a possível absolvição é ‘pizza’, para que julgamento? Convoque-se a Rainha Louca e cortem-se as cabeças.’ Carlos Brickmann, Brickmann & Associados Comunicação, assessoria de imprensa de Vadão Gomes (São Paulo, SP)’


HQ
Marco Aurélio Canônico


Editora se une a especialistas e cria selo só para HQs


‘Pode não parecer a maneira mais inovadora de começar algo novo, mas é com o relançamento das aventuras do velho marinheiro Corto Maltese (editadas anteriormente pela L&PM), do italiano Hugo Pratt, que surge uma nova editora especializada em quadrinhos no mercado brasileiro.


Fruto da força técnica da Ediouro -dona de um grande parque gráfico e de um bem estruturado sistema de distribuição- somada ao ‘know-how’ em HQs de uma equipe que saiu da Conrad -uma das principais editoras de quadrinhos do país-, a Pixel Media Comunicação surge apostando em dois eixos: segmentação e quantidade.


‘Vamos nos concentrar nas ‘graphic novels’, quadrinhos de luxo para um público adulto. E pretendemos lançar muita coisa, ter regularidade e muita entrada em livrarias. Já temos 72 títulos fechados, muitos deles com várias edições’, explica André Martins, um dos diretores da Pixel.


As origens da nova editora remontam à cisão que houve na Conrad em agosto do ano passado, quando André Forastieri (ex-editor do Folhateen), um dos fundadores da editora em 1993, se desligou da empresa para criar a Futuro Comunicação, levando consigo o catálogo de revistas (como ‘Herói’ e ‘PC Magazine’) e parte da equipe -a Conrad ficou com a parte de livros e de mangás.


Quando a Ediouro decidiu investir sua estrutura técnica no mercado de quadrinhos, encontrou na equipe da Futuro a experiência necessária na área.


‘Arte sofisticada e roteiros inteligentes para o leitor adulto. É essa linha editorial que está fazendo dos quadrinhos o segmento que mais cresce nas livrarias, seja nos Estados Unidos, Europa ou Ásia. É para trazer essa nova abordagem dos quadrinhos que Ediouro e Futuro se uniram para criar a Pixel Media Comunicação’, explica o comunicado assinado pelo diretor de publicações da Ediouro, Luiz Fernando Pedroso.


Entre as principais concorrentes da Pixel estão editoras como a Devir (que tem títulos de mestres das ‘graphic novels’ como Alan Moore e Frank Miller), a Opera Graphica (que tem uma linha de álbuns de luxo), a Casa 21 (da coleção ‘Cidades Ilustradas’) e a própria Conrad, que segue uma linha mais ‘underground’, com autores como Robert Crumb.


Para concorrer, a Pixel Media estréia com a série ‘Corto Maltese’, de Hugo Pratt -o primeiro volume, ‘A Balada do Mar Salgado’ (R$ 33), é lançado neste mês- e promete ainda títulos como ‘Guliveriana’ (do mestre do erotismo Milo Manara) e ‘Coração do Império’, do britânico Bryan Talbot. Entre os brasileiros, o primeiro investimento é em ‘O Curupira’, álbum inédito de um dos maiores desenhistas do país, Flávio Colin (1930-2002).’


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O Globo


Quinta-feira, 5 de janeiro de 2006


CASO CHATÔ
Rodrigo Fonseca


Fontes tem que apresentar ‘Chatô’ à Ancine no dia 21


‘Intérprete do contador picareta Jeff Wall Sreet na novela ‘Bang bang’, o ator Guilherme Fontes tem até o dia 21 deste mês para apresentar seu longa-metragem ‘Chatô’, devidamente finalizado, à Agência Nacional do Cinema (Ancine). Caso contrário, Fontes, que dirige a fita, terá de devolver R$ 35 milhões refrentes ao uso do dinheiro público no longa, cujas filmagens iniciaram em 1999. A Ancine enviou em 22 de dezembro uma carta-cobrança a Fontes, informando que ele teria 30 dias, a contar daquela data, para se manifestar.


– Não houve, até a presente data, nenhum contato da produtora com esta Superintendência. Na Ancine, ‘Chatô’ representa um filme que não foi prorrogado em 2005 e que ainda não podemos considerar inadimplente por estar dentro do prazo do direito de resposta. Pelo que sabemos, o filme se encontra editado, restando trucagens, música, ruídos, sons e mixagem, ou seja, a finalização de um modo geral – diz Luiz Fernando Noel, Superintendente de Desenvolvimento Industrial da Ancine.


Adaptação do livro homônimo do escritor Fernando Morais sobre o magnata das comunicações Assis Chateaubriand (1892-1968), ‘Chatô’ teve seu orçamento, de R$ 12 milhões, aprovado pelo Ministério da Cultura em 1996. Chancelado pelo MinC, Fontes captou cerca de R$ 8,5 milhões por meio das leis de renúncia fiscal. Segundo a Ancine, a cobrança de R$ 35 milhões corresponde à atualização do valor captado, com juros e correções.


– Caso não entregue o filme ou mesmo o valor captado, o processo será enviado para o Tribunal de Contas da União (TCU) , que após julgamento da matéria, colocará a empresa e seus sócios na condição de inadimplentes – diz Noel.


Suspeito de uso indevido do dinheiro captado, Fontes foi inocentado pelo TCU há cinco anos. Mas o processo pode ser reaberto caso surjam novos fatos. Procurado pelo GLOBO, Fontes não respondeu até o fechamento desta edição.’


Q! SUSPENSO


O Globo


Jornal ‘Q!’ pára de circular para fazer mudanças


‘Amanhã, o jornal vespertino ‘Q!’ pára de circular pelas ruas do Rio. Lançado no dia 7 de novembro do ano passado com uma tiragem de 60 mil exemplares – apostando no horário da tarde e distribuição por cerca de 450 agentes em pontos de ônibus, rodoviária e metrô – o jornal ainda manterá a versão online.


– Não vamos acabar. A idéia é fazer mudanças e suspender a circulação do jornal impresso em janeiro e fevereiro. Após avaliarmos o investimento necessário para a concretização de ajustes do produto, somado aos altos custos da operação, decidimos suspender temporariamente a circulação – disse Pedro Arthur Villela Pedras, diretor-executivo do jornal.


Segundo Pedras, para manter a versão online, ficarão no jornal 18 editores.’


INTERNET
O Globo


No Natal, sites venderam com mais cautela


‘Na hora da venda, sites mais cautelosos. Assim mostrou pesquisa do Instituto Coppead/UFRJ que, a partir de 12 de dezembro, encomendou 144 CDs em diferentes lojas virtuais. Desse total, 54 produtos ficaram de ser entregues até o último dia 25. O que é um número 35% menor do que os 84 registrados no levantamento de 2000.


Nos últimos cinco anos, mostrou o estudo, caiu o número de entregas que não chegaram ao destinatário antes do Natal. Na edição de 2005, 3,7% das encomendas não foram entregues no prazo. Em 2000, houve atraso em 8,3% dos pedidos.


– As empresas foram mais claras e estão mais realistas. Passaram a, por exemplo, informar o tempo que se leva para se confirmar o pagamento. O consumidor teve mais dados para decidir se compra o produto – disse Maria Fernanda Hijjar, do Coppead.’


Bloomberg News


Ameaça nazista na internet


‘SAN FRANCISCO. A Microsoft lançou ontem um software para proteger os usuários de seu sistema operacional Windows de um novo ataque do vírus de e-mail Sober, previsto para esta semana durante a comemoração do 87 aniversário de fundação do Partido Nazista. De acordo com o porta-voz da empresa, Erik Denny, uma versão da praga – um programa que é usado para tornar lento o tráfego da internet – está programada para ser distribuída amanhã.


A ameaça surge no momento em que a Microsoft, maior fabricante de softwares do mundo, luta para consertar uma outra falha no sistema operacional Windows, programa que roda em 95% dos computadores pessoais do mundo. Na terça-feira, a empresa disse que a falha do Windows, descoberta no dia 27 de dezembro, não será consertada até a próxima semana. O atraso deixa os computadores vulneráveis à ação de hackers (piratas), segundo a empresa de segurança na internet e fabricante de antivírus Symantec Corp.


A nova versão do Sober pode tornar a internet lenta, com o envio massivo de mensagens políticas e spams (correio não-solicitado), disse a iDefense, uma unidade da empresa de segurança ViriSign, no mês passado. As pragas são pequenos programas que vão anexados em mensagens de e-mail. Eles se espalham através do catálogo de endereços de usuários.’


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O Estado de S. Paulo


Quinta-feira, 5 de janeiro de 2006


CRISE POLÍTICA
João Domingos


Publicidade mira Estados de rivais do presidente


‘Como parte da ofensiva do ano eleitoral, o Palácio do Planalto deu início a uma forte campanha publicitária sobre as realizações do governo federal em cinco dos seis Estados mais populosos e no Distrito Federal. A campanha, que custou R$ 20 milhões, está sendo levada para os Estados onde há virtuais candidatos a presidente da República e onde a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu sérios desgastes. Feita pela agência Lew, Lara, ela se estenderá por 15 dias, de acordo com informações do Planalto.


Na terça-feira, já como parte dessa operação, o presidente lançou um pacote de obras de infra-estrutura em rodovias, hidrovias e energia que supera tudo o que fez nos três primeiros anos de governo. Em março, será leiloado o ramal Norte da Ferrovia Norte-Sul, com 720 quilômetros; em abril, aberta a concessão de oito rodovias no Sudeste e Sul e, em maio, serão ofertadas seis hidrelétricas, entre elas duas em Rondônia, que custarão R$ 20 bilhões.


Dos seis Estados mais populosos, somente a Bahia, em quarto, não receberá a campanha, nem por TV nem por rádio ou outdoors. A Bahia, porém, não tem pré-candidato de nenhum partido a presidente da República. O programa Bolsa Família, que será muito explorado como fator de realização social e apelo eleitoral, está presente em todas as regiões selecionadas.


O segundo Estado mais populoso do Brasil é Minas Gerais, com 17,89 milhões de habitantes, de acordo com o IBGE. O governador Aécio Neves (PSDB) também é pré-candidato pelo PSDB; os mineiros verão da campanha publicitária os capítulos sobre Bolsa Família, o Programa de Financiamento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Luz para Todos, as verbas para a construção do metrô de Belo Horizonte, a duplicação da Rodovia Fernão Dias e o apoio às universidades.


Terceiro Estado mais populoso, com 14,3 milhões de habitantes, o Rio de Janeiro tem, entre os pré-candidatos, o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB), feroz opositor do presidente Lula. A campanha no Estado chama a atenção para o alcance do Bolsa Família, das 450 mil vagas para carentes criadas pelo ProUni, a retomada da indústria naval e a construção da plataforma P-50, da Petrobrás, entre outros.


No Rio Grande do Sul, onde o governador Germano Rigotto (PMDB) é um possível rival, serão destacados o Bolsa Família, o Pronaf, o combate à seca e projetos habitacionais. No Paraná, Roberto Requião (PMDB) é um antigo aliado que poderá também sair candidato. A campanha mostrará ali também o Bolsa Família e o Pronaf, como destaques, além da recuperação da Régis Bittencourt. A sexta unidade escolhida é Brasília, onde também haverá espaço para um projeto de esportes, o serviço de ambulâncias e a reforma do Aeroporto.’


DANO MORAL
Simone Menocchi


Edilson vai processar imprensa e federação


‘O ex-árbitro de futebol Edilson Pereira de Carvalho, envolvido no Escândalo do Apito, vai mover uma ação trabalhista contra a Federação Paulista de Futebol (FPF) e outra contra alguns veículos de imprensa, por danos morais.


Na primeira ação, a ser proposta na próxima semana, Edilson quer provar seu vínculo empregatício com a Federação. ‘Foram quatorze anos e meio dedicados aos jogos, cumprindo com as obrigações, com as punições e sem nenhum direito’, afirmou Edilson, em entrevista ao Estado ontem à tarde. Segundo ele, uma das exigências para entrar para o quadro de juízes era a apresentação de um documento ‘e uma carta de próprio punho’ mostrando que o árbitro tinha outra profissão. ‘Como é que eu poderia ter outra profissão se tinha que manter o condicionamento físico, me apresentar sempre que solicitado e atender a todas as exigências da Federação?’, questionou.


A ação, de acordo com o advogado Fernando Fabiani Capano, é de cerca de R$ 400 mil. ‘A Federação exige que o árbitro comprove outra profissão justamente para mascarar o vínculo existente.’ Para Capano, o fato de os árbitros usarem o uniforme da FPF, seguirem as regras impostas e se dedicar em tempo integral à entidade são suficientes para provar a ligação trabalhista. ‘Em outras ações a Justiça entendeu que o árbitro nada mais é que um empregado da entidade.’


A outra ação, já protocolada nesta semana, é contra alguns veículos de comunicação que publicaram a foto da filha de Edilson. ‘Depois da foto publicada ela passou a sofrer uma série de constrangimentos na escola e em todos os lugares que freqüenta. Tinham dezenas de fotos para publicar e escolheram esta, onde a filha de dez anos aparece.’ De acordo com Capano, outras ações por danos morais estão sendo estudadas.


LIVRO


Enquanto aguarda julgamento, o ex-árbitro passa o tempo escrevendo, no condomínio onde mora, em Jacareí, no Vale do Paraíba. Contratado pela Mundo Editorial, que quer lançar o livro na Bienal, em março, ele já escreveu alguns capítulos sobre sua prisão, o depoimento na Polícia Federal, o envolvimento com o site de apostas. ‘Neste momento estou escrevendo um capítulo sobre o Armando Marques, da CBF’. A intenção do livro, segundo Edilson, é esclarecer os fatos e contar sobre os bastidores da arbitragem. ‘Hoje eu não tenho mais nada pra esconder. A única exigência da editora é que eu contasse realmente o que aconteceu e estou contando.’


Com o dinheiro cobrado de entrevistas que deu a programas de televisão Edilson comprou máquinas de fliperama e colocou em algumas padarias da cidade. ‘É com este dinheiro e com o salário da minha mulher que estamos vivendo.’’


PUBLICIDADE
Carlos Franco


Troca de cadeiras agita publicitários


‘O mercado publicitário inicia o ano com muitas mudanças e a expectativa de anúncios de novas agências. Entre elas, a de Silvio Matos em parceria com o poderoso grupo WPP, que controla as empresas que estão à frente da dança das cadeiras nas últimas semanas. Ontem, foi a vez de a JWT, a Thompson, anunciar oficialmente a saída do seu vice-presidente de Criação, Átila Francucci.


Em nota oficial, a JWT diz que Francucci deixará a agência no próximo dia 13 para ‘dedicar-se a um novo projeto’ e que, ‘em função do trabalho criativo desenvolvido à frente da JWT Brasil, o Grupo WPP estuda potencial parceria com Francucci neste empreendimento.’


Foi a senha para que sites especializados, como o Propaganda & Marketing, arriscassem o nome de substituitos, entre os quais o vice-presidente de Criação da DM9DDB, Ricardo Amaral (Chester). A agência nega.


De qualquer forma, ficou mais perto o desfecho da situação do publicitário Sílvio Matos, que era sócio da holding Newcomm, que controla a Y&R, outro negócio do Grupo WPP. Matos deixou a Y&R e deve anunciar uma nova agência ainda este mês. As especulações dão conta de que Matos poderá assumir a Grey, outra agência do grupo WPP ao lado da JWT, da Y&R e da Ogilvy. Já o destino de Francucci é outra incógnita.


Com o movimento de Matos, são esperadas novas mudanças no mercado publicitário. Na Y&R, o publicitário Roberto Justus assumiu o comando enquanto Tomás Lorente, até então sócio da agência Loducca, passou a comandar a criação da agência que tem a conta das Casas Bahia.’


JK NA GLOBO
Beatriz Coelho Silva


Estréia emociona amigos e parentes


‘Amigos, parentes e colaboradores do presidente Juscelino Kubitschek se emocionaram na terça-feira, assistindo à estréia da minissérie JK. Eles se reuniram na casa da filha dele, Maria Estela Kubitschek Lopes, em Copacabana. Ela contou ter voltado no tempo. ‘Foi uma pesquisa de época fantástica, os personagens são bem reais, mesmo os fictícios, como o coronel Licurgo, pois existia gente como ele’, disse ela ao Estado. ‘Como filha, fiquei emocionada. Como brasileira, feliz por ver essa história positiva. Mostra que aqueles anos dourados foram construídos por nós e que podemos fazê-los voltar.’ (Leia carta ao lado).


O piloto oficial de Juscelino, Renato Goulart, o veterano da turma, ficou perto da TV, pois escuta pouco. Estavam lá amigas de infância de Márcia (a outra filha do presidente) e Maria Estela: Beatriz, Diana, Mariana e Maria. ‘Mamãe dizia que tinha seis filhas, tão amigas nós éramos’, explicou Maria Estela. ‘Márcia não está mais conosco, papai e mamãe a levaram e devem estar felizes com essa minissérie. Ele sempre soube que um dia seria reconhecido, mas não estaria mais vivo para ver isso acontecer.’


A atriz Sâmara Felipo também esteve lá. Ela viverá Maria Estela e as duas se tornaram próximas: ‘Eu a convidei para que nós nos conhecêssemos melhor’, contou Maria Estela. ‘O engraçado é que mesmo os íntimos vão conhecer a história de papai. Quando apareceu o Fábio Assunção como João César, meu avô, várias pessoas pensaram que era meu filho, que tem o mesmo nome, em homenagem ao bisavô.’


O elenco principal da minissérie não foi à festa que a Rede Globo ofereceu para comemorar a estréia numa restaurante na Barra da Tijuca. Os profissionais de bastidores (técnicos, contra-regras, etc.) ficaram no andar térreo, enquanto atores veteranos como Hugo Carvana, Nathalia Thimberg, Ida Gomes e Eva Wilma, que fazem pequenos papéis, se fecharam no mezanino. Letícia Sabatella e Deborah Bloch apareceram, mas saíram tão logo o capítulo terminou.


Wagner Moura, José Wilker (que vivem o presidente em duas fases), Débora Falabella, Marília Pêra (dona Sarah), Júlia Lemmertz (que brilhou no primeiro capítulo, como dona Júlia, mãe do presidente), Fábio Assunção (como o pai, João César) não assistiram com a equipe. Segundo a Central Globo de Comunicação, houve atraso nas gravações de ontem e o elenco preferiu ver a estréia na casa do diretor Dennis Carvalho.’


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JK, competência didática na largada


‘Primeiro capítulo, muito bem feito, foi um desfile de convencionalismo televisivo nos moldes do padrão Globo de qualidade


Tudo bem que aquele rufar de tambores a embalar a seqüência inicial de JK seja algo assim, como dizer, quase JFK. É que o filme de Oliver Stone sobre John Fitzgerald Kennedy abusa desse mesmo recurso sonoro ao anunciar a grandeza de seu estadista, igualmente em desfile em carro aberto – a diferença, claro, é que Dallas não é Rio e JFK ia para a morte, enquanto JK ia para o trono no Catete. Mas, que diacho, o que fazer se o baticum em questão, digno de cerimonial presidencial, é irresistível – para diretor e platéia?


A nova minissérie da Globo é toda assim, dentro do padrão (e dos clichês) Globo: bem feitíssima, competente no texto e na direção. E sem pretensão de inovar na linguagem. Ainda bem. O conteúdo, disposto a levar até a massa um trecho significativo de sua história (ou ao menos despertar nela a fome de informações), não pode se dar ao luxo de dispensar os moldes convencionais do entretenimento televisivo nem de abrir mão de algum didatismo para alcançar público tão grande e heterogêneo.


A missão do primeiro capítulo era contar os primeiros anos de Juscelino Kubitschek. Sabiamente, a seqüência inicial investe no momento de sua maior popularidade – o trajeto percorrido sob chuva de papéis picados pelas ruas do Rio – e toma José Wilker, que só entrará de fato em cena no capítulo 16, como narrador em primeira pessoa. Corta para Minas e entra Fábio Assunção na pele do pai de Juscelino. Outro trunfo da produção para seduzir a platéia.


Inicia-se aí a cronologia a valer. Para coroar, a voz de Milton Nascimento guia o funeral de João César, o pai – ‘Como poderei viver, como poderei viver, sem a tua, sem a tua, sem a tua companhia…’ – e emenda a abertura para o primeiro intervalo, sob o desenhar dos traços de Oscar Niemeyer. Uma edição sem arestas. Nada a aparar. Nada a reparar.


A audiência respondeu bem. Foi a melhor dos últimos anos para uma estréia de minissérie – 39 pontos na média consolidada em São Paulo, com 59% de share (total de televisores sintonizados na Globo dentro do universo de ligados). Hoje É Dia de Maria, estréia de 2005 na primeira semana de janeiro, teve 31 no primeiro capítulo. E Um Só Coração, em 2004, teve 37. Tradição, família e propriedade, TFP com todas as letras, são valores estampados no asqueroso coronel Licurgo. E Luís Melo dá show.


Com propriedade, os autores, Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira salpicam episódios da época entre uma linha e outra. O cometa Halley foi pretexto para expor conflito entre religião e ciência. Falou-se do medo da tuberculose e do estrago causado pela gripe espanhola. E, longe do enfadonho tom de merchandising cultural, o que torna a coisa bem mais palatável para ser assimilada por cérebros incautos, Paulo José foi de um encanto ímpar ao falar sobre a riqueza da imaginação que a leitura é capaz de oferecer. Ensinava ao neto Juscelino a sabedoria de se viajar pelos livros.


Da riqueza que o dinheiro não compra, da culpa católica que dispensa aborrecimentos com o pecado da carne para ressaltar a compaixão, os valores do bem desfilam em contraposição à hipocrisia do coronel Licurgo e conspiram a favor da formação do caráter do protagonista, como convém às regras do bom folhetim.


Se JK foi tudo isso? Bem, é a história que contam na TV, com base em pesquisas levantadas pelos autores. Se alguém duvida, tanto melhor. É um bom exercício para fuçar as linhas que fazem nossa história.’


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Exclusivo


‘Na noite de réveillon, emocionada com a aproximação da data da estréia de ‘JK’ na TV, a filha adotiva de Juscelino e Sarah, Maria Estela, decide escrever uma carta como se a fosse enviar aos pais e à irmã Márcia. E cede o texto com exclusividade ao Estado.


Araras, 31 de dezembro de 2005


Meu querido pai,


Hoje senti vontade de escrever para você, da mesma forma como o fazia durante o longo período em que você e mamãe estavam no exílio. Lembro-me de que em uma de suas cartas você me comparou à Marquise de Sevigné que, ao escrever suas famosas cartas, parecia conversar em vez de escrever, muito diferente das formas convencionais de sua época. A comparação feita por você, além de me fazer sentir elogiada, me fez feliz, pois o que eu realmente queria mesmo era bater papo com vocês, sem as formalidades e convenções da escrita.


Quero hoje fazer o mesmo, pois mais do que nunca venho sentindo falta de nossas conversas, escritas e faladas. A diferença é que hoje minha conversa vai para o infinito e sei que você, mamãe e Márcia, embora tão distantes de mim, estarão juntos e poderão me escutar.


Tenho tentado seguir suas lições de otimismo, de acreditar que nosso país é grande e seu povo é forte. Não me esqueço nunca das lições de responsabilidades para com a união de família, como exemplo, que você e mamãe sempre me ensinaram. De Márcia, sinto saudades de todos os momentos de nossas vidas. De seu sorriso doce, de sua compreensão e companheirismo.


Você não pode imaginar como é gratificante eu ter herdado estes ensinamentos e como, às vezes, me sinto pequena demais para responder por tantas coisas, que hoje me são demandadas. Mas tenho no Rodrigo, meu marido, meu companheiro constante e amigo. Ele também cresceu aprendendo com você e nosso querido Lucas. Ele me dá forças nos momentos em que fraquejo e nunca me deixa esquecer dos conselhos e exemplos seus e de mamãe.


O ano de 2006 começa com uma minissérie sobre sua vida, escrita por Maria Adelaide Amaral em parceria com Alcides Nogueira.


Tenho certeza de que será o resgate de sua vida e sua obra, que tentaram apagar fazendo com que você sofresse as amarguras do exílio e todas as perseguições.


Mais do que tudo, será também a lição histórica que nosso povo tanto precisa para entender o que foram Os Anos Dourados, tempo do ‘Presidente Bossa-Nova’.


Lembro-me de que você sabia que um dia este resgate viria e tinha certeza de que não estaria aqui para assistir. Infelizmente, você carregou minha querida mãe Sarah e eterna primeira-dama do Brasil e minha querida Márcia, irmã gêmea de alma e coração. Sei que seu temperamento foi de nunca ficar sozinho, nem para assistir a uma minissérie, mas não precisava exagerar, não acha? Mas eu o perdôo.


O importante, no entanto, é que sua filha, seu genro, seus netos e bisnetas, assim como também os descendentes de Márcia, aqui estão como testemunhas do que sua época representou para nosso país.


Procuro continuar divulgando suas mensagens de fé e otimismo. Acredito no Brasil que você modificou. Seus descendentes, papai, estão juntos na luta pela continuação da construção daquele Brasil que você nos mostrou e ensinou a amar. Seus netos sentem orgulho dos avós. Suas bisnetas são como eu, curiosas em aprender sobre a família e já podemos sentir nelas o orgulho de pertencer à família de JK e Sarah.


Nossa presença fará com que a sua dignidade e a de mamãe sejam sempre respeitadas e sei que serão. Sua vida será contada desde seu nascimento até sua morte. Todos estarão lá, representados por excelentes atores que estão carregados de emoção. Aquela emoção que você sempre provocou e até hoje provoca até naqueles que nasceram depois de sua morte.


Estaremos sempre juntos. E também sempre cantando a Canção de São Francisco, que você aprendeu com seus netos no nosso último encontro na Fazendinha JK.


Rodrigo, Jussarah, João César, Marta Maria, Mariana e Gabriela enviam-lhes o seu carinho.


Para você, mamãe, e para minha querida Márcia envio o meu amor, minha saudade e muito carinho.


Sua filha, Maria Estela’


TELEVISÃO
Taíssa Stivanin


Marlene Mattos cancela negociações com Record


‘Apesar do namoro que durou quase todo o ano de 2005, a diretora Marlene Mattos não se acertou com a Record. Marlene, que atualmente comanda um programa de variedades na Rádio Globo, não conseguiu negociar um valor com a emissora de Edir Macedo. Pesou também o fato de a Record ter sua cabeça de rede em São Paulo.


As negociações estavam bem adiantadas. Marlene queria produzir um programa de auditório e a Record concordava com a idéia, já que a linha de shows da casa está precisando de uma injeção de criatividade. Com o fim das negociações, Marlene estaria esperando um convite para retornar à Globo. Na emissora, entretanto, as opiniões sobre o retorno da diretora são divididas. Ela é reconhecidamente uma das maiores entendedoras de programas na linha de shows, mas também é conhecida pelo gênio difícil.


Sua última empreitada foi na Band, onde tentou sem sucesso emplacar atrações com Kelly Key e Preta Gil, com o Caixa Preta. Na Globo, além de Xuxa – um dos maiores cases de marketing da história da TV -, lançou Luciano Huck e criou o programa Jovens Tardes, com Wanessa Camargo, Pedro e Thiago e, por último, até a socialite Carolina Magalhães.’


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